Não copie material de outros lugares para as páginas da Wikipédia.

Consulte: Políticas | Normas | Edição | Não fazer | Erros comuns | Imparcialidade | FAQ | Ajuda

--Gunnex msg contrib 13h08min de 2 de dezembro de 2012 (UT

FUNDAÇÃO DE CANTANHEDE Tudo começou com a aventura de sobreviventes e a política liberal do Rei de Portugal Dom João III e a confirmação de um passado no mínimo elegante. Em 1534, quando Dom João III, Rei de Portugal fatiou o Brasil em Capitanias Hereditárias e presenteou o Maranhão aos seus assessores mais próximos, estava de volta o sonho tropical de fazer do Norte do Brasil uma fábrica de possíveis fortunas, pois o Norte do Brasil, em especial o portal da Amazônia Mundial seria a esperança de salvar os lusos da banca rota. Para o Maranhão vieram os subalternos do nobre João de Barros comandados pelo suposto espanhol Aires da Cunha numa gigantesca frota com mais de dez naus e mil homens. O naufrágio no Parcel de Manoel Luís, na costa do Maranhão foi o primeiro aviso, de que colonizar por aqui, seria uma difícil tarefa. E foi graças à desgraça da frota ariana, que a nossa história começa a ser rabiscada pela colonização branca. O Rio Itapecuru, que hoje, não sustenta mais os famintos com mandubés, mandis ou curimatãs, como de costume era a via, para que os homens brancos imprensassem a nação Guanaré e começassem assim, o processo de colonização da nossa ribeira. Os 18 sobreviventes do naufrágio da frota de Aires da Cunha, ao comando de um certo Pedro (o ferreiro) rumaram Itapecuru à cima e encontraram como local seguro a foz de um rio, que eles batizariam de Rio Peritoró. Ali, onde hoje, corresponde o limite entre os municípios de Cantanhede e Pirapemas, os portugueses deram origem à chamada “Tribo dos Barbados”. O codinome “Barbados” deu-se devido ao surgimento de pessoas oriundas do cruzamento entre os portugueses e os índios Guanaré. A tribo se expandiu e tomou proporções de povoamento confirmado por historiadores e pesquisadores. A herança arqueológica pode ser comprovada com existência do cemitério dos Barbados, uma denominação que ultrapassa 476 anos e ajuda a contar a origem de nossa civilização cristã. Nesses 476 anos de história, foi logo testemunhada a luta entre os governantes do Maranhão e os Barbados, e o massacre Guanaré se deu pelas tropas, muita das vezes comandadas pelos próprios administradores. O vagão entre os Barbados, Guanaré e o extermínio dos primeiros habitantes é ocupado com a chegada dos sesmeiros da região. A ribeira do Itapecuru passa a ser o oásis dos portugueses que chegavam ao Maranhão. Num processo natural de ocupação da foz para a nascente, após as famílias Muniz Barreiro e Belfort ocuparem de São Luís a Rosário, as terras hoje, pertencentes aos municípios de Itapecuru-Mirim e Cantanhede foram transformadas no prato da vez. Por volta de 1720, Faustino Mendes Cantanhede chegado de Portugal e ao casar-se com Isabel de Assunção Muniz dá início ao ciclo dos sesmeiros de Cantanhede, uma contagem de 292 anos que merece ser lembrada. A denominação da terra deixa de ser Região dos Barbados e passa a ser Cantanhede, como mostra um mapa de 1782, pois quem navegava pelas águas do rio Itapecuru dizia: “São terras dos Cantanhedes”. A descendência de Faustino foi grande, com destaque para Manoel de Jesus Cantanhede, um dos filhos com maior aptidão para a continuação do legado do primeiro Cantanhede em terras do Maranhão. Aos membros da família Cantanhede devemos nome e história, pois dessa frondosa árvore genealógica saíram Palmério de Carvalho Cantanhede, Plínio Cantanhede, Luiz Cantanhede, Otávio Cantanhede e tantos outros ilustres. Dessa geração deve-se registrar também, que um Cantanhede rompe um tabu social. Cláudio Mariano Cantanhede, filho de Francisco Antonio Cantanhede, morador do povoado Pitomba e trineto de Faustino Mendes Cantanhede se encanta pelas formas físicas de uma escrava. A moça Maria Raimunda carregou no ventre uma geração que passa a ser assinada pelos negros. Dessa ramificação surgiram além de outros membros, Florência Cantanhede, a primeira prefeita eleita deste município. Mas Cantanhede não só chamava atenção de portugueses. Para cá veio, em 1735 o francês Pierre Lamagnère, que deixou Bayonne, na França para experimentar fazer história como desbravador na ribeira do Rio Itapecuru. Da família Lamagnère, devemos registrar uma descendente que marcou a sociedade maranhense, a Baronesa de Grajaú, Ana Rosa Viana Ribeiro. Aqui desembarcou em 1772, o coronel português, Aires Carneiro Homem de Souto Maior, que se instalou no Peritoró e constituiu um grande império em fazendas, tendo uma de suas descendência, a filha Luísa Perpétua Carneiro de Souto-Maior casado em segundas núpcias com D. José Tomás de Eça e Meneses (1º Conde de Cavaleiros), trineto do Marquês de Marialva (D. Antonio Luís de Meneses), o mais ilustre filho de Cantanhede de Portugal. Também de Portugal chegara Antonio Henriques Leal (o avô/1782), que ao casar-se com Ana Rosa de Carvalho deu início a uma prole de intelectuais. O neto mais famoso, o médico e escritor, Antonio Henriques Leal não se conteve com os ares da fazenda Guanaré, no povoado Candibas e escreveu o mundo como sendo um dos maiores nomes da literatura brasileira no século XIX. O “Plutarco Maranhense” ator de O Pantheon Maranhense, Locubrações, entre outras obras, foi Presidente da Assembleia Provincial do Maranhão, Presidente da Câmara Municipal de São Luís e Diretor do Colégio Pedro II, na cidade do Rio de Janeiro. Mas da família Leal é elementar destacarmos Fábio Alexandrino de Carvalho Reis, o cantanhedense que chegou a ser Presidente da Província do Pará (entre 12 de maio a 08 de agosto de 1860). Pelas águas do Rio Itapecuru também remaram para cá as famílias Berredo, Galvão e Moraes Rego. Desta última família veio ao mundo o espírito cantanhedense de ser revolucionário, por meio das veias e da pena do jornalista e líder da setembrada, José Cândido Moraes e Silva. Para uma história de escritores e líderes, não poderíamos deixar de ter o apimentado gosto africano e para cá vieram negros angolanos comprados em Alcântara e em São Luís, que se juntaram aos fujões, que aqui já se encontravam antes da chegada de mais um colonizador de nossa história, o comerciante Antonio Lopes da Cunha, que em 1791 fortalece o nome do lugar mantendo o nome da fazenda Cantanhede, que pertenceu a Faustino Cantanhede e Manoel Jesus de Cantanhede. Porém, a mistura de tantos “operários da colonização” ainda ganharia mais uma bandeira, trata-se do Major da Guarda Nacional, Paulo Antonio Simão, um libanês que aqui fez história ao apaixonar-se por uma flor chamada Celina. Talvez isso explique a herança das letras vivida por sua filha Enói Nogueira e pela neta Arlete Nogueira da Cruz. Entre heróis colonizadores e filhos ilustres, não devemos esquecer a saga de um valente e galante paraibano, que deixou como exemplo o sofrimento e fé. Sebastião Barra Nova, o mártir cantanhedense, foi trabalhador na construção da estrada de ferro São Luís/Teresina e por ser de boa aparência e provocar ciúmes foi executado em 1914, por ordem de um poderoso comerciante e subdelegado da época, no povoado de Cachimbos. Seus restos foram depositados no cemitério dos Barbados. O sentimento de dor e comoção acabou fazendo de Barra Nova uma espécie de protetor espiritual do povo da região. A chegada do trem São Luís – Teresina impulsiona a pacata Cantanhede, que em 1948 passa a categoria de Vila. Em 1952, pela força das lideranças locais e pelo grande prestígio político que dispunha o Deputado Federal, Líster Segundo da Silveira Caldas na Câmara Federal e no governo do Estado, Cantanhede atinge sua independência política, deixa de pertencer ao município de Itapecur-Mirim e passa figurar como um dos municípios do Maranhão.

