Usuário: Pablort

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Pedido de explicação editar

O tal Partido da Democracia Direta antes me parece um golpe para pedir dinheiro aos incautos. Como jurista, noto que até mesmo sua nomenclatura soa forçada. Como foi você quem criou o verbete aqui na wiki, e como "aquilo" que consta no site "oficial" não encontra qualquer respaldo na legislação político-eleitoral brasileira, gostaria de poder acreditar que se trata de um artigo sério, antes de propor sua eliminação. Lembre-se que TUDO no meio político - inclusive um estranha proposta de "democracia direta" (cujo conceito doutrinário não tem nada a ver com o que ali se diz) deve ser feito com nomes de pessoas reais e concretas, consoante o princípio da legalidade e da publicidade - que não estão atendidas.

Esperando vosso esclarecimento, desde logo antecipo meus votos de consideração,

Cordialmente, Conhecer Digaê  19:47, 31 Maio 2006 (UTC)

Argumentando editar

Pablo,

Gostei de vossa postura - e desprendimento! A "regra" aqui parece ser a de o pessoal defender com unhas e dentes um verbete que porventura tenha feito...

Graças a este mote, fui ler o que constava lá da democracia direta. O assunto promete, mas a primeira coisa que não pode existir, numa democracia direta é um partido político cuja proposta seja... democracia direta... Explico-me:

A característica essencial desse modelo decisório é justamente a de não existirem intermediários para que venha a ser exercido. (Já faz muito tempo que estudei o assunto, portanto me desculpe se cometer alguma imprecisão...) mas com certeza a política partidária não haverá de ter muita serventia, uma vez que o povo decidirá tudo...

O modelo, ou sua idéia pelo ao menos, vem da polis gregas, onde os cidadãos aptos (os demos - não todo o povo, mas uma pequena parcela da população) era convidada para, nas ágoras, opinar sobre os principais assuntos.

O verbete em questão omite que o sistema vigora (ou vigorou), nalguns cantões suíços. De resto, temos um bom exemplo de manipulação da vontade da maioria no último referendo, o das armas, quando a "imparcial" revista V. publicou em sua capa "7 razões para votar no não"... Num país com as nossas dimensões e características, como vencer um confronto em que de um lado estão os mais ricos conglomerados (os fabricantes de armas ganham longe dos traficantes de drogas) e do outro, pobres ONGs pacifistas?

Mas estou tergiversando... o site em questão não preconiza nenhuma forma de anarquia (muito menos aquela que boa parte da humanidade sonhou, pela via do comunismo - posto que este era o verdadeiro objetivo de tantas "ditaduras" ditas de esquerda: o fim do Estado). Também não há ali, como disse qualquer registro verificável de pedido junto à Justiça Eleitoral (TSE).

Enfim, é muito bom ter ideologia! Já estou ficando velho, assisti à morte de muitas utopias... a gente não fica "vacinado", ao contrário: a gente fica vazio! Já fui de lutar contra ditadura, contra tantas coisas, e hoje não sei como ensinar à minha filha senão que deva amar, sempre...

Vejo os jovens ante este quadro quase que por definição hipócrita, individualista e populista (desculpe, mas é um pouco de mea culpa) vencendo qualquer possibilidade de construção concreta de uma sociedade mais justa: o poder pelo poder, os fins justificando quaisquer meios, como se política fosse um conceito estagnado em Maquiavel e resumido no pragmatismo.

Enfim, gostaria de parabenizá-lo. Sinceramente. Que a vossa atitude sirva de exemplo para muitos dos que, antes de ponderar, brigam, ofendem e criam celeumas por questiúnculas que um simples diálogo pode dirimir... E obrigado, por ter dado ouvidos a este sujeito que ainda acredita em utopias... Forte abraço, Conhecer Digaê  05:40, 1 Junho 2006 (UTC)