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História editar

A Union of Concerned Scientists (UCS) foi fundada em 1969 por professores e alunos do Massachusetts Institute of Technology. De acordo com o documento fundador, a organização foi formada para dar início a um trabalho crítico contínuo da política governamental em áreas em que "a ciência e a tecnologia são de importância real ou potencial" e para "criar meios para desviar as aplicações de pesquisa da ênfase atual na tecnologia militar para a solução de problemas ambientais e sociais urgentes."[1] A organização emprega cientistas, economistas e engenheiros envolvidos em questões ambientais e de segurança, bem como pessoal executivo e de apoio.[2]

Um dos co-fundadores foi o físico e ganhador do Nobel Henry Kendall, que atuou por muitos anos como presidente do conselho da UCS.

Em 1992, Henry Kendall foi responsável pelo documento World Scientists' Warning to Humanity, patrocinado pela UCS, que pedia mudanças para uma série de questões ambientais e de segurança. O documento foi assinado por 1.700 cientistas, incluindo a maioria dos ganhadores do Prêmio Nobel de ciências.[3]

De acordo com o George C. Marshall Institute, a UCS foi o quarto maior beneficiário de subsídios de fundações para atividades relacionadas ao clima entre os anos 2000 e 2002, sendo um quarto de sua receita de subsídios de US$ 24 milhões destinada a esse fim.[4] A organização sem fins lucrativos Charity Navigator – que avalia instituições de caridade americanas – deu à UCS uma classificação de quatro em quatro estrelas no ano fiscal encerrado em setembro de 2018, com uma pontuação geral de 91,85 em 100.[5] De acordo com o IRS Form 990, a UCS recebeu US$ 39,9 milhões em receitas totais e teve US$ 3,1 milhões em despesas, além de US$ 48,8 milhões em ativos líquidos no ano fiscal iniciado em 1º de outubro de 2017 e encerrado em 30 de setembro de 2018.[6]

Cobertura da mídia editar

Em 1997, a UCS apresentou a petição "World Scientists Call For Action" aos líderes mundiais reunidos para discutir o Protocolo de Quioto. A declaração afirmava haver um consenso entre os climatologistas do mundo sobre a existência de uma influência humana discernível no clima global, incitando os governos a assumirem compromissos para reduzir as emissões de gases e considerando o aquecimento global “uma das ameaças mais sérias ao planeta e às gerações futuras.”[7] A petição foi assinada por mais de 1.500 cientistas, incluindo a maioria dos ganhadores do Nobel de ciência.[8][9] Quando uma contra-petição de um grupo conservador que questionava o consenso foi assinada por mais de 17.000 licenciados em ciências, a UCS acusou-a de ser uma “tentativa deliberada de enganar a comunidade científica com desinformação”.[10]

Em fevereiro de 2004, a UCS recebeu atenção da imprensa pela publicação "Scientific Integrity in Policymaking". O relatório criticava a administração do então presidente dos EUA, George W. Bush, por "politizar" a ciência. Algumas das alegações incluíam a alteração de informações nos relatórios sobre o aquecimento global da Environmental Protection Agency (EPA) e a escolha de membros de painéis consultivos científicos com base em interesses comerciais e não na experiência científica. Em julho de 2004, a UCS divulgou um adendo ao relatório no qual alegava que os relatórios sobre a mineração a céu aberto na Virgínia Ocidental foram alterados indevidamente e que indicados "bem qualificados" para cargos governamentais, como o ganhador do Nobel Torsten Wiesell, foram rejeitados por causa de diferenças políticas. Em 2 de abril de 2004, John Marburger, diretor do White House Office of Science and Technology Policy, emitiu uma declaração alegando que as descrições dos incidentes no relatório da UCS eram "falsas", "erradas" ou "uma distorção", e rejeitou o relatório, tido como "tendencioso".[11] A UCS refutou o documento da Casa Branca, considerando as afirmações de Marburger como injustificadas.[12]

Em 30 de outubro de 2006, a UCS emitiu um comunicado à imprensa que alegava que membros de alto escalão do U.S. Department of the Interior, incluindo a vice-secretária adjunta de Pesca e Vida Selvagem e Parques, Julie MacDonald, haviam adulterado sistematicamente dados científicos em um esforço para minar a proteção de espécies ameaçadas e a Endangered Species Act.[13]

