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O Convento de São Bernardino, situado no Concelho de Câmara de Lobos, foi fundado no século XV. No início do século XIX foi alvo de uma reconstrução que se afigurou necessária após a aluvião de 1803 que assolou parte do património da Ilha da Madeira.

Da Fundação ao Século XVIII

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O primeiro convento franciscano que se fundou fora do Funchal teve por titular S. Bernardino de Sena, um dos grandes santos da mesma ordem, e foi fundado na freguesia de Câmara de Lobos, entre 1459 e 1460, em lugar ermo e solitário, a certa distância da igreja matriz, a norte do Pico da Torre, ainda restando grande parte dos seus edifícios, embora das campanhas de obras dos sécs. XVIII, XIX e XX. O convento teve uma humilde e obscura origem, mas tornou-se célebre e afamado em toda a ilha, e até no continente, por ter ali vivido e falecido Fr. Pedro da Guarda (1435-1505), a que o povo chama “santo servo de Deus”[1]

A fundação é atribuída a Fr. Gil de Carvalho, um humilde frade franciscano que que veio do continente do reino para a Madeira, quando os Franciscanos que ocupavam o hospício de S. João da Ribeira acabavam de sair da Ilha para irem estabelecer uma comunidade nas proximidades de Lisboa, em Xabregas, que fundaram em 1456, sobre as ruínas do antigo paço de Xabregas e a invocação de S.ta Maria de Jesus, mas que ficou mais conhecido por Convento de S. Francisco. Desejando Fr. Gil viver em lugar desértico como eremita, como escreveu depois o deão, António Gonçalves de Andrade (1795-1868), anotador da História Insular do Pe. António Cordeiro (1641-1722) a partir da História Seráfica, levantou um pequeno cenóbio com dois cubículos “em dois pés de terra semeada entre rochas"[2], num dos quais habitava o fundador e no outro João Afonos e Martinho Afonso, os quais esmolavam pelo povoado para a sustentação dos três.

Crescendo o número de religiosos, trataram de levantar um pequeno convento em terreno que lhes foi doado por João Afonso Correia (c. 1435-1490), escudeiro do infante D. Henrique, e sua mulher, Inês Lopes, que na Ilha foram o tronco da casa Torre Bela. A nova casa religiosa erguia-se num sítio afastado da povoação, cercado de um lado pela ribeira e do outro, por uma rocha, sendo bem própria para o género de vida a que se dedicavam. Passados alguns anos reuniram-se outros religiosos, que formaram a comunidade inicial, mas uma enchente da ribeira, pelos anos de 1480, haveria de destruir a pequena ermida e os primeiros cubículos, o que desgostou irremediavelmente Fr. Gil de Carvalho, que se retirou para o continente, entregando a direcção a Fr. Jorge de Sousa.

Foi Fr. Jorge de Sousa que reconstruiu o convento, um pouco mais acima, ao abrigo das correntes caudalosas da ribeira, tendo sido levantada nova e mais vasta igreja, com novas celas, “que logo foram habitadas”, tendo ficado o espaço inferior do inicial ermitério para “algumas oficinas de menor importância"[3]. Data dos finais do século XV aos inícios do XVI a organização canónica do convento como uma verdadeira casa monástica, depois de ter melhorado consideravelmente as condições materiais através de doações, contratos de arrendamento, etc., como era hábito, pois estes mosteiros funcionavam também como empresas agrícolas. A fama e o desenvolvimento da comunidade encontram-se decididamente ligados à presença ali de Fr. Pedro da Guarda que, nascido na Guarda, em 1435 que, tendo professado por 1455, “querendo subtrair-se à admiração que causavam as suas virtudes”[4], Se refugiou em S. Bernardino por 1485. Falecido em 1505, logo a sua fama se espalhou pela Ilha e pelo continente, sendo referido por Fr. Marcos de Lisboa (1510-1591), depois bispo do Porto, na terceira parte das suas Crónicas de los Frayles Menores, editadas em Salamanca, em 1570, não tendo nunca cessado o culto popular que lhe tem sido devotado.

