Usuário(a):Yolanda Mandanda/Testes

Yola Araúgjo nasceu aos 13 de junho de 1978, Lunda Sul, mas sempre viveu em Luanda, no bairro do Sameko. É uma cantora de Ragga, Kizomba e R&B.

A artista é a mais velha de quatro irmãs e a única que assumiu a música como profissão. Não existem raízes musicais na sua família, excepto do lado do seu avô. “Ele não era profissional. Mas tinha uma excelente voz. Cantava no quintal, nas reuniões de amigos”. Por isso não foi fácil aceitarem esta escolha. “No início da minha carreira, o meu pai já era falecido e a minha mãe não aceitou. Achava mais importante que eu continuasse a estudar. Mas à medida que a minha carreira foi crescendo, ela passou a gostar e hoje é a minha fã número um”, “tenho uma sobrinha, Yolete, que também pode vir a ser artista. Diz sempre que quer ser cantora como a tia”.

Viveu muitos anos com o seu ex-marido, Fredy Costa, que tem também uma profissão desgastante, é modelo e ator. Foi mãe em 2009. A filha é orgulho do casal. Chama-se Ayani, que significa “flor bela” em etíope. Hoje considera-se uma pessoa diferente da jovem que lançou o primeiro álbum Sensual. A vontade de cantar veio da juventude, quando se habituou a ouvir outras cantoras e a ver os primeiros espetáculos. Como tinha algum jeito, começou a fazer coros para outros artistas em 1997, um primeiro passo que lhe deu a oportunidade de entrar no meio musical. Conheceu pessoas e projetos e, em 1999, juntamente com Margareth do Rosário e Djamila D’elves arrancou com o grupo Melomanias. A sua carreira faz 12 anos. Começou a fazer coros e hoje é uma das vozes femininas mais respeitadas da música angolana. Simples, discreta, com uma vida pacata , está agora a preparar um novo disco. Mas tem mais projeto a caminho.

Um projecto que teve um grande impacto no final dos anos noventa, ligado a um novo movimento da música angolana onde o kizomba e o semba se misturavam sem quaisquer complexos. Foi o seu primeiro cartão de visita. “O grupo acabou por desfazer-se. Cada uma de nós queria ter uma carreira a solo. A primeira a sair foi a Margareth, e depois fui eu”.

Em 2001 lança o seu primeiro álbum a solo, Sensual, um trabalho que foi muito bem recebido pelo público. Isso valeu-lhe ganhar rapidamente notoriedade e colocar-se, na altura, entre os novos nomes da nossa música. “Este foi um álbum em que fiz cerca de 90% das letras, sendo que as músicas foram feitas fundamentalmente pelo Jorge do Rosário. Há também uma faixa do Manu Soares”, “Eu não tenho conhecimento musical do ponto de vista da formação”. Nunca estudei. “Faço as letras e entrego aos produtores, que depois fazem as melodias sobre as palavras”.

Em 2003 tem um grande sucesso com o seu segundo disco, Um Pouco Diferente, arrebatou um disco de prata, pela venda de 50 mil cópias, dentro e fora de Angola. O disco foi, na altura, um dos mais ouvidos pelo público jovem e um dos mais tocados nas casas noturnas, e teve produção musical de Heavy C e Johnny Ramos, e as participações de Ali Angel e Os Quatro.g, sendo que em 2006 lança Diferente e Mais um Pouco. É também premiada em diversos concursos e por várias instituições. Um trajeto que a leva a fazer muitos espetáculos pelo país, “antes de começar a cantar não conhecia a província”, e a desenvolver parcerias com outros músicos. Vai solidificando a sua carreira juntamente com a vontade em melhorar a sua voz e a sua presença em palco. Em 2010 apresentou ao público o quarto trabalho discográfico, intitulado “Em nome do Amor”, em sessão que decorre no Parque da Independência, em Luanda. Com 14 temas, o disco foi gravado em Luanda, Portugal, Holanda e França, trazendo ao público o Kizomba, o semba, e o r&b.

Com toda a simplicidade construiu uma carreira que faz agora 12 anos. Tempo suficiente para fazer um primeiro balanço. “Penso que neste tempo amadureci bastante. Hoje tenho o ouvido mais apurado, percebo o que pode ou não ser um sucesso. Uma intuição que vamos desenvolvendo com os anos. Também melhorei bastante a minha postura no palco. Hoje é diferente. Aprendi bastante na forma de vestir e de dançar e, também eduquei a minha voz. Com o passar dos anos e com a experiência que vamos adquirindo, temos maior preocupação com os pormenores. Quero fazer sempre melhor”.

A experiência também se estende a outras áreas. “Também aprendi a selecionar as pessoas com quem quero trabalhar. Tenho as minhas ideias, o meu projeto, e tenho que ter pessoas em quem confio para discutir os caminhos a percorrer. Isso faz-se com bons músicos, mas também com boas pessoas. Eu tenho os meus objetivos e sei onde quero estar. Por exemplo, o Heavy C produziu o meu segundo e terceiro álbum e é uma pessoa com quem gosto muito de trabalhar. Existe uma química própria que faz com que seja mais fácil que as coisas fiquem como quero”.

