Usuário(a):AnaAlmeida324/Testes

O Bairro das Estacas, situado no Bairro de Alvalade, também conhecido como estudo de conjunto da célula 8, é considerado um exemplo de arquitetura moderna para a época. Apesar de propor estrutura habitacional sobre pilotis e de abrir o quarteirão, não quebra com o pedido no plano, mudam apenas o nome do logradouro, que passa a ser um local público. [1] Conseguimos identificar no Bairro de Alvalade conceitos urbanísticos diversos de outros modelos de cidade, no entanto, não se limita a reinterpretar esses modelos, faz uma síntese de todos os elementos e influências. [2] Este bairro situa-se no concelho de Lisboa pertencendo à zona do centro da cidade, limitado pela linha do comboio, Avenida Almirante Gago Coutinho, Avenida dos Estados Unidos da América e Avenida da República. A zona de Alvalade desde os seus primeiros estudos que é entendida como uma zona de grande privilegio à expansão da cidade, uma vez que os seus terrenos eram fáceis de negociar e pelo seu amplo espaço que dava a oportunidade de desenhar traços generosos. Os primeiros estudos de desenho urbano acontecem de 1938-39 sendo concluído em 1942 com a participação do arquiteto-urbanista Faria da Costa, sofrendo em 1944 grandes alterações. [3]

Bairro das Estacas editar

A proposta do Bairro das Estacas baseava-se na construção de uma série de blocos de edifícios de habitação, perpendiculares a estrada, paralelos entre si que viriam a substituir os grandes quarteirões que haviam sido previstos no plano. Estes blocos estão assentes sobre pilotis, que deu origem ao seu nome, permitindo a ocupação da sua parte inferior como um extenso espaço verde, dando prioridade ao percurso pedonal e qualificando a mesma zona. Os arquitetos responsáveis pela concretização deste projeto, como já identificados, foram Ruy Jervis Athouguia e Sebastião Formosinho Sanches, sendo este bairro premiado na Bienal de S. Paulo bem como prémio Municipal de Arquitetura de 1954, uma vez que rompeu com o modelo de arquitetura tradicional, que tanto era o gosto no Estado Novo, afastando-se de uma arquitetura de regime para o modernismo. [4]

Também designado por Zona Comercial a opção por vazar o piso térreo fez com que fosse possível o acesso direto aos logradouros, ocupando-os com comércio, estes passaram a ser também tratados como espaços verdes de lazer, ficando deste modo a ser espaços de utilização pública, que foi objeto do projeto paisagístico de Gonçalo Ribeiro Telles. [5]

Como já havia sido referido, os edifícios organizados em blocos são desenvolvidos segundos os cinco pontos para uma nova arquitetura que Le Corbusier defendia, a cobertura em laje coberta por chapa ondulada permitindo que o desenho dos objetos permanecem puros, grandes vãos em comprimento e varandas corridas moduladamente interrompidas com grelhas de betão, com quebra luzes verticais na fachada poente de maneira a controlar a incidência solar. São tornados como dados programáticos os valores da topografia, da insolação, do programa, das zonas verdes úteis, da racionalidade e do funcionalismo. [6]

A construção deste bairro deu-se por finalizada em 1951, sendo a novidade o edifício habitacional do lote 1, que se apresenta como um bloco de doze pisos, assente sobre pilotis, fazendo a ligação da célula 8 à Avenida de Roma. [7]

O Bairro das Estacas passa a ser assim também considerado um paradigma de Alvalade devido à opção dos arquitetos por elevar o volume de maneira a criar um vazio no seu piso térreo, o que fez com que houvesse uma maneira nova de ver os logradouros, uma vez que se tornaram espaços públicos.

  1. Costa, João (2010). Bairro de Alvalade: Um Paradigma no Urbanismo Português. [S.l.]: Livros Horizonte. 10 páginas 
  2. Costa, João (2010). Bairro de Alvalade: Um Paradigma no Urbanismo Português. [S.l.]: Livros Horizonte. 25 páginas 
  3. Costa, João (2010). Bairro de Alvalade: Um Paradigma no Urbanismo Português. [S.l.]: Livros Horizonte. pp. 9–10 
  4. Costa, João (2010). Bairro de Alvalade: Um Paradigma no Urbanismo Português. [S.l.]: Livros Horizonte. 99 páginas 
  5. Costa, João (2010). Bairro de Alvalade: Um Paradigma no Urbanismo Português. [S.l.]: Livros Horizonte. 99 páginas 
  6. Costa, João (2010). Bairro de Alvalade: Um Paradigma no Urbanismo Português. [S.l.]: Livros Horizonte. 120 páginas 
  7. Costa, João (2010). Bairro de Alvalade: Um Paradigma no Urbanismo Português. [S.l.]: Livros Horizonte. 129 páginas