A capela-mor da nova igreja foi fundada por Rui Mendes de Vasconcelos (c. 1460-c. 1520), filho mais novo de Martins Mendes de Vasconcelos e de Helena Gonçalves, filha de Zarco, e a sua mulher Isabel Correia, que era a filha dos doadores do terreno em que se tinha levantado o primitivo convento. Um dos homens-bons do concelho do Funchal, onde serviu de vereador, guarda-mor da saúde e procurador do concelho, Rui Mendes de Vasconcelos mandou redigir cédula de testamento a 15 de Setembro de 1515, antes de seguir para o reino, onde determina vir a ser enterrado no meio da capela-mor, junto dos seus filhos já falecidos. A capela teria sido reconstruída por 1533 e a lápide em causa, nessas ou nas obras seguintes, transferida para o adro da igreja, onde se encontra.

Para além das numerosas missas e ofícios divinos, que proporcionavam importantes receitas ao convento, é de salientar o contributo de Rui Mendes de Vasconcelos no conserto do claustro, construção da Casa do Capítulo e beneficiação da capela-mor da Igreja de S. Bernardino.

No ano de 1633, verificaram-se diversos melhoramentos nos edifícios do convento, sendo desta época três capelinhas em memória de frei Pedro da Guarda, venerado em toda a ilha: uma no lugar da sepultura; outra na cozinha; a terceira no exterior da igreja, junto à lapa onde fazia exercícios espirituais e penitência. Segundo frei Fernando da Soledade, esta última foi edificada no exterior “por causa do concurso da gente, que todas as horas busca a intercessão do Servo de Deus; pois de outra sorte seria grande o detrimento dos religiosos, e semelhante à desconsolação dos romeiros, não achando com facilidade o objecto da sua devoção”[2]

Alguns anos depois, Henrique Henriques de Noronha descreve pormenorizadamente o Convento, a “uma légua da cidade do Funchal, para poente”, por cima do lugar de Câmara de Lobos, que com os anos fora aumentando o número de edifícios, especialmente graças à contínua romagem do “Servo de Deus”, constituindo-se numa das melhores casas franciscanas e a segunda da Custódia de S. Tiago Menor da Madeira. Tinham então boas oficinas e “excelentes cómodos” para os 18 religiosos que habitavam no Convento. Compreendia três dormitórios, que com a igreja formavam um “perfeito quadro”, com um claustro rodeado de varandas sobre pilares de “cantaria fina” e no meio uma fonte de “perene água”[5] pequeno nicho de cantaria aparente. O conjunto das portas parece ter tido o risco de um mestre das obras reais anterior, talvez Manuel de Vasconcelos, mas toda a fachada deve ter sido reformulada nos inícios do século XIX, depois da aluvião de 1803 e ainda nas obras de 1924 a 1928, não sendo fácil deduzir o que ficou nas campanhas de obras mais antigas e, inclusivamente, se não se aproveitaram cantarias de outros locais do Convento.

A Aluvião de 1803 e o Convento

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A descrição da aluvião de João Pedro de Freitas Drumond (1760-1825), o célebre “Dr. Piolho”, dada a fraca estatura, feita a pedido da Câmara do Funchal, refere que a ribeira da Saraiva ou ribeiro dos Frades levara “a cerca, claustros, cozinha, refeitório e adega” do Convento, de que só ficara a igreja e a casa dos romeiros. Uma testemunha ocular, a 15 de Outubro seguinte, refere mesmo que “o convento do Servo de Deus também foi ao mar” e “dizem que escapou parte do refeitório e um pequeno celeiro”[1].

No pedido depois feito pelo guardião Fr. Matias de São Boaventura para se fazer uma vistoria, refere-se que os frades tiveram de trepar pela rocha vizinha do lado nascente, pois a água havia tomado a saída do Convento, demolido a portaria e entrado na igreja. Os frades tiveram que se recolher nas instalações dos Terceiros e na casa dos romeiros, pois haviam ficado sem os dormitórios e mais instalações, solicitando poder utilizar o rendimento da capela instituída por João de Bettencourt de Vasconcelos para a reedificação do Convento.

A vistoria determinada pelo provedor dos resíduos e capelas só veio a ocorrer a oito de Julho de 1805, levada a cabo pelo então mestre das obras reais e antigo mestre entalhador Estêvão Teixeira de Nóbrega (1746-1833), assessorado pelo mestre António José Barreto, que lhe haveria de suceder. Os prejuízos tinham sido muito grandes, perdendo-se na totalidade o muro da cerca, as latrinas, o dormitório que estava ao lado do ribeiro, a cozinha e loja anexa, a casa de profundis, o refeitório, a adega, metade do claustro, a capela da cozinha do servo de Deus, a da cova do “santo”, a sacristia e a varanda que lhe ficava em cima, tal como as celas junto da mesma varanda. Na igreja, encontrava-se perdido o tecto sextavado, o altar teria de ser refeito, e os azulejos, porque em mau estado, teriam de ser retirados. A ribeira dos Frades alterara o seu leito, passando então junto à porta travessa da igreja, que ia para a capela-mor, tudo necessitando de ser assim corrigido.

