Usuário(a):TiagoLubiana/Pararu-espelho

Comportamento editar

É uma espécie nômade que acompanha a produção de frutas de certas espécies de bambu Guadua da Mata Atlântica, a saber, takuarusu (G. chacoensis) e yatevó (G. trinii); ela compartilha esse traçó com seu parente mais próximo, a pomba-de-peito-marrom (Paraclaravis mondetoura), que se especializa em bambu andino. Esse estilo de vida especializado pode ser o que levou a um declínio tão dramático na população da espécie, apesar de sua distribuição anterior relativamente grande, com o desmatamento em massa da Mata Atlântica no final do século 20 desencadeando um efeito Allee, semelhante ao ocorrido seu parente extinto, o pombo-passageiro (Ectopistes migratorius), que também dependia de eventos de árvores produtoras de nozes. [1]

Status editar

Não houve observações verificáveis da espécie desde a década de 1980 e ela pode muito bem estar extinta, embora vários registros não verificados tenham sido feitos desde então, sendo o mais recente um avistamento em 2017 de um indivíduo na Argentina em uma área ocm yatevó (G. trinii). Os modelos de extinção são divididos quanto à existência ou não da espécie; quando apenas fotografias, espécimes e registros são considerados, prevê-se que a espécie tenha sido extinta durante os anos 2000, mas modelos que incorporam registros de visão confirmam que a espécie ainda existe. [1]

A espécie pode ser facilmente confundida com o pararu-azul (Claravis pretiosa) com a qual ocorre em simpatria, em más condições de observação, contribuindo para a contestada legitimidade das observações mais recentes. A juriti-roxa (Geotrygon violacea), outra espécie simpátrica com necessidades de habitat semelhantes, ainda é registrada na região desde a década de 1980, levantando ainda mais dúvidas sobre a sobrevivência de P. geoffroyi ; redes de neblina na área capturaram regularmente G. violacea, mas nenhum P. geoffroyi. A natureza nômade de P. geoffroyi adiciona mais dúvidas à perspectiva de sua sobrevivência, pois é improvável que uma espécie nômade como ela persista em um único local ou viaje por uma grande área invisível. No entanto, a natureza restrita da espécie e a falta de gravações de chamadas até recentemente indicam que a espécie pode ter baixa detectabilidade naturalmente, especialmente fora dos eventos de produção de frutos de bambu. [1]

Se ainda existir, a população total é estimada em 50 a 249 indivíduos. As áreas nas quais a espécie ainda pode persistir incluem a Serra do Mar do Brasil e a da província de Misiones da Argentina, pois essas áreas são expansivas e pouco exploradas em comparação com o restante dos remanescentes da Mata Atlântica. [1] [2]

Em cativeiro editar

A espécie foi mantida e criada na comunidade avícola brasileira da década de 1970 até o final da década de 1980, chegando a mais de 150 aves em cativeiro. No entanto, novas regulamentações sobre a criação de aves impostas pelo IBAMA nas décadas de 1970 e 1980 levaram ao desmantelamento da maioria dos grupos,com indivíduos em cativeiro sendo enviados para criadores autorizados pelo IBAMA que tinham pouco conhecimento de como cuidar das aves, o que foi agravado pela falta de conhecimento do perigo de extenção espécie na natureza na época. Acredita-se que os últimos indivíduos em cativeiro tenham morrido em meados da década de 1990 sem produzir qualquer descendência, marcando o fim de uma das melhores chances de salvar a espécie da extinção. Gravações de som da espécie foram adquiridas de antigos criadores de pombas e podem ser cruciais para detectar a espécie na natureza em pesquisas futuras. [1] [2]

Referências editar

  1. a b c d e Lees, Alexander C.; Devenish, Christian; Areta, Juan Ignacio; de Araújo, Carlos Barros; Keller, Carlos; Phalan, Ben; Silveira, Luís Fábio (2021). «Assessing the Extinction Probability of the Purple-winged Ground Dove, an Enigmatic Bamboo Specialist». Frontiers in Ecology and Evolution (em English). 9. ISSN 2296-701X. doi:10.3389/fevo.2021.624959  
  2. a b «New research delivers hope for one of South America's 'lost' bird species». phys.org (em inglês). Consultado em 26 de maio de 2021 

Leitura adicional editar

[[Categoria:Aves descritas em 1811]] [[Categoria:!Manutenção citar iucn]]