Em 11 de dezembro de 2006, a UCS emitiu uma declaração solicitando a restauração da integridade científica na elaboração de políticas federais, que foi assinada por 10.600 cientistas importantes, incluindo ganhadores do Nobel.[14]

Em 23 de maio de 2007, a UCS citou um estudo em conjunto com o Massachusetts Institute of Technology em um comunicado à imprensa afirmando que "qualquer teste do sistema de defesa antimísseis dos EUA que não mostre se um míssil interceptador pode distinguir entre ogivas reais e iscas é irrelevante" e "artificial" e apelou para o fim do programa até que o sistema pudesse demonstrar capacidade para realmente enfrentar "ameaças do mundo real".[15]

Em 21 de junho de 2007, um relatório da UCS acusou a Environmental Protection Agency de manipulação política de dados científicos para influenciar as normas de regulamentação de ozônio dos EUA: "A lei diz para usar a ciência, a ciência diz para baixar o padrão para níveis seguros", disse Francesca Grifo, diretora de o Programa de Integridade Científica da UCS. “Ao desconsiderar a análise dos seus próprios cientistas, a EPA está arriscando a saúde de milhões de americanos”.[16][17]

Em agosto de 2008, a UCS comprou outdoors nos aeroportos de Denver, Colorado e Minneapolis-St. Paul, Minnesota, onde seriam realizadas as convenções presidenciais do Partido Democrata e do Partido Republicano daquele ano. Os outdoors mostravam as áreas centrais de cada cidade da convenção em uma mira, com a mensagem "quando apenas uma bomba nuclear pode destruir uma cidade, não precisamos de 6.000. É hora de levar a sério a redução da ameaça nuclear.", ao lado dos nomes de John McCain ou Barack Obama, e foram removidos após reclamação da Northwest Airlines, companhia aérea oficial da convenção do Partido Republicano. A UCS acusou a Northwest Airlines, cuja sede ficava em Minnesota, de agir como "censora" na ocasião. [18][19][20]

Em março de 2011, a UCS realizou correspondências diárias por telefone com a mídia relacionados ao acidente nuclear de Fukushima.[21]

Em Junho de 2020, uma funcionária da UCS chamada Ruth Tyson se demitiu e escreveu uma carta aberta de 17 páginas, expressando as suas opiniões sobre a desigualdade racial na organização e alegando que as ideias de trabalhadores negros eram rotineiramente rejeitadas ou não tidas como prioridade. Após ler a carta, o presidente da UCS, Kim Kimmell, afirmou que as críticas eram justas, prometendo diversificar a o quadro de trabalhadores da UCS.[22] A sua sucessora, Johanna Chao Kreilick, foi escolhida em parte por "seu histórico de integração de justiça racial no trabalho".[23]

A Expedição Antártica Belga (1897-1899( foi a primeira expedição durante o inverno na região Antártica. Liderada por Adrien de Gerlache de Gomery a bordo do RV Belgica, foi a primeira expedição belga à Antártica e é considerada a primeira expedição da Era Heróica da Exploração Antártica. Entre os seus membros, estavam Frederick Cook e Roald Roald Amundsen, exploradores que mais tarde tentariam conquistar respectivamente o Polo Norte e o Polo Sul.

Preparação e antecedentes editar

Em 1896, Adrien de Gerlache de Gomery comprou o navio baleeiro Patria, de construção norueguesa, que, após uma extensa reforma, foi rebatizado como Belgica.[24] Com uma tripulação multinacional que incluía Roald Amundsen da Noruega, Emil Racoviță da Roménia e Henryk Arctowski da Polónia, o Belgica partiu de Antuérpia em 16 de agosto de 1897.

