Usuário(a):JamilliB/Testes
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Audiograma
editarO Audiograma é um gráfico que descreve a capacidade e sensibilidade auditiva do indivíduo, evidenciando a habilidade de detecção dos sons. Ele demonstra o mínimo de intensidade sonora que um indivíduo consegue detectar em determinadas frequências, audíveis ao ouvido humano (Limiar Auditivo). É construído em forma de grade, na qual as frequências, em Hertz (Hz), estão representadas em escala logarítmica no eixo da abscissa (eixo x), e a intensidade, em decibel (dB), no eixo da ordenada (eixo y). O eixo da abscissa deve incluir as frequências de 125 Hz a 8.000 Hz, com a legenda de “Frequência em Hertz (Hz)”. O eixo da ordenada deve incluir níveis de audição de -10 dB a 120 dB (de acordo com a saída máxima de cada equipamento) com a legenda de “Nível de Audição em Decibel (dB)” .[1]
Esse gráfico é obtido a partir de uma Audiometria Tonal Liminar , exame realizado por um fonoaudiólogo ou médico especializado, que será parte essencial para a realização do diagnóstico audiológico, podendo identificar normalidade ou perda auditiva de diferentes tipos, graus e configurações. Os limiares auditivos obtidos durante o teste devem ser dispostos e representados graficamente no audiograma, utilizando um sistema de símbolos padronizados. É importante ressaltar que nenhum exame isolado tem valor diagnóstico absoluto, o resultado efetivo é dado através de avaliações convencionais, com a realização não só da Audiometria, como também da Logoaudiometria e das Medidas da Imitância Acústica (Timpanometria e Reflexos Acústicos), havendo a comparação da história clínica, do comportamento auditivo e da compatibilidade entre as informações obtidas e, caso haja a necessidade, há ainda a alternativa de avaliações complementares.
Para que se determine o limiar auditivo, o indivíduo precisa detectar pelo menos 50% dos estímulos sonoros apresentados. São pesquisados os valores dos limiares da via aérea de cada orelha (direita e esquerda) nas frequências de 250, 500, 1.000, 2.000, 3.000, 4.000, 6.000 e 8.000 Hz; e de via óssea nas frequências de 500, 1.000, 2.000, 3.000 e 4.000 Hz.
Com base nos critérios da OMS (2020), a audição é considerada normal quando os limiares de via aérea encontram-se entre 0 e 20 dB. Podendo variar, de acordo com os padrões empregados.
Padronização Internacional
editarOs resultados da audiometria são registrados no audiograma sob a forma de símbolos convencionados internacionalmente. Estes símbolos, recomendados pela Associação Americana de Fala, Linguagem e Audição[2] (ASHA, 1990), recebem cores, formas e direções, que diferem segundo a orelha indicada. A orelha direita é representada pela cor vermelha, enquanto que a esquerda, caracteriza-se pelo uso da cor azul.
O audiograma contempla símbolos correspondentes a limiares de via aérea (VA) e de via óssea (VO).
PROCEDIMENTO DE TESTE | ORELHA DIREITA | ORELHA ESQUERDA |
---|---|---|
Via aérea (com fones) | ||
Sem mascaramento | o | x |
Com mascaramento | Δ | □ |
Ausência de resposta não mascarada | ↙o | x↘ |
Ausência de resposta mascarada | ↙Δ | □↘ |
Via óssea (Mastóide) | ||
Resposta não mascarada | ‹ | › |
Resposta mascarada | [ | ] |
Ausência de resposta não mascarada | ↙‹ | ›↘ |
Ausência de resposta mascarada | ↙[ | ]↘ |
Via óssea (fronte) | ||
Resposta mascarada | ┌ | ┐ |
Ausência de resposta mascarada | ↙┌ | ┐↘ |
Campo livre | ||
Resposta | Ø | ≠ |
Resposta inespecífica | S | |
Ausência de resposta | ↙Ø | ≠↘ |
Os símbolos audiométricos foram especificados para possibilitar a diferenciação, independentemente das cores convencionadas: a) orelha direita da orelha esquerda; b) condução aérea de condução óssea; c) limiares mascarados de limiares não mascarados; d) presença de resposta e ausência de resposta; e) tipo de transdutores (fone supra aural, de inserção, vibrador e alto-falante) utilizados para a apresentação do estímulo.
Resultados Audiológicos
editarO audiograma deve abranger o tipo, grau, configuração e a lateralidade da perda auditiva, conforme os critérios adotados.
Tipo de perda auditiva
editarCom base nos autores Silman e Silverman (1997), os tipos de perda auditiva podem ser classificados em: Perda auditiva condutiva, Perda auditiva sensorioneural e Perda auditiva mista. Por meio da definição do tipo de perda, realiza-se o topodiagnóstico da alteração.
