Fernando Jorge

jornalista brasileiro

Fernando Jorge (Petrópolis, 1928) é jornalista, escritor, historiador, biógrafo, crítico literário, dicionarista e enciclopedista brasileiro, autor de várias obras biográficas e históricas que lhe renderam alguns prêmios como o Prêmio Jabuti de 1962.

Fernando Jorge
Fernando Jorge
Fernando Jorge em 2015
Nascimento 1928 (96 anos)
Petrópolis
Residência São Paulo
Progenitores Mãe: Albertina Alves Jorge
Pai: Salomão Jorge
Ocupação Jornalista, escritor, enciclopedista
Prêmios Prêmio Jabuti
Medalha Koeler
Prêmio Clio
Página oficial
fernandojorge.com

Durante a ditadura militar de 1964 foi considerado "subversivo", tendo muitas vezes sido levado a interrogatório pelo regime e seu trabalho censurado.[1]

Biografia editar

Filho de Salomão Jorge e Albertina Alves Jorge, Fernando nasceu no Rio de Janeiro mas mudou-se para São Paulo quando tinha sete anos de idade; seu pai – natural da cidade de Petrópolis e descendente de sírios e libaneses,[2][3] era médico, poeta e escritor – na capital paulista entrou para a política elegendo-se deputado estadual, havendo sido líder do governo na Assembleia.[4]

Fernando Jorge cursou a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo; mais tarde formou-se em biblioteconomia, profissão na qual foi diretor da divisão técnica da biblioteca da Assembleia Legislativa de São Paulo.[1]

Seu trabalho como jornalista, um dos primeiros a integrar a Associação Brasileira de Imprensa com a carteira de número 88, durante o regime militar brasileiro foi processado quatro vezes por subversão; sobre esta passagem registrou Ângelo Henrique Ricchetti: "...estava na lista negra dos militares como um jornalista subversivo, mas não. Fernando não era um jornalista subversivo. Era muito mais. Usava duas armas para combatê-la: a primeira a inteligência, e a segunda, a sua caneta, ora escrevendo livros e ora escrevendo peças de teatro, diga-se de passagem, sempre proibidas."[1] Em 1987 publicou ""Cale a Boca, jornalista!", obra na qual registra os casos de tortura aos profissionais de imprensa durante a ditadura militar.[1]

Como enciclopedista Jorge foi um duro crítico do trabalho de Antônio Houaiss; em sua obra "Chacrinha, Silvio Santos, Ibrahim Sued, Houaiss e Cia", de 1974, registrou como "dedicatória": "Ao Antônio Houaiss - que sendo o chefe da editoria da "Grande Enciclopédia Delta Larousse", a rainha das enciclopédias erradas, tornou-se o maior vendedor de erros do mundo, e por haver enriquecido o nosso léxico com a palavra houaissada, que significa: erros e disparates encontrados em dicionários e enciclopédias."[4]

Obras publicadas editar

Além do Prêmio Jabuti, o autor já em 1957 recebeu a Medalha Koeler por sua contribuição à cultura brasileira e, em 1957, ganhou o Prêmio Clio da Academia Paulista de História por seu trabalho sobre a Era Vargas.[1] Dentre os livros do autor têm-se:

biografia e história
  • Lutero e a Igreja do Pecado.
  • Cale a Boca, jornalista!, 1987
  • Vida e Poesia de Olavo Bilac
  • O Aleijadinho, sua Vida, sua Obra, seu Gênio
  • As Lutas, a Glória e o Martírio de Santos Dumont, 2018
  • Os 150 Anos da Nossa Independência
  • Vidas de Grandes Pintores do Brasil
  • Getúlio Vargas e o seu Tempo
  • Hitler – Retrato de uma Tirania, 2012
  • Vida e Obra do Plagiário Paulo Francis
  • Vida, obra e época de Paulo Setúbal: um homem de alma ardente
  • A Academia do fardão e da confusão: a Academia Brasileira de Letras e os seus 'imortais' mortais
  • Geisel, o presidente da abertura
crítica e ensaio
  • Chacrinha, Silvio Santos, Ibrahim Sued, Houaiss e Cia, 1974
  • Se não fosse o Brasil, jamais Barack Obama teria nascido, 2011 (Editora Novo Século)
literatura
  • Água da Fonte (crônica)
  • As Sandálias de Cristo (crônica)
  • O Orvalho
  • O Grande Líder (romance)
dicionários e linguística
  • Dicionário de verbos
  • Dicionário de antônimos e sinônimos
  • Gramática dinâmica da Língua Portuguesa – Dicionário de verbos
  • Língua Portuguesa – dicionário de verbos
  • Dicionário básico da Língua Portuguesa
  • Novíssimo dicionário prático da Língua Portuguesa
  • Nova biblioteca da Língua Portuguesa
  • Dicionário de verbos ingleses (coautoria)
  • Dicionário de verbos franceses (coautoria)

Referências

  1. a b c d e Milton Neves. «Fernando Jorge - Que fim levou?». Terceiro Tempo. Consultado em 5 de novembro de 2018. Cópia arquivada em 5 de novembro de 2018 
  2. «Biografia do patrono da escola». EMEI Salomão Jorge. Consultado em 1 de julho de 2019. Cópia arquivada em 1 de julho de 2019 
  3. Antonio Miranda. «Salomão Jorge». antoniomiranda.com.br. Consultado em 1 de julho de 2019. Cópia arquivada em 1 de julho de 2019 
  4. a b Fernando Jorge (1974). Chacrinha, Silvio Santos, Ibrahim Sued, Houaiss e Cia. São Paulo: Obelisco Ltda. 194 páginas 

Ligações externas editar

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