A caminho da Antártica, a expedição visitou Madeira, Rio de Janeiro e Montevideo. O Belgica foi recebido com especial entusiasmo no Rio de Janeiro, onde vivia uma grande comunidade belga. Frederick Cook, um americano, juntou-se à expedição lá. Os brasileiros também se interessaram muito pelo empreendimento científico belga.[25][26] Algumas semanas depois, em Montevidéu, Amundsen escreveu em seu diário que nunca tinha visto tantas mulheres bonitas “no mesmo lugar e ao mesmo tempo”.[27]

Em janeiro de 1898, o navio alcançou a costa de Graham Land. Em 22 de janeiro, Carl Wiencke caiu no mar durante uma tempestade e se afogou. A Ilha Wiencke foi nomeada em sua homenagem. Navegando entre a costa de Graham Land e uma longa cadeia de ilhas a oeste, Gerlache nomeou a passagem de "Estreito da Bélgica". Mais tarde, a passagem foi renomeada como Estreito de Gerlache em sua homenagem. Depois de mapear e nomear várias ilhas em cerca de vinte desembarques, a expedição cruzou o Círculo Antártico em 15 de fevereiro.[28]

Não conseguindo encontrar um caminho para o Mar de Weddell, em 28 de fevereiro, a expedição ficou presa no gelo do Mar de Bellingshausen, perto da Ilha Pedro I.. É provável que Gerlache tenha navegado intencionalmente no gelo à deriva para congelar o navio no gelo durante o inverno.[29] Apesar dos esforços para libertar o Bélgica, a tripulação rapidamente percebeu que ficaria presa durante o inverno antártico.

Inverno editar

A expedição estava mal equipada e não tinha roupas de inverno suficientes para todos os tripulantes. Também faltava comida. Antes do início do inverno, houve caça de pinguins e focas para armazenamento de sua carne. Agasalhos foram improvisados ​​a partir de materiais disponíveis a bordo. Em 21 de março de 1898, Frederick Cook escreveu: "Estamos aprisionados em um mar de gelo sem fim... Contamos todas as histórias, reais e imaginativas, às quais somos iguais. O tempo pesa sobre nós à medida que a escuridão avança lentamente." [30]

Gerlache não gostou da carne de pinguim e foca que havia sido armazenada e tentou proibir o seu consumo, mas eventualmente acabou o incentivando. Sinais de escorbuto começaram a aparecer em alguns homens e dois tripulantes apresentaram sinais de doença mental. Gerlache e o capitão Georges Lecointe ficaram tão doentes que escreveram os seus testamentos. O tenente Danco adoeceu devido a um problema cardíaco e morreu em 5 de junho, sendo a Ilha Danco nomeada em sua homenagem. Cook e Amundsen assumiram o comando da expedição, já que Gerlache e Lecointe não conseguiam mais cumprir as suas funções por conta do escorbuto. A deficiência de vitamina C como verdadeira causa do escorbuto não havia sido descoberta até a década de 1920, mas Cook estava convencido de que a carne crua era uma possível cura para a doença devido às suas experiências com Robert Peary no Ártico. Então insistiu que todos a bordo comessem um pouco da carne de pinguim e de foca todos os dias. Até mesmo Gerlache começou a comer a carne. Aos poucos, os tripulantes recuperaram a saúde. Atualmente, sabe-se que a carne crua contém uma pequena quantidade de vitamina C.[31]

Seguiram-se vários meses de dificuldade. Mesmo com a chegada da primavera e do verão, as tentativas de libertar o navio do gelo falharam. Em janeiro de 1899, o Belgica ainda estava preso no gelo com uma espessura de cerca de 2 metros. A possibilidade de ter de enfrentar outro inverno ali parecia real. Como o mar aberto era visível a cerca de 800 metros de distância, Cook sugeriu que trincheiras fossem abertas para permitir que a Bélgica escapasse do gelo. A tripulação enfraquecida usou explosivo e várias ferramentas para abrir o canal. Finalmente, em 15 de fevereiro, conseguiram iniciar lentamente a descida no canal que haviam aberto nas semanas anteriores. Levaram quase um mês para cobrirem 7 milhas (11 km). A expedição regressou para Antuérpia em 5 de novembro de 1899. Apesar das condições precárias, a expedição conseguiu colher dados científicos, incluindo um ano inteiro de observações meteorológicas.

