Licenciado em Física pela USP, mestre e doutorando em Ciências (na área de Ensino; linha de pesquisa em Filosofia e História da Ciência) pela USP, com pesquisas na área de Fundamentos da Física (estudos das estruturas lógicas das teorias e de suas evoluções históricas) e de Filosofia do Conhecimento (Epistemologia) e Lógica.

Trabalho principalmente com os autores Paul Feyerabend, Thomas Kuhn, Karl Popper, Imre Lakatos (História, Lógica e Filosofia da Ciência), Paulo Freire (Educação) e Bruno Latour (Sociologia/Antropologia da Ciência).

Minha dissertação de mestrado centrou-se no tema da "autoridade da ciência": não no intuito de negá-la, mas de desmitificá-la, atentando para os problemas abertos da epistemologia contemporânea - o problema da demarcação, o problema da comensurabilidade entre teorias, o problema da aceitação e outros (cf. L. H de A. DUTRA, "Introdução à teoria da Ciência" - UFSC, 2010).

Atualmente, tenho me interessado muito pela questão do diálogo entre ciência e religião. De fato, nota-se uma grande profusão de falácias e erros lógicos por parte de ambos os lados. Ademais, a Ciência não pode assumir-se ateísta ou teísta (pelo critério de seleção, a paradigmática atual entende que só é objeto de estudo científico o que obedece ao critério de reprodutibilidade, situação essa em que não se enquadram os fenômenos religiosos; de maneira que a Ciência não pode negá-los nem afirmá-los, senão que nada pode afirmar a respeito).

Acredito que há, porém uma assimetria no debate: Por um lado, o religioso - que pode ser qualquer popular piedoso, independente de formação acadêmica. Por outro, apesar da já comentada falha em se atribuir relação lógica estrita (de um "se e somente se") entre ateísmo e ciência (sendo, porém que há correlação estatística forte entre ambos), o ateísta científico que pressupõe-se de boa formação acadêmica. Por isso exposto, entendo que é muito mais grave o cometer falácias lógicas por parte do ateísta científico que por parte do religioso sem formação adequada.