Usuário(a):Femininja/Testes

Monument to Battle of Salga.

Brianda Pereira (Porto Judeu, c. 1550 — Jurisdiction of the former County of São Sebastião Village, c. 1620) was an Azorean woman renowed by the historiography of the Battle of Salga and the events that made her the resistance heroine of Terceira Island against Philip II of Spain .

Although there is no historical data to support its existence, Brianda Pereira's persona was mythologized by the 19th Century's Romantic Era and was heavily advertised as a heroine by Estado Novo 's powerful propaganda machine to instill a strong portuguese nationalist feeling in the Azoreans, people from islands isolated from each other, surrounded by sea, far away from the mainland.

Brianda's persona became popular: a large number of folk theatrical plays, songs and Carnival dances were written about her, and she was adopted as a matron of various institutions.


Biography editar

The exact birthplace of Brianda Pereira isn't known: she was either born in the city of Angra or in Porto Judeu (a then Municipality of the Village of São Sebastião). Brianda was born to Álvaro Anes de Alenquer and Maria Pereira de Sousa, descendants of some of the first island aristocracy settlers.

Brianda married Bartolomeu Lourenço and moved with him to Salga valley, in Porto Judeu coastal area. The couple lived a fairly comfortable life, with some owned lands and a wealthy farm house, when in the 25th of June of 1581, due to the ongoing battle between supporters of Philip II of Spain and Anthony I of Portugal, the spanish fleet landed in the shore near Brianda's house and immediately burned the crops and existing houses in the vicinity, seizing everyone they could find. Bartolomeu Lourenço, injured, was among the prisoners.


As fontes da época são omissas quanto ao papel de Brianda Pereira na contenda, havendo apenas menção a uma Ângela Pereira (Brianda tinha uma irmã com este nome) numa Relação[1] coeva, de autor anónimo, a qual diz:[2]

Vivia ali um Bartolomeu Lourenço com mulher e filhos; a mulher andava em corpo, sendo mulher nobre e moça, e seu marido lavrador rico entre a gente da terra, dizendo que ela fugira de entre as mão deles [os soldados do partido espanhol] cuidando que seu marido fizera o mesmo, e que o já tinham cativo ferido, fugindo um seu filho que o viera contar. A pobre mulher andava como doida, e os soldados da armada de posse de sua casa e de toda a sua fazenda […] Quando a pobre mulher, por nome Ângela Pereira,[3] viu arder a sua casa e os frescais da eira, e seu marido cativo e ferido, e sua casa e fazenda em poder dos soldados, e ela com pressa em saia escapou, parecia uma doida e com as lástimas que dizia animava os portugueses para que melhor pelejassem, e a tinham por mão porque se queria ir meter em sua casa: e porque era moça e nobre e bem parecida, e mulher muito galharda, sem falta sua honra e vida por resistir seria acabada. E a fizeram recolher, com outras mulheres a cima a uma igreja de São João.

Foi a partir desta descrição, já que o outro relato contemporâneo dos acontecimentos que se conhece,[4] devido a frei Pedro de Frias, a não menciona, que se iniciou a mitificação da heroína Brianda Pereira.

A construção do mito deve-se em boa parte a Francisco Ferreira Drumond, que nos Anais da Ilha Terceira, aparentemente fazendo fé na tradição oral da sua vila natal, já a descreve como uma nova Lucrécia:[5]

… onde se achava, e ainda existe, a quinta, ou casa, de Bartolomeu Lourenço, lavrador abastado, que nela vivia com sua mulher Brianda Pereira, moça nobre e assaz formosa, da qual tinha filhos. Parece que a sua beleza fora nos dias antecedentes objecto da curiosidade dos castelhanos, porque foi o primeiro despojo que eles quiseram saquear de sua casa. Felizmente pode esta nova Lucrécia escapar-se às mãos dos soberbos Tarquínios que a pretendiam, e já levavam prisioneiro ao marido, a quem haviam ferido gravemente, e a um filho; e achando-se já senhores da casa, e de tudo que nele havia, saqueavam, destruíam e convulsavam à sua vontade todos os móveis, chegando finalmente ao excesso de largarem fogo aos frescais de trigo que estavam na eira..

