Metzgeriaceae

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Metzgeriaceae é uma família de hepáticas (Marchantiophyta) talosas da ordem Metzgeriales.[1][2] A espécies podem ser monoicas ou dioicas.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaMetzgeriaceae
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Marchantiophyta
Classe: Jungermanniopsida
Ordem: Metzgeriales
Família: Metzgeriaceae
Klinggr., 1858
Gêneros

Taxonomia

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O botânico italiano Giuseppe Raddi (1770-1829) viajou por algumas regiões do mundo, sendo uma delas o Rio de Janeiro, ele retornou a seu país e trouxe consigo uma vasta colecção de plantas e sementes, que se encontram no herbário das Universidades de Pisa, Bolonha e Florença, entre outras, e que ainda hoje se encontram em estudo. Nos trabalhos criados pela expedição, Raddi descreveu 156 novas espécies de plantas. Um gênero encontrado que ele chamou de Metzgeria por causa de uma amizade com Johann P. Baptist Metzger [3], um excelente gravador e restaurador de imagens antigas, pertence a família Metzgeriaceae que se distribui da região dos trópicos para as regiões temperadas, sendo que aproximadamente 43% encontram-se em regiões neotropicais, sendo 17 endêmicas.

O Brasil, por ocupar grande parte da zona Neotropical, por isso muitas das espécies de Metzgeria no Brasil habitam preferencialmente os ecossistemas costeiros de Mata Atlântica, concentrando a diversidade genética de Metzgeria no Brasil.

A família Metzgeriaceae (Hepaticae) é representada na América tropical por um gênero, Metzgeria, e 57 espécies. As espécies desta família são diferenciadas de acordo com a largura do talo, número de células na nervura central, número de células medulares, tipos e disposição de cabelos no talo, gemas, uma sexualidade. Elas são epífitas de florestas tropicais úmidas, submontanhas a altas montanhas, entre 500-4000 m de altitude.

Morfologia

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As Metzgeriaceae são plantas hepáticas talosas, isso significa que seus gametófitos são aplanados e dicotomicamente ramificado, formando assim os talos, os quais são finos, permitindo a absorção de água e as trocas gasosas por difusão.

Elas podem ser corticícola, que cresce em troncos e ramos de árvores vivas e rupícola , que cresce em superfície rochosa úmida, podendo também crescer em área de Floresta ciliar e/ou de galeria, Floresta ombrófila densa e Floresta Ombrófila mista, eles se desenvolvem rente a superfície de regiões úmidas, tendo tamanho reduzido ( 2-20mm de espessura até 10 cm de comprimento).

Há a presença de rizóides unicelulares, os quais auxiliam na fixação dessas plantas no substrato, e um número pequeno ou a falta de oleoplastos (corpos oleosos), rodeados por uma membrana e contendo isoprenóides.Os gametângios são formados em ramos curtos e especiais. O caliptra é alongada, carnuda e com pelos absorventes. Apresenta seta curta, com esporângio é redondo a oval [4].

Reprodução

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O ciclo de vida das Metzgeriaceae é dominado pela fase gametofítica, haplóide, com o esporófito diplóide dependente do gametófito, estas plantas são haploides durante a maior parte da sua vida, sendo que seu esporófito, murcha e desaparece logo após ter libertado os esporos. A reprodução se dá de modo assexuado, por meio de fragmentos ou produção de gemas produzidas nos conceptáculos, estruturas especializadas que se encontram na superfície dorsal do talo, sabe- se que a dispersão das gemas ocorre pela água e permite a colonização de novas áreas [5].

Relações Filogenéticas

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Há poucas informações sobre as relações filogenéticas da família, estima-se que fazem parte dela 5 gêneros, dentro dos quais são catalogadas cerca de 200 espécies. Estas, no entanto, não são totalmente aceitas, em 19 delas os pesquisadores estão razoavelmente seguros de que são efetivamente parte do gênero, entre as demais, há dúvidas se são espécies diferentes, se são sinônimos de outras já registradas ou se de fato são parte da família.

Lista dos gêneros e das espécies aceitas [6]:

Apometzgeria

Apometzgeria frontipilis (Lindb.) Kuwah. & J.J. Engel

Apometzgeria longifrondis (C. Gao) G.C. Zhang

Austrometzgeria

Austrometzgeria saccata (Mitt.) Kuwah.

Metzgeria

Metzgeria australis Stephani

Metzgeria crassipilis (Lindb.) A. Evans

Metzgeria decipiens (C. Massal.) Schiffner

Metzgeria dichotoma (Sw.) Nees

Metzgeria dorsipara (Herzog) Kuwah.

Metzgeria fruticulosa (Dicks.) A. Evans

Metzgeria japonica (S. Hatt.) Kuwah.

Metzgeria leptoneura Spruce

Metzgeria minor (Schiffner) Kuwah.

Metzgeria orientalis (Kuwah.) Kuwah.

Metzgeria pinguis (L.) Corda

Metzgeria pubescens (Schrank) Raddi

Metzgeria subundulata (Austin ex Lindb.) Kuwah.

Metzgeria violacea (Ach.) Dumort.

Echinomitrion

Echinomitrion furcatum (L.) Corda

Steereella

Steereella lilliana (Stephani) Kuwah.


Lista de espécies de ocorrência no Brasil (entre as espécies aceitas) [5]:

Austrometzgeria saccata (Mitt.) Kuwah.

Metzgeria crassipilis (Lindb.) A. Evans

Metzgeria decipiens (C. Massal.) Schiffner

Metzgeria dichotoma (Sw.) Nees

Metzgeria japonica (S. Hatt.) Kuwah.

Metzgeria leptoneura Spruce

Referências

  1. ITIS Standard Report Page: Metzgeriaceae
  2. Data Use Agreement - GBIF Portal
  3. «Metzgeriaceae». Wikipedia (em alemão). 12 de março de 2019. Consultado em 2 de julho de 2021 
  4. SODRÉ, Felipe ; BARROS, Mendes. Modelagem da distribuição geográfica potencial de cinco espécies de Metzgeria no Brasil, visando à conservação. [s.l.]: , [s.d.]. Disponível em: <http://marte.dpi.inpe.br/col/dpi.inpe.br/marte/2011/07.19.17.52/doc/p1329.pdf>
  5. a b da Costa, D. P., IMBASSAHY, C. A. D. A., & DA SILVA, V. P. A. V. (2005). Checklist and distribution of mosses, liverworts and hornworts of Rio de Janeiro state, Brazil. The Journal of the Hattori Botanical Laboratory, 98, 259-298.
  6. «Metzgeriaceae — The Plant List». www.theplantlist.org. Consultado em 2 de julho de 2021 

Ligações externas

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