Recepção editar

No regresso à Antuérpia, a expedição foi calorosamente recebida. Há meses um comitê especial vinha planejando festividades de recepção.[32] Comum às expedições polares desta época, havia sentimentos de orgulho nacional e regional que cercavam as celebrações de regresso. O Estado belga homenageou Gerlache e os tripulantes da expedição, tornando-os membros da Ordem Real de Leopoldo. O governo municipal de Antuérpia homenageou os homens com medalhas, registrando os seus nomes no Livro de Ouro da cidade.[33]

[33] Tripulantes que deixaram a expedição:[34]

  • Johansen – Norueguês– contramestre; renunciou em 22 de agosto de 1897
  • Julliksen – Norueguês – carpinteiro; renunciou em 22 de agosto de 1897
  • Josef Duvivier – Belga – mecânico; demitido em 26 de outubro de 1897 no Rio de Janeiro, recontratado em Montevidéu, demitido novamente em Punta Arenas
  • Lemonier – Francês – cozinheiro; demitido em 13 de novembro de 1897, por insubordinação
  • Jan Van Damme – Belga – marinheiro; demitido em 11 de dezembro de 1897, por insubordinação
  • Maurice Warzee – Belga – marinheiro; demitido em 11 de dezembro de 1897, por insubordinação
  • Frans Dom – Belga – marinheiro; demitido em 11 de dezembro de 1897, por insubordinação

Preparativos editar

Plano editar

O objetivo da expedição era explorar o Oceano Ártico ao norte da Rússia e, idealmente, encontrar a via marítima da Passagem do Nordeste. O plano era viajar da Noruega para a costa norte de Novaya Zemlya e, de lá, através das Ilhas da Nova Sibéria, partir para a América, em um período de dois anos e meio. Esperava-se também descobrir terrenos que pudessem servir de base para chegar ao Polo Norte por mar.[35]

Financiamento editar

Os custos totais de 222.600 florins foram cobertos principalmente por doações privadas, muitas delas de nobres austro-húngaros. O principal patrocinador foi o conde Johann Nepomuk Wilczek, que doou ƒ30.000. O condeFranz Salm (1819–1887) doou ƒ20.000. Dos ministérios e da Academia de Ciências, a expedição recebeu ƒ10.340, além de ƒ10.000 da coroa. Outros patronos importantes foram o conde Ödön Zichy (1811–1894), o banqueiro Ludwig von Ladenburg (1873–1877), o arquiduqueRRainer of Austria e o barão Maximilian von Sterneck.

Tripulação editar

A tripulação veio de toda a Áutria-Hungria, especialmente da costa do Adriatic, a principal área de recrutamento da Marinha Austro-Húngara. A comunicação era principalmente em italiano.[36]

  • Karl Weyprecht – comandante (de Michelstadt, Hesse)
  • Julius Payer – líder das viagens terrestres (de Teplice, Bohemia)
  • Gustav Brosch – 1º oficial (de Chomutov, Bohemia)
  • Eduard Orel – 2º oficial (de Nový Jičín, Moravia)
  • Dr. Julius Kepes – médico (de Vary, Hungary)
  • Elling Carlsen – piloto de gelo e arpoador (de Tromsø, Norway)
  • Pietro Lusina – contramestre (de Rijeka)
  • Otto Krisch – mecânico e maquinista (de Pačlavice, Moravia)
  • Antonio Vecerina – carpinteiro (de Draga, Rijeka)
  • Josef Pospischil – fogueiro (de Přerov, Moravia)
  • Johann Oratsch – cozinheiro (fde Graz, Styria)
  • Johann Haller – caçador e montanhista (de Passeier Valley, Tyrol)
  • Alexander Klotz – caçador e montanhista (de Passeier Valley, Tyrol)
Marinheiros:
  • Antonio Zaninovich (de Hvar, Dalmatia)
  • Antonio Catarinich (de Lošinj, Istria)
  • Antonio Scarpa (de Trieste)
  • Antonio Lukinovich (de Brač, Dalmatia)
  • Giuseppe Latkovich (de Plomin, Istria)
  • Pietro Fallesich (de Rijeka)
  • Giorgio Stiglich (de Bakar, Croatia-Slavonia)
  • Vincenzio Palmich (de Volosko, Istria)
  • Lorenzo Marola (de Rijeka)
  • Francesco Lettis (de Volosko, Istria)
  • Giacomo Sussich (de Volosko, Istria)

Eles estavam acompanhados por dois cães da Lapônia e seis de Viena[37], além de dois gatos.[38]




A Expedição austro-húngara ao Polo Norte foi uma expedição científica ao oceano Ártico que teve lugar de 1872 a 1874, e que descobriu um dos arquipélagos mais setentrionais do mundo, a Terra de Francisco José.