A partir daqui estava lançado o mote: Brianda Pereira era a heroína, a ela se atribuindo os mais diversos feitos, desde participar na peleja até ter sido a autora da estratégia de enviar vacas em tropel sobre os espanhóis. José Joaquim Pinheiro, nas suas Épocas Memoráveis da Ilha Terceira,[6] já diz que Brianda Pereira:

… mostrou o seu ânimo varonil, armando com dardos as mulheres que tinham corrido à peleja com seus maridos e filhos, e persuadindo com argumentos de virtuosa esposa e mãe desvelada a gente terceirense, leva as do seu sexo a carregarem sobre o inimigo com tal denodo que puderam alcançar a salvação do prisioneiro ancião e de se filho, ambos bastante feridos. Só não pôde esta heróica espartana evitar o incêndio que lavrava na casa e na eira…

O capítulo final da glorificação de Brianda Pereira é escrito por Gervásio Lima,[7] que na sua prosa inflamada a alpendura aos píncaros da virtude e da heroicidade nacionalistas. Os escritos de Gervásio Lima, que gozaram de grande popularidade até meados do século XX, com a posterior ajuda da bem oleada máquina de propaganda do Estado Novo, fizeram de Brianda Pereira um figura popular, particularmente por apelar à heroicidade dos habitantes da ilha Terceira e assim alimentar o sentimento bairrista que ali se viveu.

Durante os anos todas as referências à história e a heroicidade da Terceira, incluíam obrigatoriamente uma vénia a Brianda, o arquétipo da heroína da portugalidade. Foram escritas e representadas algumas centenas de peças de teatro popular e danças de Carnaval tendo como assunto a acção de Brianda Pereira. Embora na Terceira, o assunto tenha caído num relativo esquecimento, nas comunidades de origem açoriana parece continuar a ser popular, com o seu apelo nacionalista e ao bairrismo terceirense.

No Porto Judeu Brianda Pereira deu o nome a uma das escolas (no Caminho da Cidade, desta freguesia, hoje extinta) e a uma das sociedade recreativas - Brianda Pereira - com filarmónica e Teatro.

Referências

  1. "Relação das coisas que aconteceram em a cidade de Angra, Ilha Terceira, depois que se perdeu El-Rei D. Sebastião em África". In: Archivo dos Açores, vol. IX:551-555 e vol. X:5-89.
  2. Ibidem: vol. X, p. 14.
  3. Confusão com uma sua irmã deste nome.
  4. Pedro de Frias, Crónica del Rei D. António. In: Acta Universitatis Conimbrigensis. Coimbra, 1955.
  5. Francisco Ferreira Drummond (1850), Anais da Ilha Terceira, tomo I, p. 219.
  6. José Joaquim Pinheiro, Épocas Memoráveis da Ilha Terceira, vol. II, p. 56.
  7. A Pátria Açoreana. Angra do Heroísmo: Tip. Editora Açoreana (1928).

Bibliografia editar

  • ENES, Carlos. "Brianda Pereira: a construção do mito". In: Atlântida, Angra do Heroísmo, XLIX, 2004. p. 45-56.
  • FRIAS, Pedro de, Crónica del Rei D. António. In: Acta Universitatis Conimbrigensis. Coimbra, 1955.
  • MOTA, Valdemar. A Salga em Frei Pedro de Frias e uma Mulher Chamada Brianda. Angra do Heroísmo: Câmara Municipal, 1981.
  • PINHEIRO, José Joaquim. Épocas Memoráveis da Ilha Terceira (6 vol.). Angra do Heroísmo: Typographia de "A União", 1890-1896.
  • "Relação das coisas que aconteceram em a cidade de Angra, Ilha Terceira, depois que se perdeu El-Rei D. Sebastião em África". In: Archivo dos Açores, vol. IX:551-555 e vol. X:5-89.

Ligações externas editar