Tipo de perda | Características |
---|---|
Perda auditiva condutiva | Limiares de via óssea menores ou iguais a 15 dBNA e limiares de via aérea maiores que 25 dBNA, com gap aéreo-ósseo* maior ou igual a 15dB. |
Perda auditiva sensorioneural | Limiares de via óssea maiores do que 15 dB NA e limiares de via aérea maiores que 25 dB NA, com gap aéreo-ósseo* de até 10 dB. |
Perda auditiva mista | Limiares de via óssea maiores do que 15 dB NA e limiares de via aérea maiores que 25 dB NA, com gap aéreo-ósseo* maior ou igual a 15 dB. |
*Gap aéreo-ósseo - diferença entre os limiares aéreos e ósseos: indica a perda de energia sonora na orelha média e na orelha externa antes de chegar na cóclea.
Grau da perda auditiva
editarQuanto ao grau da perda auditiva, são encontradas na literatura diversas recomendações. Alguns autores classificam a perda auditiva com base na média dos limiares tonais das frequências de 500, 1000 e 2000 Hz , como por exemplo Lloyd e Kaplan (1978) ou Davis, (1970, 1978). Enquanto que outros realizam a média quadritonal das frequências de 500, 1000, 2000 e 4000 Hz, como pode ser observado nos estudos de BIAP (1996).
Graus de perda auditiva | Média entre as frequências de 500, 1000, 2000 e 4000 Hz (ADULTO) | Desempenho |
---|---|---|
Audição Normal | 0-25 dB | Nenhuma ou pequena dificuldade; capaz de ouvir cochichos |
Leve | 26-40 dB | Capaz de ouvir e repetir palavras em volume normal a um metro de distância |
Moderado | 41-60 dB | Capaz de ouvir e repetir palavras em volume elevado a um metro de distância |
Severo | 61-80 dB | Capaz de ouvir palavras em voz gritada próximo à melhor orelha |
Profundo | >81 dB | Incapaz de ouvir e entender mesmo em voz gritada na melhor orelha |
Em 2020, a Organização Mundial da Saúde publicou um material intitulado "Basic Ear and Hearing Care Resource[5]", atualizando a classificação. Seguindo este novo parâmetro, é possível identificar uma perda auditiva de grau leve a partir de 20 dB.
Graus de perda auditiva | Média entre as frequências de 500, 1000, 2000 e 4000 Hz | Desempenho |
---|---|---|
Audição Normal | <20 dB | Nenhum problema em ouvir sons |
Leve | 20 < 35 dB | Pode apresentar dificuldade em ouvir o que é falado em locais ruidosos |
Moderado | 35 < 50 dB | Pode apresentar dificuldade em ouvir conversas, particularmente em lugares com ruidosos |
Moderadamente severo | 50 < 65 dB | Dificuldade em participar de uma conversa especialmente em locais ruidosos. Mas pode ouvir se falarem com a voz mais alta sem dificuldade |
Severo | 65 < 80 dB | Não ouve a maioria das conversas e pode ter dificuldade em ouvir sons elevadas. Dificuldade extrema para ouvir em lugares ruidosos e fazer parte de uma conversa |
Profundo | 80 < 95 dB | Dificuldade extrema em ouvir voz em forte intensidade |
Perda Auditiva completa/ surdo | >95 dB | Não consegue escutar nenhuma conversa e a maioria dos sons ambientais. |
Configuração Audiométrica
editarEsta classificação considera a configuração (desenho/curva), relacionando os valores de intensidade e frequência, dos limiares de via aérea de cada orelha.
Tipo de configuração | Características |
---|---|
Ascendente | Melhora igual ou maior que 5 dB por oitava em direção às frequências altas |
Horizontal | Limiares alternando melhora ou piora de 5 dB por oitava em todas as frequências |
Descendente leve | Piora entre 5 a 10 dB por oitava em direção às frequências altas |
Descendente acentuada | Piora entre 15 a 20 dB por oitava em direção às frequências altas |
Descendente em rampa | Curva horizontal ou descendente leve com piora ≥ 25 dB por oitava em direção às frequências altas |
Em U | Limiares das frequências extremas melhores que as frequências médias com diferença ≥ 20 dB |
Em U invertido | Limiares das frequências extremas piores que as frequências médias com diferença ≥ 20 dB |
Em entalhe | Curva horizontal com descendência acentuada em uma frequência isolada, com recuperação na frequência subsequente |
Lateralidade
editarA perda pode ser classificada como bilateral, caso ambas as orelhas mostrem-se alteradas e unilateral se apenas uma das orelhas apresentar perda auditiva.
Simetria
editarAlém disso, ainda pode-se acrescentar outras informações às características audiométricas, tais como: simétrica, quando ambas as orelhas possuírem o mesmo grau e a mesma configuração, ou assimétrica, quando manifestarem-se de maneiras diferentes.