Objetivos editar

De acordo com Julius von Payer (1841-1915), um dos líderes da expedição, a viagem tinha como intuito encontrar a Passagem do Nordeste, e por isso realmente exploravam a zona noroeste de Nova Zembla. De acordo com o outro líder, Karl Weyprecht (1838-81), o Polo Norte era um objetivo secundário. O financiamento teve um montante total de 175 000 florins, sufragados pelos nobres do Império, sendo os dois principais contribuintes Johann Nepomuk, conde Wilczek (1837-1922) e Ödon, conde Zichy (1811-1894).

O navio principal era o Tegetthoff, assim chamado em homenagem ao almirante austríaco Wilhelm von Tegetthoff, às ordens do qual servia Weyprecht. O navio foi construído por Teklenborg & Beurmann em Bremerhaven. Era uma escuna de 220 toneladas e três mastros, de 38,34 m de comprimento e com um motor de vapor de 100 CV (75 kW). A tripulação provinha de todas as partes do Império Austro-Húngaro, especialmente da Ístria e da Dalmácia.[39][40][41]

Preparação e antecedentes editar

Em 1896, Adrien de Gerlache de Gomery comprou o navio baleeiro Patria, de construção norueguesa, que, após uma extensa reforma, foi rebatizado como Belgica.[42]

A caminho da Antártica, a expedição visitou Madeira, Rio de Janeiro e Montevideo. O Belgica foi recebido com especial entusiasmo no Rio de Janeiro, onde vivia uma grande comunidade belga. Frederick Cook, um americano, juntou-se à expedição lá. Os brasileiros também se interessaram muito pelo empreendimento científico belga.[43][44] Algumas semanas depois, em Montevidéu, Amundsen escreveu em seu diário que nunca tinha visto tantas mulheres bonitas “no mesmo lugar e ao mesmo tempo”.[45]

Em janeiro de 1898, o navio alcançou a costa de Graham Land. Em 22 de janeiro, Carl Wiencke caiu no mar durante uma tempestade e se afogou. A Ilha Wiencke foi nomeada em sua homenagem. Navegando entre a costa de Graham Land e uma longa cadeia de ilhas a oeste, Gerlache nomeou a passagem de "Estreito da Bélgica". Mais tarde, a passagem foi renomeada como Estreito de Gerlache em sua homenagem. Depois de mapear e nomear várias ilhas em cerca de vinte desembarques, a expedição cruzou o Círculo Antártico em 15 de fevereiro.[46]

Não conseguindo encontrar um caminho para o Mar de Weddell, em 28 de fevereiro, a expedição ficou presa no gelo do Mar de Bellingshausen, perto da Ilha Pedro I.. É provável que Gerlache tenha navegado intencionalmente no gelo à deriva para congelar o navio durante o inverno.[47]

Plano editar

O plano era viajar da Noruega para a costa norte de Novaya Zemlya e, de lá, através das Ilhas da Nova Sibéria, partir para a América, em um período de dois anos e meio. Esperava-se também descobrir terrenos que pudessem servir de base para chegar ao Polo Norte por mar.[48]

A viagem editar

 
Julius Payer, um dos líderes da expedição.

O Tegetthoff, com a sua tripulação de 24 homens, deixou Tromsø, na costa da Noruega, em julho de 1872. Em finais de agosto ficaram presos na banquisa a norte de Nova Zembla, ficando à deriva nas até então desconhecidas regiões polares. Nessa deriva, a expedição descobriu um arquipélago a que chamou Terra de Francisco José em homenagem ao imperador austro-húngaro Francisco José I, em 30 de Agosto de 1973.[39][40][41]

Em maio de 1874 o capitão Weyprecht decidiu abandonar o barco preso no gelo e iniciar o regresso em trenós e botes. Em 14 de agosto de 1874, a expedição chegou a mar aberto e em 3 de setembro, finalmente, os seus integrantes conseguiram voltar à Rússia continental.

