História de Berlim editar

 
O Portão de Brandemburgo pintado por Ernst Ludwig Kirchner, em 1912.

A história de Berlim começou com sua fundação no século XII, e tornou-se posteriormente na capital do pequeno país da Prússia. A Prússia cresceu rapidamente nos séculos XVIII e XIX, e formou a base do Império Alemão, em 1871. Berlim transformou-se em uma cidade global, conhecida por suas posições de lideranças em ciência, estudos humanos, música, museus, ensino superior, governo, diplomacia e assuntos militares. Durante a Segunda Guerra Mundial, ela foi praticamente destruída por bombardeios, artilharia e ferozes combates rua-por-rua. A cidade foi, então, dividida entre os Aliados, e perdeu seus cargos de liderança. Com a reunificação da Alemanha, em 1990, Berlim restaurou-se como uma capital e também como uma cidade global.

Surgimento da cidade (1200-1400) editar

A cidade eslava original de Berlim foi construída inicialmente no margem oriental do rio Spree, aproximadamente onde o Nikolaiviertel localiza-se atualmente (embora existam edifícios pseudo-medievais facsimile do período pós-guerra). O primeiro assentamento alemão foi estabelecido na área provavelmente nos séculos XI ou XII. Eles fundaram uma segunda cidade, chamada Cölln, sobre uma ilha no Spree que é conhecida atualmente como Spreeinsel ou Ilha Museu. No século XII, a área passou a ser domínio alemão integrante da Marca de Brandemburgo, fundado por Albert I de Brandemburgo, em 1157. Foi sob a soberania da Marca de Brandemburgo (que governou a partir da cidade de Brandemburgo no Havel), que a Antiga Berlim e Cölln receberam suas primeiras titulação de cidade, no século XIII. O ano de 1237 foi mais tarde considerado como o ano da fundação. Como o assentamento alemão expandiu, o aspecto eslavo da cidade desapareceu e os dois assentamentos foram incorporados pela cidade alemão de Berlim-Cölln; elas se uniram formalmente em 1432. Albert I de Brandemburgo também legou à Berlim o emblema do urso, que já era utilizado em seu brasão de armas. Até o ano de 1400, Berlim e Cölln tinham 8.000 habitantes. Um grande incêndio no centro da cidade, em 1380, danificou a maioria dos registros escritos daqueles primeiros anos. Assim também ocorreu durante a grande devastação da Guerra dos Trinta Anos, entre 1618 e 1648.

Marca de Brandemburgo (1400-1700) editar

 
Mapa de Berlim e Cölln (1652, Leste está para cima).
 
Berlim em 1688 (Desenho de 1835).
 
O Édito de Potsdam

Em 1415, Frederico I de Brandemburgo tornou-se eleitor da Marca de Brandemburgo, no qual, governou até 1440. Os membros subsequentes da família Hohenzollern governaram Berlim até o ano de 1918; primeiro como eleitores de Brandemburgo, em seguida, como reis da Prússia, e, finalmente, como imperadores alemães. Quando Berlim tornou-se residência dos Hohenzollern, ela teve que desistir de sua categoria de cidade livre na Liga Hanseática. Sua principal atividade econômica passou de comércio para produção de bens de luxo para a corte.

  • 1443 a 1451: o primeiro Berliner Stadtschloss (português: Palácio da Cidade de Berlim) foi construído nas margens do rio Spree. Naquela época, Berlim-Cölln tinha cerca de 8.000 habitantes. A população aumentou rapidamente, levando à pobreza.
  • 1448: Os habitantes da cidade se rebelaram na "indignação de Berlim", no qual, foram contra a construção de um novo palácio real pelo eleitor Frederico II de Brandemburgo. Este protesto não foi bem sucedido, e ainda mais, os cidadãos perderam muitos de seus privilégios políticos e econômicos.
  • 1451: Berlim tornou-se a residência real dos eleitores de Brandemburgo, e assim, teve de desistir de seu status como cidade livre hanseática.
  • 1510: 100 judeus foram acusados de roubar e profanar habitantes. Desses, 38 foram queimados até a morte; outros foram banidos e perderam suas posses. No entanto, foram devolvidas pelos marqueses posteriores.
  • 1530: Foi estabelecido o parque Tiergarten quando o eleitor Joachim I doou a propriedade para o uso como uma reserva da realeza para caça. A área foi aberta ao público em meados do século XVII, e deixou de ser um parque de caça em 1740, quando começou o trabalho de redesenhá-lo no estilo paisagístico inglês.
  • 1539: Os eleitores e Berlim tornaram-se oficialmente Luteranos.
  • 1540: Joachim II introduziu a Reforma Protestante em Brandemburgo e nas possessões das igrejas seculares. Ele usou o dinheiro para pagar por seus projetos, como a construção de uma avenida, a Kurfürstendamm, entre Grunewald (seu castelo de caça) e seu palácio, o Berliner Stadtschloss.
  • 1576: A peste bubônica matou cerca de 4.000 pessoas na cidade.
  • Em torno de 1600: Berlim-Cölln possuia 12.000 habitantes.
  • 1618-1648: A Guerra dos Trinta Anos teve consequências devastadoras para Berlim. Um terço das casas foram danificadas, e a cidade perdeu metade de sua população.
  • 1640: Frederick William, conhecido como o "Grande Eleitor", sucedeu seu pai, George William, como Eleitor de Brandemburgo. Mais tarde, ele iniciou uma política de promoção da imigração e da tolerância religiosa. Nas décadas seguintes, Berlim expandiu-se enormemente em área e população com a fundação dos novos subúrbios de Friedrichswerder e Dorotheenstadt. Durante seu governo, Berlim atingiu a marca de 20.000 habitantes e tornou-se pela primeira vez uma cidade significativa dentre as da Europa Central. Ele também desenvolveu um exército permanente.
  • 1647: A avenida Unter den Linden foi estabelecida entre o Parque Tiergarten e o Palácio. A avenida foi construída com seis fileiras de árvores.
  • 1671: Cinquenta famílias judias da Áustria foram abrigadas em Berlim. Com o Édito de Potsdam, em 1685, Frederick William convidou Huguenotes Calvinistas a Brandemburgo. Mais de 15.000 huguenotes vieram, dos quais, 6.000 assentaram-se em Berlim. No ano de 1687, eles eram 20% da população da cidade, e muitos eram banqueiros, industrialistas e investidores.
  • 1674 e depois: A zona de Dorotheenstadt foi construída em uma curva do Rio Spree, a nordeste da Spreeinsel (Ilha Spree), onde o Palácio está situado.
  • 1688 e depois: Friedrichstadt foi construída e assentada.
  • Em torno de 1700: Muitos refugiados da Boémia, Polônia e Salzburgo vieram à Berlim.

