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Seção "controvérsias" do artigo Paulo Francis

Críticas e controvérsias

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  A definição de dicionário de Bageense/Testes no Wikcionário Em seu livro de 1996, Vida e Obra do Plagiário Paulo Francis, o escritor e jornalista Fernando Jorge expõe diversos xingamentos, ofensas, plágios e erros de português da parte de Francis ao longo de sua carreira.

Manifestações de racismo e xenofobia

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A xenofobia de Francis se manifesta mais em relação aos nordestinos. O autor atribui a esse preconceito o fracasso dele como ator nessa região.[1] Entre as declarações que mais geraram revolta inclui-se a seguinte:[2]

É pouco provável que um filho do Nordeste, região mais pobre do Brasil, vergonha nacional, saiba alguma coisa, pois vive no século 16. Os nordestinos vivos migraram para outras partes do País. Faz oito anos e meio estamos sob o comando de jecas dessa região desgraçada. Basta.
— Paulo Francis, O Estado de S. Paulo, 8 de outubro de 1992

Dois dias depois, o mesmo jornal deu a notícia intitulada "Pernambucanos fazem protestos contra artigo de colunista", onde estava exposta a indignação dos pernambucanos e as notas de repúdio da Associação de Imprensa de Pernambuco, da OAB-PE e do Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco. Ivaldo Sampaio, editor-geral do Jornal do Commercio de Recife, jornal que veiculara a coluna e que cancelara o contrato com a Agência Estado devido a ela, afirmou que não era a primeira vez que Francis havia atacado o Nordeste e os nordestinos e que via-o como um "jornalista em declínio", "um copiador de textos alheios", "só capaz de ler orelhas de livros".[3] Houve reações oriundas também de outros Estados da região.

Após tomar conhecimento do repúdio, Francis comentou:[3]

Adoro Recife. É minha cidade nordestina favorita... adianta negar o atraso horrível da região?... espero em breve rever meus amigos pernambucanos e a deliciosa Recife.
— Paulo Francis

No dia 11 de outubro, mais reações foram publicadas pelo próprio Estadão em notícia intitulada "Jornal baiano cancela artigos de Paulo Francis", anunciando que o jornal A Tarde, de Salvador, cancelara o contrato com a Agência Estado para a publicação da coluna "Diário da Corte", que pertencia a Francis. A notícia afirmou também que o prefeito de Salvador, Fernando José Rocha, estudava a possibilidade de processar o autor dos comentários preconceituosos.[1]


Críticas do autor à imprensa e ao Brasil

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No livro, Fernando Jorge dirige suas críticas majoritariamente aos veículos de comunicação para os quais Francis trabalhou.

Mas o que vem acontecendo com a grande imprensa brasileira? Ela mergulhou numa fase de decadência cultural? Os diretores e chefes de redação não sabem mais distinguir, nos dias atuais, a cultura da ignorância? [..] Se isto ocorresse na Europa e nos Estados Unidos, seria inacreditável, porém estamos no Brasil, o país que no conceito de Lúcio Cardoso [poeta mineiro], registrado no seu Diário Completo, é "um prodigioso produto do caos, uma rosa parda de insolvência e de confusão".
— p. 349

Porém, algumas delas, como a acima, dirigem-se também ao Brasil de modo geral:

A cultura do senhor Francis é uma cultura onomástica. Há anos e anos, para impressionar, ele não pára de citar os nomes de diversos escritores americanos[...] pois o brasileiro acha que se uma pessoa vomitar nomes de gringos, sobretudo de intelectuais americanos, ela fornecerá uma prova irrefutável de possuir grande cultura.
— p. 354

Ao se referir ao contraste entre Francis e seus colegas, que o autor julga serem de qualidade, afirma:

[...] o Brasil é o único país do mundo onde o leitor vê em alguns órgãos da grande imprensa, no Estadão e em O Globo, por exemplo, a capacidade ao lado da incapacidade. A capacidade do César Giobbi, do Zózimo, do Walter Fontoura, da Tânia Alves, do Aluízio Maranhão, do Oliveiros S. Ferreira, do José Nêumanne, da Ana Maria Tahan, convivendo com a incapacidade ridícula, lampeira e empavonada do Paulo Francis. É algo como ajuntar o horrível grasnido de um urubu ao inebriante dó de peito de um magnífico tenor.
— p. 391

Bibliografia

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  1. a b Jorge 1996, p. 96.
  2. Jorge 1996, p. 94.
  3. a b Jorge 1996, p. 95.