Inverno editar

A expedição estava mal equipada e não tinha roupas de inverno suficientes para todos os tripulantes. Também faltava comida. Antes do início do inverno, houve caça de pinguins e focas para armazenamento de sua carne. Agasalhos foram improvisados ​​a partir de materiais disponíveis a bordo. Em 21 de março de 1898, Frederick Cook escreveu: "Estamos aprisionados em um mar de gelo sem fim... Contamos todas as histórias, reais e imaginativas, às quais somos iguais. O tempo pesa sobre nós à medida que a escuridão avança lentamente." [49]

Gerlache não gostou da carne de pinguim e foca que havia sido armazenada e tentou proibir o seu consumo, mas eventualmente acabou o incentivando. Sinais de escorbuto começaram a aparecer em alguns homens e dois tripulantes apresentaram sinais de doença mental. Gerlache e o capitão Georges Lecointe ficaram tão doentes que escreveram os seus testamentos. O tenente Danco adoeceu devido a um problema cardíaco e morreu em 5 de junho, sendo a Ilha Danco nomeada em sua homenagem. Cook e Amundsen assumiram o comando da expedição, já que Gerlache e Lecointe não conseguiam mais cumprir as suas funções por conta do escorbuto. A deficiência de vitamina C como verdadeira causa do escorbuto não havia sido descoberta até a década de 1920, mas Cook estava convencido de que a carne crua era uma possível cura para a doença devido às suas experiências com Robert Peary no Ártico. Então insistiu que todos a bordo comessem um pouco da carne de pinguim e de foca todos os dias. Até mesmo Gerlache começou a comer a carne. Aos poucos, os tripulantes recuperaram a saúde. Atualmente, sabe-se que a carne crua contém uma pequena quantidade de vitamina C.[50]

Significado editar

As descobertas e experiências da expedição significaram uma importante contribuição para a ciência polar, especialmente a descoberta da Passagem do Nordeste por Adolf Erik Nordenskiöld. Também deu um impulso ao Ano Polar Internacional, o que significou uma mudança do modelo de expedições individuais, quase encaradas como corridas desportivas, para dar lugar à cooperação científica em todo o mundo para explorar as regiões polares.

A expedição conseguiu resultados notáveis nos campos da meteorologia, astronomia, geodesia, magnetismo, zoologia, e observações da aurora boreal, que foram publicados pela Academia Austríaca de Ciências em 1878. Além disso, foi publicado um livro (A expedição austro-húngara ao Polo Norte 1872-74) e pinturas realizadas por Payer, provavelmente as únicas pinturas de uma expedição polar criadas pelo próprio explorador.[51]

Recepção editar

No regresso à Antuérpia, a expedição foi calorosamente recebida. Há meses um comitê especial vinha planejando festividades de recepção.[52] Comum às expedições polares desta época, havia sentimentos de orgulho nacional e regional que cercavam as celebrações de regresso. O Estado belga homenageou Gerlache e os tripulantes da expedição, tornando-os membros da Ordem Real de Leopoldo. O governo municipal de Antuérpia homenageou os homens com medalhas, registrando os seus nomes no Livro de Ouro da cidade.[39]

Tripulantes que deixaram a expedição:[53]

  • Johansen – Norueguês– contramestre; renunciou em 22 de agosto de 1897
  • Julliksen – Norueguês – carpinteiro; renunciou em 22 de agosto de 1897
  • Josef Duvivier – Belga – mecânico; demitido em 26 de outubro de 1897 no Rio de Janeiro, recontratado em Montevidéu, demitido novamente em Punta Arenas
  • Lemonier – Francês – cozinheiro; demitido em 13 de novembro de 1897, por insubordinação
  • Jan Van Damme – Belga – marinheiro; demitido em 11 de dezembro de 1897, por insubordinação
  • Maurice Warzee – Belga – marinheiro; demitido em 11 de dezembro de 1897, por insubordinação
  • Frans Dom – Belga – marinheiro; demitido em 11 de dezembro de 1897, por insubordinação

Referências

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Medieval editar

Na europa, o que contribuiu posteriormente para as

In Europe, medieval physics was influenced by the idea of pneuma, helping to shape later aether theories.