Usuário(a):JMPBrandao/Testes

Orquestra Jazz de Matosinhos editar

A Orquestra Jazz de Matosinhos nasceu em 1999 depois de dois anos em palco sob o nome de Héritage Big Band. Criada por Pedro Guedes, esta big band deu origem a uma associação sem fins lucrativos que promove a criação, a investigação, a divulgação e a formação na área do Jazz. Cruzando ambição internacional com sentido de responsabilidade local, a Orquestra Jazz de Matosinhos tem investido de forma continuada no desenvolvimento de projectos artísticos diversificados, de projectos formativos coerentes e na edição discográfica de jazz português sendo pioneira num território largamente inexplorado.

De Héritage Big Band a Orquestra Jazz de Matosinhos editar

A falta de tradição jazzística em Portugal não inibiu Pedro Guedes na hora de criar uma big band no início de 1997. Com uma residência quinzenal do Héritage Café, em Matosinhos, a Héritage Big Band nasceu com 12 músicos - quatro saxofones (José Luís Rego, Rui Teixeira, Mário Santos e Manuel Caspurro), dois trompetes (Miguel Reis Lima e José Silva), três trombones (Fernando Alves, David Silva e Jorge Freitas), um contrabaixo (António Augusto Aguiar), um baterista (Acácio Salero) e um pianista (Pedro Guedes) – e rapidamente conquistou as atenções dos críticos e dos seguidores de Jazz.

Cerca de dois anos depois, e já com 17 músicos – entretanto integraram o grupo Carlos Azevedo (pianista), Susana Santos Silva (trompete), Rogério Ribeiro (trompete), Paulo Perfeito (trombone) e Mário Brito (saxofone) – a big band do Héritage Café tornou-se a primeira orquestra municipal de jazz do país. A primeira apresentação com o nome de Orquestra Jazz de Matosinhos aconteceu no dia 27 de Novembro de 1998, na abertura da FNAC do Norteshopping, em Matosinhos.

Não existia nenhuma formação especifica na área do jazz, nem o hábito de trabalhar em grupo grandes. A evolução foi enorme, quer ao nível dos músicos, tomados individualmente, quer como grupo, e hoje somos, de facto, uma orquestra”, afirmou Pedro Guedes ao jornal Público em 1998.

Orquestra Jazz de Matosinhos editar

Constituída a 15 de Dezembro de 1999, com o apoio da Câmara Municipal de Matosinhos, a Associação Orquestra Jazz de Matosinhos é uma instituição sem fins lucrativos que cumpre o papel de uma Orquestra Nacional de Jazz.

Dirigida por Pedro Guedes e Carlos Azevedo, tem colaborado com nomes tão diversos como Maria Schneider, Carla Bley, Lee Konitz, John Hollenbeck, Jim McNeely, Kurt Rosenwinkel, João Paulo Esteves da Silva, Carlos Bica, Ingrid Jensen, Bob Berg, Conrad Herwig, Mark Turner, Rich Perry, Steve Swallow, Gary Valente, Dieter Glawischnig, Stephan Ashbury, Chris Cheek, Ohad Talmor, Joshua Redman, Andy Sheppard, Dee Dee Bridgewater, Maria Rita, Maria João, Mayra Andrade e Manuela Azevedo entre muitos outros.