Referências
editar- ↑ «Manual de Procedimentos em Audiometria Tonal Liminar, Logoaudiometria e Medidas da Imitância Acústica.» (PDF). Sistema de Conselhos Federal e Regional de Fonoaudiologia. Fevereiro de 2013
- ↑ «Audiometric Symbols». American Speech-Language-Hearing Association (ASHA). Consultado em 28 de setembro de 2022
- ↑ a b c d «Guia de Orientação na Avaliação Audiológica: Audiometria Tonal Liminar, Logoaudiometria e Medidas de Imitância Acústica.». Conselho Federal de Fonoaudiologia. 25 de agosto de 2020. Consultado em 28 de setembro de 2022
- ↑ «Guia de Orientações na Avaliação Audiológica Básica». Conselho Federal de Fonoaudiologia. 20 de abril de 2017. Consultado em 28 de setembro de 2022
- ↑ «Basic ear and hearing care resource». World Health Organization. Consultado em 28 de setembro de 2022
AUDIOLOGIA EDUCACIONAL - Grupo 3: Jamilli, Beatriz de Lellis e Maithê.
editarAbordagem aurioral (Dentro do verbete de Habilitação e Reabilitação auditiva)
editardA Abordagem aurioral é uma intervenção que tem como proposta priorizar o canal sensorial auditivo, auxiliando a criança a usufruir da sua audição residual, aprendendo a ouvir e a falar, de forma a evoluir seus conhecimentos, se integrar com as pessoas e também participar de atividades sociais, dentro da própria família, escola e em grupos no geral. Esta abordagem faz parte da Audiologia Educacional, ramo da fonoaudiologia que trata da relação entre a audição e a linguagem. Neste âmbito, são criadas estratégias terapêuticas para que a aquisição e o desenvolvimento da linguagem oral sejam estimulados por meio da audição residual, minimizando as barreiras da compreensão e da expressão verbal. Para que este tipo de terapia seja bem sucedida, o uso de próteses auditivas e/ou implantes cocleares é imprescindível.
Princípios
editarO diagnóstico precoce da perda auditiva possibilita uma intervenção imediata, ação fundamental para o desenvolvimento da linguagem. São nos primeiros anos de vida que ocorre a maturação neurológica – tempo considerado ideal para o cérebro processar com maior facilidade os “inputs” (sinais de entrada) recebidos do meio ambiente, auxiliando desta forma a construção da linguagem oral. Por meio do uso constante e adequado dos dispositivos eletrônicos, a criança com deficiência poderá ter melhores condições para desenvolver as habilidades auditivas de detecção, discriminação, reconhecimento e compreensão. Estas habilidades devem ser estimuladas de forma lúdica e devem estar baseadas nas possibilidades auditivas reais da criança, ou seja, não se deve superestimar ou subestimar suas condições. Portanto, é de suma importância que, as pessoas que convivem com a criança com DA, propiciem um ambiente favorável à ela, com condições acústicas e interações linguísticas apropriadas que possibilitem a aquisição e o desenvolvimento da linguagem, assim, a audição será integrada à personalidade da criança.
As atividades auditivas são o maior vínculo para aprender a comunicação oral e compreender a sintaxe, semântica e a linguagem pragmática envolvidas na conversação - habilidades fundamentais para a alfabetização, especialmente para a compreensão da leitura. A criança deve ser incentivada a trocar turnos com o outro desde bebê, enriquecendo a interação e pontuando o importante papel de escutar e falar. É importante também auxiliar a criança a vivenciar gradativamente as habilidades auditivas em um rico contexto linguístico-cognitivo, propiciando o desenvolvimento da audição, fala e linguagem, sendo realizadas avaliações constantes durante o processo terapêutico, uma vez que as sessões são diagnósticas.
Participação escolar e familiar
editarÉ importante apoiar a inserção da criança na escola regular, criando condições optimais ao desenvolvimento da audição, fala, linguagem, cognição, comunicação e comportamento. Ainda, é importante sistematizar a essencial parceria entre os profissionais em auxílio mútuo que possa beneficiar e acelerar o desenvolvimento da criança. A participação familiar permeia esses princípios, pois ela é o agente modificador da realidade da criança. O conhecimento e a motivação são a chave para prover o poder aos pais, se eles forem fortalecidos, atingirão altas expectativas, persistência e compromisso, tornando-se responsáveis pelo suporte e eficácia à sua família.
Referências
editarPimentel Formigoni,Gisela Maria, Bevilacqua, Maria Cecilia (2003). Audiologia Educacional - Uma Opção Terapêutica Para A Criança Deficiente Auditiva (Cód: 4492457). [S.l.]: Pró Fono
Doreen., Pollack, (1985). Educational audiology for the limited hearing infant. [S.l.]: Thomas. OCLC 631374468
Abordagem Aurioral para crianças usuárias de implante coclear (2006). Maria Cecília Bevilacqua e Adriane Lima Mortari Moret.
AUDIOLOGIA EDUCACIONAL: PROPOSTA DE ATIVIDADE TERAPÊUTICA PARA A CRIANÇA DEFICIENTE AUDITIVA Autor: IVANA SILVEIRA DE OLIVEIRA
DESENVOLVIMENTO DE FALA E LINGUAGEM NA DEFICIÊNCIA AUDITIVA: RELATO DE DOIS CASOS. Autores: Ana Carolina de Oliveira Sobreira (1), Bianca Maria Capo (1), Thássia Silva Dos Santos (2), Daniela Gil (1)