As obras tiveram autorização do provedor-proprietário das capelas, Pedro Nicolau Bettencourt de Freitas e Meneses, devendo ser colocados em praça “os frutos” do morgadio instituído por João de Bettencourt de Vasconcelos, para se liquidarem pela melhor oferta. Satisfeitos os legados pios, deveria aplicar-se o remanescente na reconstrução do Convento e da capela-mor, de acordo com as directivas deixadas no auto de vistoria. Ao longo dos anos seguintes as obras arrastaram-se, ainda havendo pagamentos em Julho de 1822 e, em 1827, o sindico do Convento queixava-se que a vistoria às obras se achava por completar, em relação à capela-mor, oficinas do Convento e outras instalações. Estes anos foram muito complexos em Portugal com a implantação do primeiro liberalismo e com a contrarrevolução do infante D. Miguel, seguindo-se a guerra civil que, não tendo afectado fisicamente a Madeira, levou à emigração dos principais quadros eclesiásticos insulares, como grande parte dos cónegos da sé e dos vigários das freguesias. As obras do Convento nunca teriam sido completadas.

A vida quotidiana da comunidade de S. Bernardino entre os finais do séc. XVIII e os inícios do XIX pode ser analisada pelos quatro livros de receita e despesa que sobreviveram. A documentação do Convento parece ter-se perdido parcialmente com a aluvião de 1803, tendo ficado alguns livros de despesas de obras no conjunto proveniente da provedoria do Funchal; os quatro livros de receita e despesa fo


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ram depositados na Torre do Tombo, indo integrar o núcleo dos conventos, tendo a documentação avulsa ficado no núcleo do Ministério das Finanças do mesmo arquivo. O estado de conservação dos cadernos iniciais do Livro de Contas de Setembro de 1792 a 1798, quando era guardião o P.e Fr. António do Amor Divino, é testemunho da dificuldade por que deve ter passado toda a documentação do Convento.

A extinção do Convento

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Por Decreto de 30 de maio de 1834, foram extintos em Portugal todos os conventos, mosteiros, colégios, hospícios e quaisquer casas de religiosos de todas as ordens religiosas. Os bens destes estabelecimentos pios ficaram incorporados nos próprios da Fazenda Nacional. Foram postos à disposição dos ordinários das respectivas dioceses os vasos sagrados e paramentos, para distribuição pelas igrejas mais necessitadas [6]. A execução do decreto na Madeira foi determinada pelo prefeito da província da Madeira, Luís da Silva Mouzinho de Albuquerque (1792-1846), que a 27 de Agosto desse ano enviava ao provedor do concelho do Funchal, Manuel de Santana e Vasconcelos (1798-1851) instruções precisas a esse respeito, embora somente cumpridas quase um ano depois.

Primeiro, far-se-ia um inventário dos bens do convento extinto. Ao representante do Cabido da Diocese seriam entregues os vasos sagrados, paramentos, ornatos dos templos e utensílios do culto. As imagens e as cruzes permaneceriam onde estivessem. As igrejas seriam fechadas, ficando as chaves à disposição do prefeito, mas na posse do provedor do concelho. Elaborar-se-ia uma relação dos religiosos de cada convento. Estes seriam intimados a sair, num prazo de quinze dias. Aos conventos e casas religiosas despejados daria o prefeito o destino que melhor entendesse. Dentro de um mês, os religiosos deveriam apresentar-se na prefeitura, com uma justificação testemunhável, a fim de se verificar se efectivamente tinham direito à pensão anual, para a sua sustentação, prevista no artigo 4.º do Decreto de 30 de maio de 1834.

As primeiras diligências ocorreram assim a 7 de Abril de 1835, na presença do provedor do concelho, do tabelião Domingos João de Gouveia e do fiscal da fazenda Manuel Joaquim Lopes. Elaborado o inventário do Convento, registaram-se como objectos sagrados, uma custódia, uma âmbula, quatro cálices e um relicário de prata dourada, assim como nas capelas se inventariaram quatro lampadários de prata, um turíbulo, um naveta e três castiçais. Os objectos sagrados foram entregues ao P.e Alexandrino Salgado, vigário capitular da Diocese, e os não sagrados recolheram à provedoria da Fazenda, tendo seguido, a 28 de maio de 1836, no brigue de guerra Tejo, para a Casa da Moeda de Lisboa, de que o prefeito da Madeira havia sido provedor. Todo o conjunto de paramentos e vestiária foi entregue à Diocese e inventariou-se ainda os adornos de prata das diversas imagens.

