Valdrez é uma aldeia pertencente à freguesia de Salselas concelho de Macedo de Cavaleiros, Portugal.

História editar

Com vestígios de um povoamento castrejo anterior à nacionalidade, foi paróquia no primeiro período da Monarquia Portuguesa (Sec. XII-XIII), com S. Miguel como Orago. Valdrez, ao longo do tempo, já foi conhecida pelos títulos de Baldrago, Baldereci, Baldrediz, Baldais, Baldreis, Baldrêz e por fim Valdrez. Aparece muitas vezes citado nas inquisições de D. Afonso III de Portugal e D. Sancho I de Portugal.

Em 1158 foi considerado um dos “Villares Vedros”, ou seja, Vilares antigos, mas continuava despovoado devido sobretudo à invasão Leonesa da 2ª metade do Sec. X que tornou as nossas terras em lugares desertos, pois estes sítios eram propícios às investidas dos Leoneses. Mas na verdade este despovoamento, devia-se sobretudo a sucessivos impedimentos, por vezes, de Nuno Martins de Chacim, senhor e dono de Grande parte da terra, assim como dos homens de Lampaças (hoje Quintela de Lampaças) ou ainda pelos habitantes de Salselas. D. Sancho II, através de desmandos e extorsões, que o levariam à sua queda, havia sido cerceado pela administração de D. Afonso III, seu irmão, que com as inquisições de 1258, demonstrou de imediato várias injurias e usurpações.

D. Dinis em 1290 ordenou novas inquisições que se afiguraram eficazes para o controlo de populações. No caso concreto de Valdrêz, permitiu-lhe que fosse elevada a paróquia nesse mesmo ano. Diziam as testemunhas dessa época que Valdrêz era reguenga e que após tentativas falhadas “a povoou o concelho de Bragança por reguenga Del-Rei, e por aldeia de Bragança”, já que a coroa dela rechaçou o privilégio abusivo de “Honra”. Porventura esquecida em 1320, aparece, porém, em 1706 anexa a Quintela de Lampaças com 55 fogos, que se manteriam em 1717 e 1751, mas já com um decréscimo demográfico (25 fogos), desconhecendo-se a data de integração na actual freguesia.

Nos dias de hoje, Valdrez é servida por estrada municipal, fora apeadeiro na linha do caminho-de-ferro Tua-Bragança, no entanto com a sua abolição ficou pobremente servida em termos de transportes públicos.

Geografia editar

Com o “Boom” do êxodo demográfico dos anos 60/70 resultando na emigração sobretudo para a França, Espanha e Brasil, Valdrêz apresenta hoje um nível demográfico que nem atinge os 100 habitantes. É caracterizada por uma população marcadamente envelhecida onde a agricultura e pecuária, representa o grosso do rendimentos desta comunidade, uma agricultura meramente de subsistência, sendo a Oliveira a sua fonte de rendimento mais assinalável. Saliente-se porém que é uma aldeia em que a escola primária funciona a 100% na medida em que possui algumas crianças em idade escolar.

Devido à situação geográfica, encontra-se situada na encosta de um vale estreito, em V, rasgado pela ribeira de Salselas, dando costas com a Barragem do Azibo. Do ponto de vista de edificações, verifica-se a presença assinalável das típicas construções em Xisto e Feldespatos, minerais em abundância nesta Zona, nomeadamente no núcleo da Aldeia, muitas delas ainda habitadas. Nos tempos que correm, notar também a presença da influência da imigração nalguns edifícios que vão pintalgando, as belas paisagens da aldeia de Valdrêz.

Cultura editar

Do ponto de vista cultural, não possuiu nenhuma tradição marcadamente “sua”, caracteriza-se sim por uma população afável, e acolhedora, onde o presunto, o salpicão, o queijo fresco de Ovelha, Cabra ou Vaca, assim como o pão de trigo, centeio ou mistura, cozidos em forno de lenha, e a garrafa do vinho verde/maduro tinto, fruto das poucas vinhas que ainda se encontram na aldeia, tornam as mesas fartas a quando da presença de visitas, saliente-se ainda uma cozinha em que o azeite é rei e senhor da mesa, marcando todos os pratos culinários com o seu gosto fino e recatado, e a sua cor verde esmeralda límpida. Por ocasião dos princípios do mês de Agosto, a aldeia enche-se de cor e alegria para comemorar a festa do Santo Padroeiro S. Miguel, sendo também esta a altura propicia ao encontro dos imigrantes que se encontram no estrangeiro, com as famílias de origem.

Aos visitantes, a não perder um copo na taberna do “ João Miguel” com a sua característica rural que prevalece há já bastantes anos, como ponto de encontro das noites frias de Inverno e das Tardes quentes de Verão...

Referências

  Este artigo sobre Portugal é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.