Universidade de Argel Benyoucef Benkhedda

universidade pública da Argélia
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A Universidade de Argel Benyoucef Benkhedda, ou Universidade de Argel 1 (em árabe:جامعة الجزائر - بن يوسف بن خـدة; em francês: Université d'Alger 1), é a maior, mais antiga e mais prestigiosa universidade da Argélia. Está sediada em Argel, a capital nacional.[1]

Universidade de Argel Benyoucef Benkhedda
Université d'Alger Benyoucef Benkhedda (fr)
جامعة الجزائر بن يوسف بن خدة (ar)
Fundação 30 de dezembro de 1909 (114 anos)
Localização Argel,  Argélia
Campi Argel

Surgida de uma série de instituições independentes no século XIX, foi organizada como universidade em 1909 e profundamente reorganizada em 2009, com a Argel 1 sendo herdeira da universidade decana.

Homenageia a Benyoucef Benkhedda, considerado um dos heróis do processo de independência da Argélia.

Histórico

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A tradição histórica do ensino superior em território argelino teve início no ano de 1832, com a criação da Escola de Letras de Argel, como forma de garantir o ensino das línguas árabe e francesa, no contexto da conquista francesa da Argélia. Em 1849 a instituição abriu campus em Orão e Constantina, e foi formalmente integrada ao sistema regular de ensino francês em 20 de dezembro de 1879. Subsequentemente, surgiria a Escola Superor de Medicina e Farmácia em 1833 (oficializada em 4 de agosto de 1857); em 1868 a Escola de Ciências, e; em 1879 a Escola de Direito. Todas tinham sede na cidade de Argel.[2] Em 1909 todas as instituições de ensino foram transformadas em faculdades.[2]

Criação e primeiros anos

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A Universidade de Argel, foi criada em 30 de dezembro de 1909, como resultado da fusão das faculdades independentes de Argel.[2]

A instalação do governo da França Livre em Argel, fazendo-a capital em exílio em 1942, é marcado pela admissão de um maior número de estudantes muçulmanos, que passam a representar 11,4% do total de alunos. Os números de argelinos e franceses se tornariam equivalentes somente em 1961.

Em 19 de maio de 1956, a União Geral dos Estudantes Muçulmanos Argelinos (UGEMA) convocou uma greve estudantil por tempo indefinido, que paralisou os cursos e exames acadêmicos da Universidade de Argel, angariando apoio da Frente de Libertação Nacional.

Incêndio da biblioteca

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Em 7 de junho de 1962 — apenas um mês antes do referendo da independência argelina — a Organização Armada Secreta (OAS), o movimento de colonos que se opunha à independência argelina, ateou fogo ao prédio da biblioteca, destruindo 500.000 livros. A destruição desses livros foi vista como uma tática de terra arrasada em todo o mundo árabe. A reação nos outros países da região, como o Egito, Iraque e Jordânia, foi duríssima no sentido de condenar o ato. Mostrou o ponto de selvageria do movimento anti-independência, que se estenderia até mesmo a remoção e, de fato, à destruição da cultura de uma nação ainda nascente, portanto carente de construção de sua própria identidade nacional.[2]

O montante dos danos foi estimado, à época, em 7 bilhões de francos. O prédio foi reconstruído após 4 anos de trabalho, e reabriu as portas em 12 de abril de 1968. Porém, os exemplares destruídos nunca puderam ser totalmente repostos.

Pós-independência nacional

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A reforma do ensino superior de 1971 aboliu o sistema de faculdades e agrupou as diferentes disciplinas por afinidades, no âmbito de departamentos e institutos. A reforma decreta a arabização progressiva das disciplinas, começando com certas aulas de ciências sociais (inicialmente, filosofia e história). Em 12 de dezembro de 1998 o sistema de faculdades foi restabelecido.[2]

Em 2009 a universidade subdivide-se em três novas instituições. A principal, Universidade de Argel Benyoucef Benkhedda (ou Universidade de Argel 1), fica como herdeira da antiga Universidade de Argel, enquanto que surgem a Universidade Abou El Kacem Saadallah (Universidade de Argel 2) e a Universidade Brahim Soltane Chaibout (Universidade de Argel 3).[2]

Em 2015, face aos edifícios degradados, acadêmicos e intelectuais exigiram a classificação da universidade como patrimônio tangível, imaterial e como monumento histórico pertencente ao patrimônio nacional. O Ministério da Cultura atendeu ao pedido em julho de 2015.[3][4].

Referências