Reconstrução nos Anos Vinte do século XX

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Reconstruir o velho e arruinado convento franciscano, em especial a sua igreja, era ideia acalentada desde finais de Oitocentos, sobretudo pelo bispo do Funchal, devotos de frei Pedro da Guarda, membros da Ordem Terceira e vigário da freguesia de S. Sebastião de Câmara de Lobos.

Em 1916, o prelado funchalense, D. António Manuel Pereira Ribeiro, confiou à irmã Mary Jane Wilson (1840-1916) a missão de fundar e dirigir no antigo Convento de S. Bernardino uma escola preparatória para novos seminaristas.

A Irmã Wilson, a conselho do vigário de Câmara de Lobos, concordou em abrir a projectada escola, antes do conserto do edifício. Assim, planeou a recepção dos alunos para 19 de Outubro, tendo previsto o início das aulas para a segunda-feira seguinte, dia 23.

A 12 de Outubro, já se encontrava no Convento de S. Bernardino. Apesar da sua idade e das dificuldades na marcha, sentia-se feliz por ali se encontrar, ambicionando reunir as irmãs da congregação que fundara: “Estou num verdadeiro Convento, onde nos vamos reunir”.

Contudo, morreu poucos dias depois, ainda antes da prevista chegada dos alunos. Continuaram, todavia, por alguns anos as discípulas de Mary Jane Wilson no edifício do antigo convento, dedicando-se ao ensino.

Ao padre João Joaquim de Carvalho coube a iniciativa da reconstrução da Igreja de S. Bernardino e casa conventual. Os trabalhos começaram na segunda quinzena e Janeiro de 1924 e prolongaram-se até 1928. Importa referir que não se tratou de um restauro, tal como hoje o entendemos. A intervenção teve objectivos que não se enquadram nas modernas perspectivas de actuação sobre património edificado. Houve, por exemplo, o claro propósito, desde o início, de ampliar a igreja, eliminando-se um muro que a separava do átrio, para que este fosse incorporado no templo a fim de acolher maior número de fiéis.

Reergueram-se paredes arruinadas, refizeram-se coberturas e beirais, reconstrui-se o campanário, alteraram-se os arredores, colocaram-se no adro as pedras tumulares da capela-mor, demoliu-se a capela onde se encontrava o túmulo de frei Pedro da Guarda, eliminaram a tribuna e as armas de Rui Mendes de Vasconcelos existentes na capela-mor.

Apesar de ainda não estarem concluídas as obras de reparação, o bispo D. António Manuel Pereira Ribeiro benzeu a igreja conventual a 24 de Outubro de 1926, durante a festa de S. Francisco que, nesse ano, não se realizou, como habitualmente, no primeiro domingo de Outubro. Adiaram a festividade para 24 de Outubro, a fim de coincidirem as celebrações do sétimo centenário da morte do patriarca da Ordem Seráfica com a bênção do secular templo franciscano recém-reconstruído.

A fundação da Paróquia de Santa Cecília

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Por Decreto de 24 de Novembro de 1960, do bispo D. David de Sousa foi instituída a Paróquia de Santa Cecília. Este decreto alterou 36 paróquias da diocese do Funchal, mantendo-se intactas apenas 16 das 52 existentes.

Neste contexto, foi criada a paróquia de Santa Cecília, no concelho de Câmara de Lobos, com sede provisória no Convento de S. Bernardino, cujos limites geográficos ficaram assim definidos:

  • Norte – segue a actual linha divisória com a Paróquia do Estreito de Câmara de Lobos desde a Ribeira do Vigário até à Ribeira Fernanda. Prossegue pela linha de água da Levada da Encarnação até ao Caminho do Covão. Continua, para leste, por uma linha recta, que passa atrás da casa de Manuel Figueira Faria Pitote, e pelo limite sul ao sítio da Fajã, terminando na Ribeira dos Socorridos.
  • Sul – parte da Ponte da Fonte da Rocha. Sobe pelo eixo da Vereda do Iheuzinho, entra no antigo Caminho do Dr. Figueira e segue pelo eixo deste até à casa de Fernando Eloy, donde sobe pela linha de água da levada, que desce do Pico da Torre, para, por meio duma recta, se encontrar com a Nova Estrada do Pico. Desce pelo eixo desta até à porta de entrada de Agostinho de Sousa, donde passa o caminho do Pico, para entrar na Vereda que vai dar ao Caminho da Palmeira. Desce pelo eixo deste até à Vereda da Palmeira de Baixo, entra nela e segue até à Ribeira dos Socorridos.
  • Leste – A Ribeira dos Socorridos.
  • Oeste – A Ribeira do Vigário, a partir da Ponte da Fonte da Rocha.

