Vítor Baptista

futebolista português

Vítor Manuel Ferreira Baptista[2] (Setúbal, 18 de Outubro 1948 - 1 de Janeiro 1999)[3] foi um futebolista português. Era conhecido pela sua genialidade, excentricidade, irreverência e imprevisibilidade, pois não tinha muita disciplina táctica. Devido à sua personalidade era comparado com George Best.

Vítor Baptista
Informações pessoais
Nome completo Vítor Manuel Ferreira Baptista
Data de nascimento 18 de outubro de 1948
Local de nascimento São Julião, Setúbal [1], Portugal
Nacionalidade português
Data da morte 1 de janeiro de 1999 (50 anos)
Altura 1,78 m [1]
Apelido O Maior, O Rapaz do Brinco, O Gargantas,
O Rapaz dos Pés de Ouro, Meu Deus [1]
Informações profissionais
Posição Médio Ofensivo, Avançado
Clubes profissionais
Anos Clubes Jogos e gol(o)s
1966-1971
1971-1978
1978-1979
1979-1980
1980
1980-1981
1981-1982
1982-1983
1983-1984
1984-1986
Vitória F.C.
SL Benfica
Vitória F.C.
Boavista F.C.
San José
Amora F.C.
Clube Desportivo Montijo
União de Tomar
Monte Caparica A.C
Estrelas do Faralhão
80 0 (33)
112 0(50)
019 0 (7)
015 0 (8)
02 00 (0)
04 00 (0)
0?
Seleção nacional
1971-1976 Portugal Portugal 11 (2)

Carreira

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Clubes

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Natural de Setúbal, filho de um electricista e de uma operária de conservas, aos 13 anos começou a trabalhar como empregado numa mercearia. Aos 15, depois de participar num torneio de futebol de salão, em que foi o segundo melhor marcador (atrás de Quinito, mais tarde treinador) Vítor Baptista terá tomado a decisão de se tornar jogador profissional de futebol.

Iniciou a sua carreira no Vitória de Setúbal, onde em 1967, com apenas 18 anos, venceu uma Taça de Portugal (uma das três que o clube sadino alcançou até hoje). Na sua última época pelo Vitória marcou 22 golos, despertando o interesse do Sporting e do Benfica.

Transferiu-se para o Benfica a 19 de Julho de 1971 por três mil contos mais o passe de José Torres, Matine e Praia, na transferência mais cara do futebol português até à altura[4]. Estreou-se na equipa principal com um golo ao Vitória de Setúbal, a sua anterior equipa. Ao longo das sete épocas em que representou o Benfica, participou em 150 jogos oficiais, tendo marcado por 62 vezes. O seu último golo pelo Benfica, obtido através de um remate potente[4], foi frente ao rival Sporting num jogo realizado no Estádio da Luz a 12 de Fevereiro de 1978.

A sua classe foi determinante ao revelar uma técnica apurada, uma boa visão de jogo e uma grande capacidade de finalização. Ganhou cinco campeonatos e uma Taça de Portugal pelos encarnados. No Benfica manteve uma relação difícil com os treinadores Mário Wilson e John Mortimore. O seu último jogo de águia ao peito foi em Fevereiro de 1978, num jogo com o Vitória de Guimarães. Nesse tempo, já tinha problemas com drogas pesadas.

Regressou ao Vitória de Setúbal na época 1978/79 devido a divergências com a direcção do Benfica quanto ao seu salário. No Boavista, equipa que representou na época de 1979/80, chateou-se com José Maria Pedroto, voltando a sair devido a desacordos contratuais com o presidente Valentim Loureiro. Mais tarde viria a rumar aos EUA para representar o San José Earthquakes, da Califórnia, a convite de António Simões, jogando com Guus Hiddink. No Montijo foi jogador e treinador. Retirou-se com 37 anos na equipa regional dos Estrelas do Faralhão.

Selecção Nacional

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Vestiu a camisola das quinas apenas por onze vezes, devido a um desentendimento com o seleccionador Juca em 1976, sendo afastado definitivamente da selecção.

Foi convocado por Juca para o jogo Chipre-Portugal, de qualificação para o Mundial-78. Em 4 de dezembro de 1976, de Lisboa a Limassol, a selecção faz escala em Atenas num avião da TWA. Chegados ao hotel, Juca avisa que terá lugar um treino ligeiro antes do jantar. À hora marcada, todos aparecem menos Vítor Baptista, que só chega no final dos exercícios com ar de turista. Repreendido por Juca, justifica-se com o facto de nada ter ouvido e chama todos de malucos. É recambiado para Lisboa, na véspera do jogo, ganho por Portugal (2-1).[5]

Vítor Baptista viria a falecer, após um final de vida de pobreza (resultado de alguns excessos cometidos durante a vida), a 1 de Janeiro de 1999, aos 50 anos de idade. Os seus últimos anos de vida foram passados a trabalhar em cemitérios e como funcionário da câmara de Setúbal para limpar as ruas.

Títulos

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V. Setúbal
Benfica

Curiosidades

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  • Um dos momentos mais marcantes da sua carreira foi em 1977/1978 quando perdeu um brinco de ouro, que lhe custara mais de 10 contos (quantia significativa para a época), após marcar o último golo pelo Benfica. Com o público em êxtase e o jogo interrompido por alguns minutos, os jogadores das duas equipas e até o árbitro Rosa Santos ajudaram-no a procurar o brinco perdido, que nunca foi encontrado.
  • Tempos depois, na época em que visitou a Luz com o Boavista tendo marcado o golo da vitória axadrezada, no final do jogo, enquanto os companheiros festejavam, Vítor Baptista foi ao local onde pensava ter perdido o tal brinco e de gatas voltou a procurá-lo, tendo sido ajudado sem sucesso por alguns dos seus companheiros do Boavista, perante o espanto do público presente, até que os mandaram recolher aos balneários.
  • Grande amigo de Toni e de Humberto Coelho, seus companheiros de equipa no Benfica.

Ligações externas

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Referências