Aproveitamos a oportunidade para de uma vez por todas sarar uma ferida histórica que tentaram introduzir nas estantes de nossa memória, mas graças as recentes pesquisas do projeto Cantanhede, Patrimônio do Mundo essa ideia de mudar a nossa fundação está esclarecida e no próximo ano, o documentário Cantanhede, Patrimônio do Mundo estará sendo distribuídos em escolas, museus, feiras e outros espaços, para que Cantanhede, o Brasil e o mundo tenham o real conhecimento de nossa fundação.
Depois de vários anos de pesquisa, sobre a origem de Cantanhede, chegamos ao ponto determinante sobre o seu verdadeiro fundador. Muito se pregou que teria sido Antonio Lopes da Cunha, nascido em Cantanhede de Portugal o fundador da Cantanhede do Maranhão, em 1791. As informações, mesmo sem uma prova documental apontavam que Antonio Lopes da Cunha teria nascido em Cantanhede de Portugal e aqui chagado em 1791, teria instalado uma fazenda com o nome de Cantanhede, em homenagem a terra natal. Durante 4 anos, vários pesquisadores, escritores, curiosos e familiares de colonizadores se debruçaram diante da questão, mas no ano passado, com a ajuda dos escritores, pesquisadores e historiadores Abraão Teixeira João Carlos Cantanhede, Milson Continho, o Sr. Mário e jornalista Luiz Carlos Amaral, entre outros, o projeto Cantanhede, Patrimônio do Mundo chegou ao Testamento de Antonio Lopes da Cunha (em anexo com registro de data de 31 de março de 1832), que mostra que o colonizador não nasceu em Cantanhede de Portugal e sim em Barcelos, na freguesia de Perelhal. Se Antonio Lopes da Cunha não nasceu em Cantanhede temos mais que a certeza que o nome Cantanhede dado a este chão é simplesmente originário da terra que Faustino Mendes Cantanhede obteve com Carta de Sesmaria em 1758, mas estando aqui desde 1720, a terra da família Cantanhede, que depois de Faustino foi alargada e passada para os seus filhos José Cantanhede e Manoel de Jesus Cantanhede, tendo Antonio Lopes da Cunha, quando chegou em 1791, ocupando o pedaço de Manoel de Jesus Cantanhede, como consta na sua própria Carta de Sesmaria. Portanto, é elementar que a fundação de Cantanhede foi feita por Faustino Mendes Cantanhede e não por Antonio Lopes da Cunha.