Seria natural que a nova paróquia tivesse como orago S. Bernardino de Sena, em memória da secular presença Francisca nesta localidade e do patrono do convento. Contudo, designou-se de Santa Cecília, provavelmente em homenagem às tradições musicais câmara-lobenses.

Coube ao padre Abel Ferreira iniciar as actividades da nova paróquia em Janeiro de 1961. O primeiro baptismo na Paróquia de Santa Cecília ocorreu a 2 desse mês, com José Abílio da Silva Azevedo, nascido no sítio da Torre, filho de João da Silva Azevedo Júnior e Maria Dora Pereira Sardinha.

Ao pároco Abel Ferreira seguiu-se, em Outubro de 1976, o padre José António de Freitas. Em Março do ano seguinte, sucedeu-lhe o padre Manuel Jorge Fernandes Neves que esteve ao serviço da paróquia até Outubro de 1991. Depois paroquiaram em Santa Cecília os padres Emanuel Eleutério Figueira Ornelas e Manuel Carlos de Jesus Gouveia que saíram em Setembro de 1992.

Ao tempo destes párocos, na tarde de 22 de Julho de 1992, um incêndio na sacristia, arrecadações e capela-mor da igreja do convento, causado por negligência de crianças que brincavam com velas, provocou diversos prejuízos, tendo danificado tectos e coberturas, destruído a imagem de Nosso Senhor dos Passos e danificado um Cristo crucificado do século XVI.

O restauro das dependências da igreja de São Bernardino, afectadas por este incêndio, ocorreu nos anos de 1997-1998. Para estas obras contribuíram os paroquianos, Governo Regional da Madeira, Câmara Municipal de Câmara de Lobos e Diocese do Funchal.

A dilação do restauro do imóvel explica-se pela necessidade de seriamente ponderar sobre a sede definitiva da Paróquia de Santa Cecília. Caso de optasse pela antiga igreja conventual, previa-se a sua ampliação. Todavia, ficou decidida a construção de um novo templo numa zona mais central da paróquia, após o que se deu início à recuperação da Igreja de S. Bernardino com respeito pela traça original.

Em 4 de Outubro de 1992, tomou posse desta paróquia o padre Francisco da Conceição Caldeira, actual pároco. Cerca de quatro anos depois, tendo em vista a construção de uma nova igreja e infraestruturas de apoio, foi adquirido pela Fábrica da Igreja Paroquial de Santa Cecília um terreno no sítio da Torre, ao Banif – Banco Internacional do Funchal.

Referências

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  1. a b VERÍSSIMO, Nelson (2002). O Convento de S. Bernardino em Câmara de Lobos: Elementos para a Sua História,. Funchal: [s.n.] 65 páginas 
  2. a b SOLEDADE, Frei Fernando da (1705). Historia Serafica Cronologica da Ordem de S. Francisco na Provincia de Portugal, Lisboa: Na Officina de Manoel & Joseph Lopes Ferreyra, tomos III e IV. Lisboa: [s.n.] pp. 170–171 
  3. SOLEDADE, Frei Fernando da (1705). Historia Serafica Cronologica da Ordem de S. Francisco na Provincia de Portugal, Lisboa: Na Officina de Manoel & Joseph Lopes Ferreyra, tomos III e IV. Lisboa: [s.n.] 
  4. SILVA, Padre Fernando Augusto da e Carlos Azevedo de Meneses (1998). Elucidário Madeirense, Funchal: Edição da Junta Geral do Distrito Autónomo do Funchal. [S.l.: s.n.] 
  5. NORONHA, Henrique Henriques de (1948). Nobiliario Genealogico das Familias que passárão a viver a esta Ilha d’a Madeira depois do seu descobrimentos, que foi no ano de 1420. São Paulo: [s.n.] pp. 250–251 
  6. SERRÃO, Joaquim Veríssimo (1986). História de Portugal, vol. VIII. Lisboa: [s.n.] pp. 202–203