Reino da Prússia (1701-1871) editar

 
Grande brasão de armas de Berlim, em 1839.

Em 1701, o Eleitor Frederico III (1688-1701) coroou-se como Frederico I (1701-1713), Rei da Prússia. Sua esposa, a Rainha Sofia Carlota de Hanôver, ordenou a construção do Palácio de Charlottenburg (inicialmente chamado de Lietzenburg), no oeste da cidade, que foi transformado no palácio de veraneio. Ele transformou Berlim na capital do novo reino da Prússia.

Em 1709, Berlim contava com 55 mil habitantes, dos quais, 5 mil serviam no Exército Prussiano. Em 1 de janeiro de 1710, Cölln e Berlim, incluindo os subúrbios de Friedrichswerder, Dorotheenstadt e Friedrichstadt, foram unificadas como a Capital e Residência Real de Berlim. Berlim e Cölln estão em ambos os lados do rio Spree, no atual bairro de Mitte.

Capital prussiana editar

Crescimento econômico editar

Religião editar

Em torno do ano de 1900, aproximadamente 84% da população era classificada como protestante, 10% como católicos, e 5% como judeus. A classe média era, juntamente com as classes econômicas mais elevadas, geralmente, devotos do Protestanismo. As classes trabalhadoras se tornaram cada vez mais secularizadas. Quando os trabalhadores se mudaram para Berlim, os protestantes entre eles abandonaram largamente as práticas religiosas de suas antigas aldeias. Os sindicatos promoviam o anticlericalismo, além de denunciar as igrejas protestantes como distantes das necessidades da classe trabalhadoras. No entanto, os trabalhadores católicos mantiveram um pouco mais próximos de suas igrejas tradicionais, no qual, contavam com liturgias mais atraentes para os trabalhadores do que os sermões intelectuais das igrejas protestantes. No início do século XX, a frequência de adultos nos cultos religiosos aos domingos era de 6% da população de Berlim, enquanto que em Londres chegava a 22%, e 37% em Nova York.

Império Alemão (1871-1918) editar

Capital imperial editar

Sindicatos editar

Primeira Guerra Mundial editar

República de Weimar (1918-1933) editar

Terceiro Reich (1933-1945) editar

Planos nazistas editar

No final da década de 1930, Adolf Hitler e seu arquiteto Albert Speer fizeram planos para a nova Berlim - Welthauptstadt Germania. Todos os projetos seriam de enorme tamanho. Adjancente ao Reichtag, Speer planejou construir a Volkshalle (Salão do Povo), uma estrutura de, aproximadamente, 250 metros de altura com uma enorme cúpula de cobre. Seria grande o suficiente para receber 170 mil pessoas em seu interior. Também segundo os planos, do Salão do Povo partiria a Avenida da Vitória em direção ao sul com 23 metros de largura e 5,6 quilômetros (3,5 milhas) de comprimento. No outro extremo, teria uma nova estação ferroviária e próxima a ela, o Aeroporto de Tempelhof. Na metade do caminho da avenida estava planejada a construção de um enorme arco de 117 metros de altura que simbolizaria aqueles que caíram durante as guerra mundiais. Com a conclusão desses projetos (previstos para 1950), Berlim seria renomeada para "Germania".

A guerra provocou o adiamento das construções, pois, ao invés da continuidade das obras, a cidade construiu torres de concreto gigantes como bases para armas anti-aéreas. Atualmente, apenas algumas estruturas da era nazista permaneceram, tais como o Reichsluftfahrtministerium (Ministério Nacional de Aviação), o Aeroporto Internacional de Tempelhof e o Olympiastation. A Chancelaria do Reich de Hitler foi demolida pelas autoridades de ocupação soviética.

Segunda Guerra Mundial editar

Alemanha Ocidental e Oriental (1945-1990) editar

Bloqueio e transporte aéreo editar

A Revolta de 27 de junho editar

Muro de Berlim editar

Movimento estudantil editar

750º aniversário editar

República Federal da Alemanha (1990-atualidade) editar

Reunificação editar

Capital e cidade global editar

Ver também editar