Como todos os cantores, também Yola Araújo divide a sua vida profissional entre os estúdios e o palco, num equilíbrio que nos explica: “Na verdade gosto de estar em estúdio a trabalhar. A ver as músicas crescerem. Mas também gosto muito do palco, do contacto com o público. Num espetáculo tenho sempre uma vontade enorme de entrar. É uma sensação muito boa”. Gosto muito de cantar nas principais cidades da província, reconhecendo que hoje a carreira musical dos artistas não se faz apenas na capital, mas que já tem uma dimensão nacional.

Os projetos em curto prazo passam pela gravação de um quarto disco. “Tenho gravado um CD a cada três anos. Acho que é isso…”, “estou agora numa altura de idealizar o novo disco”. Possivelmente vou juntar produtores das Antilhas e de Cabo Verde. Hoje existe uma fusão entre as diversas culturas e os diversos artistas. Também é verdade que a música angolana começa a expandir-se para outros países, a sair de Angola. Não é muito fácil, mas o kizomba, o kuduro ou o semba começam a ser ouvidos em outros mercados.

Ainda é prematuro dizer o que vai ser este quarto CD, mas Yola Araújo tem também como objetivo fazer um grande espetáculo que marque os 12 anos da sua carreira. “Este ano ainda quero fazer outro grande espetáculo em Luanda (depois do que fez no Karl Max no dia 28 de Março). E possivelmente levá-lo também a outras províncias onde tenho os meus fãs. Em Benguela, por exemplo, existe um público muito fiel à minha música”.

A artista é hoje agenciada pela LS Produções. Prova que os artistas angolanos começam a ter profissionais sérios que sabem gerir as respectivas carreiras, o que se reflectirá na qualidade e no impacto do seu trabalho. Quer seja no país ou no estrangeiro.

Yola Araújo faz parte de uma geração de vozes femininas que nasceu nos finais dos anos noventa e inícios de 2000, onde estão nomes como Yola Semedo, Ary, Margareth do Rosário, Patrícia Faria, entre outros. Isto pode gerar naturais invejas e desconfianças entre elas, o que para a artista merece o seguinte comentário: “Aparentemente não! Isso não acontece. Pelo menos quando estamos juntas não existe esse sentimento. Do meu ponto de vista a concorrência é importante. Não achar que somos a melhor. Procuramos todas fazer coisas com mais qualidade e isso deve-se ao facto de existirem várias cantoras de qualidade. Penso que esta concorrência é boa para todas nós”, sublinha.

O espaço da música também é cada vez maior na sociedade. O que faz com que os artistas possam viver apenas do seu talento, o que não acontecia em anos passados quando os cantores tinham quase sempre outras profissões. Isso permite maior empenho e maior profissionalismo. “Eu vivo da música desde sempre. Tem dado certo. Deus tem-me agraciado com essa sorte”.

Em casa a música também está presente. “Procuro ouvir diversos discos. Gosto do James Blunt, da fase espanhola da Christina Aguilera, mas também oiço música angolana com regularidade. Informo-me do que vai saindo e vou ouvindo o que posso”,“sou muita “noveleira”. Gosto de estar em casa com a minha filha a ver as telenovelas que passam na televisão. Isso faz com que tenha menos tempo para ler e ouvir música. Mas sempre se arranja um espaço”.

Recorde-se que a cantora foi mãe em 2009, a filha “Chama-se Ayani, que significa flor bela em etíope. Naturalmente uma filha altera um pouco a nossa rotina. Mas é possível manter a nossa carreira e as nossas obrigações com o apoio da família. Os meus pais e os meus sogros dão uma grande ajuda, o que, aliás, acontece em todos os casais”, “Eu estava preparada e queria ser mãe. Isso faz com que as coisas sejam mais simples. Naturalmente que existem questões que se colocam quando tenho ensaios e espetáculos. Quando tenho de sair de Luanda. Mas tudo se resolve. As minhas irmãs também são muito importantes no equilíbrio da família. Neste aspecto sou bastante beneficiada.

Também não se esquece da vertente da solidariedade. “Gostava de fazer algo em benefício dos outros”. Sempre foi uma preocupação minha. Existem outras pessoas com mais necessidades e nós podemos contribuir. Faço muitas aparições em espetáculos para causas sociais ou atividades de beneficência. Isso faz-nos também ficar bem connosco. Temos que ser mais solidários numa sociedade que é cada vez mais competitiva.

Discografia

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  • 2001- "Sensual"
  • 2003- "Um pouco diferente"
  • 2006- "Diferente e mais um pouco"
  • 2010-"Em nome do amor"

Produtores associados

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  • Jorge Rosário
  • Manu Soares
  • Heavy
  • Calo pascoal
  • Aires
  • Geovany
  • Ali Angel
  • Cherry Charbonnier
  • Nelson Freitas
  • Dji tafinha
  • M&N
  • Grace Évora
  • Johnson Fonseca

Ligações externas

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