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Paulo de Oliveira Freire (São Paulo, 1º de abril de 1957[1]), mais conhecido como Paulo Freire, é um músico, compositor, escritor, contador de histórias e musicólogo brasileiro. Seu instrumento é a viola caipira.
Carreira editar
Inícios na música editar
Paulo Freire é filho do psicanalista e escritor Roberto Freire[1]. Começou a tocar violão aos 14 anos influenciado pelo irmão, o músico Tuco Freire. Em 1973, começou a estudar guitarra no Centro Livre de Aprendizagem Musical (CLAM), uma importante escola para a formação de músicos instrumentais, fundada no mesmo ano pelos integrantes do Zimbo Trio[1]. Em 1977, impactado com a leitura de Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, decidiu se mudar para a região do rio Urucuia, em Minas Gerais, onde conhece Manoel de Oliveira, o "Mestre Manelim", que lhe ensinaria a tocar viola[1][2]. Ao voltar para São Paulo, em 1980, decide se aperfeiçoar no violão. Entre 1981 e 1984, viaja a Paris para continuar os estudos de violão clássico, com o uruguaio Betho Davesaky, que, ao escutá-lo tocar viola, lhe disse que esse era o seu instrumento verdadeiro[2].
Carreira como músico editar
De volta ao Brasil, compõe trilhas sonoras para as séries da Rede Globo de televisão: Malu Mulher (1979-1980), Obrigado, Doutor (1981) e Grande Sertão: Veredas (1985). Nelas, dá destaque para a viola, seu instrumento principal. Em 1993, compõe para o programa Globo Rural. O primeiro disco, Rio Abaixo: Viola Brasileira (1995), recebe o Prêmio Sharp de revelação instrumental. O segundo, São Gonçalo (1998), mescla música e contação de histórias, marca de seu trabalho. Em 2000, lança o independente Lambe Lambe, disco encartado no livro com faixas autorais como “Manuelzão”, “Lagoa Encantada” e “Seu Téo”. Em 2003, cria o selo Vai Ouvindo e, por ele, produz o coletivo Esbrangente, com Roberto Corrêa (1957) e Badia Medeiros (1940), o infantil Brincadeira de Viola e o eclético Vai Ouvindo, com algumas de suas canções. Do mesmo selo são Redemoinho (2007), e o CD-livro Nuá: As Músicas dos Mitos Brasileiros (2009).
Carreira como compositor e escritor editar
Além de música instrumental, Freire compõe canções. “Bom-Dia”, parceria com Swami Jr. (1958), é gravada por Zizi Possi (1956) e Virgínia Rosa (1966). Como violeiro, grava com Arnaldo Antunes (1960), Mônica Salmaso (1971) e Luiz Tatit (1951). Entre 1999 e 2000, participa do Grupo Anima e, entre 1997 e 2001, da Orquestra Popular de Câmara. É autor do livro Eu Nasci Naquela Serra (1996), sobre a trajetória de Angelino de Oliveira (1889-1964), Raul Torres (1906-1970) e Serrinha (1917-1978), além de publicar romances e livros de causos.
Discografia editar
- Rio Abaixo (1995)
- São Gonçalo (1997)
- Esbrangente (2003), com Roberto Corrêa e Badia Medeiros
- Brincadeira de Viola (2003)
- Vai Ouvindo (2003), como Paulo Freire Trio, com Tuco Freire e Adriano Busko
- Redemoinho (2007)
- Nuá: As Músicas dos Mitos Brasileiros (2009), CD-livro
- Alto Grande (2013)
- Violinha Contadeira (2015)
- Pórva (2016)[3]
Livros editar
- O Canto dos Passos (1988)
- Zé Quinha e Zé Cão. Vai Ouvindo (1993)
- Lambe-Lambe (2000)
- Eu Nasci Naquela Serra (1996)
- O Céu das Crianças (2008)
- Jurupari (2010)
- Chão (2019)
- Selva (2021)[4]
Referências
- ↑ a b c d «Paulo Freire». Enciclopédia Itaú Cultural. 31 de janeiro de 2024. Consultado em 2 de fevereiro de 2024
- ↑ a b «Paulo Freire - Violeiro - BIOGRAFIA». www.paulofreirevioleiro.com.br. Consultado em 2 de fevereiro de 2024
- ↑ «Paulo Freire - Violeiro - CDs». www.paulofreirevioleiro.com.br. Consultado em 2 de fevereiro de 2024
- ↑ «Paulo Freire - Violeiro - Livros». www.paulofreirevioleiro.com.br. Consultado em 2 de fevereiro de 2024