A OJM tem actuado regularmente nas principais salas do país e também em Barcelona, Bruxelas, Milão, Nova Iorque, Boston e Marselha. Foi a primeira formação portuguesa de jazz a participar num festival norte-americano (JVC Jazz Festival, Carnegie Hall, em 2007), participou no Beantown Jazz Festival de Boston e realizou temporadas nos clubes nova-iorquinos Birdland, Jazz Standard, Jazz Gallery e Iridium. Em 2015 volta ainda a integrar o cartaz do Voll-Damm Festival Internacional de Jazz de Barcelona, tendo já agendadas para 2016 atuações no Blue Note de Nova Iorque e na Konzerthaus de Viena, onde apresentará “Our secret world”, com Kurt Rosenwinkel. A discografia da OJM começou a ver a luz do dia em 2006 e é o reflexo de algumas das suas colaborações mais sólidas. Depois de “Orquestra Jazz de Matosinhos Invites: Chris Cheek” (Fresh Sound New Talent), surgiu “Portology” (Omnitone), com Lee Konitz - Ohad Talmor Big Band como compositor e solista principal. Da colaboração com o guitarrista Kurt Rosenwinkel resultou a gravação de “Our Secret World” (WomMusic), lançado em 2010 nos EUA e em Portugal. Um ano depois foi editado o álbum com a cantora Maria João, “Amoras e Framboesas” (Universal Music). Em 2013 surgiu “Bela Senão Sem” (TOAP), com arranjos originais sobre a música do pianista João Paulo Esteves da Silva. Em 2014 foi editado o álbum “Jazz Composers Forum: today’s european-american big band writing” (TOAP), trabalho que resultou da gravação de oito encomendas feitas a oito compositoresamericanos e europeus – Steven Bernstein, Darcy James Argue, Guillermo Klein, Ohad Talmor, Pierre Bertrand, Frank Vaganée, Julien Argüelles e Florian Ross – para o ciclo de concertos com o mesmo nome que teve lugar no Cine-Teatro Constantine Nery. A orquestra desenvolve igualmente, desde 2010, um projecto destinado à criação de um centro de alto rendimento artístico (CARA) em Matosinhos, promovendo o diálogo entre arte, ciência e tecnologia, designadamente através de projetos multidisciplinares que visem a investigação e desenvolvimento de soluções para a criação, fruição e disseminação de conteúdos criativos.

Com o intuito de se tornar numa orquestra ibérica, a OJM estreou-se em 2014 no Voll-Damm Festival Internacional de Barcelona, tendo como convidado o guitarrista Kurt Rosenwinkel. Em 2015, o convidado da orquestra no festival catalão foi o saxofonista Mark Turner.

A aposta na internacionalização continua em 2016, ano que começou com um concerto da OJM na mítica Konzerthaus de Viena, na Áustria. Com base em Matosinhos, mas com um percurso notável e impar internacionalmente, a OJM reforça a aposta na divulgação da sua música em todo o mundo. Seguem-se uma residência no Blue Note, em Nova Iorque, e a participação em festivais de jazz em Belgrado e Barcelona.

Serviço educativo

Ao longo dos anos, a Orquestra Jazz de Matosinhos conquistou o reconhecimento internacional sem nunca esquecer o seu meio envolvente. Disponível para parcerias com nomes consagrados mas também com artistas emergentes, a OJM tem feito um trabalho notável e, ano após ano, é grande a vontade de fazer mais.

Com base em Matosinhos, a orquestra desenvolveu um projecto em parceria com as escolas do concelho a que deu o nome de “Grande Pesca Sonora”. Com o intuito de dar a conhecer aos alunos e à população um pouco mais do mundo em que se move, a OJM propôs-se a partilhar ferramentas e modos de trabalho na construção de um concerto com um tema distinto a cada edição. 

Depois de uma primeira edição experimental em 2014, em 2015 a equipa da OJM, coordenada por João Pedro Brandão, esteve cinco meses com 50 alunos do 7º ao 12º anos da Escola Secundário Augusto Gomes a preparar o espectáculo "Padrões e Pregões", onde se cruzaram os padrões ("riffs") tradicionais da escrita para Big Band de Jazz com os padrões existentes característicos da cidade de Matosinhos. Estes padrões foram recolhidos e re-interpretados pelos alunos e monitores numa abordagem interdisciplinar e apresentados ao vivo num concerto que contou com a participação da OJM. 

Aprendi que o jazz não é só um estilo de música clássica - Jornal de Notícias 

Projecto "Jazz na escola" nasceu há cinco meses - RTP 

Discografia

Músicos editar

  • Direcção musical, Piano: Pedro Guedes, Carlos Azevedo.
  • Madeiras: José Luís Rego, João Guimarães, João Pedro Brandão, Mário Santos, José Pedro Coelho, Rui Teixeira.
  • Trompete: Gileno Santana, Javier Pereiro, Rogério Ribeiro, Susana Santos Silva.
  • Trombone: Daniel Dias, Álvaro Pinto, Paulo Perfeito, Andreia Santos, Gonçalo Dias.
  • Secção Rítmica: Demian Cabaud, Marcos Cavaleiro.

Referências

Ligações externas