Wikipédia:Artigos destacados/arquivo/Baile dos Ardentes

O Baile dos Ardentes retratado em uma miniatura do século XV das Crônicas de Froissart. A duquesa de Berry prende suas saias azuis sobre o pouco visível Carlos VI de França, enquanto os dançarinos rasgam suas roupas em chamas. Um dançarino pulou para dentro do tanque de vinho; na galeria acima, músicos continuam a tocar
O Baile dos Ardentes retratado em uma miniatura do século XV das Crônicas de Froissart. A duquesa de Berry prende suas saias azuis sobre o pouco visível Carlos VI de França, enquanto os dançarinos rasgam suas roupas em chamas. Um dançarino pulou para dentro do tanque de vinho; na galeria acima, músicos continuam a tocar

Baile dos Ardentes (em francês: Bal des Ardents) ou Baile dos Selvagens (Bal des Sauvages), também chamado de Baile dos Homens Ardentes, foi um baile de máscaras realizado em 28 de janeiro de 1393 em Paris, no qual o rei Carlos VI de França esteve presente em uma dança com cinco membros da nobreza francesa. Quatro dos dançarinos foram mortos em um incêndio causado por uma tocha trazida por um espectador, o irmão do rei, Luís, duque de Orleães. Carlos e outro dançarino, o nobre cavaleiro Ogier de Nantouillet, sobreviveram. O baile foi um de uma série de eventos destinados a entreter o jovem rei, que no verão anterior tinha sofrido um ataque de insanidade. O evento minou a confiança em sua capacidade de governar; parisienses consideraram isso a prova da decadência da corte e ameaçaram se rebelar contra os membros mais poderosos da nobreza. A indignação do público forçou o rei e seu irmão duque de Orleães, que um cronista contemporâneo acusou de tentativa de regicídio e feitiçaria, a oferecer penitência pelo evento.

A esposa do rei francês, Isabel da Baviera, realizou o evento para homenagear o novo casamento de uma dama de companhia. Os estudiosos acreditam que isso pode ter sido um charivari tradicional, com os dançarinos disfarçados de homens selvagens, seres míticos frequentemente associados com a demonologia, que eram comumente representados na Europa medieval e documentados em folias da Inglaterra dos Tudor. O evento foi registrado por escritores contemporâneos, tais como o Monge de St Denis e Jean Froissart, e ilustrado em uma série de manuscritos iluminados do século XV por pintores como o Mestre de Antônio de Borgonha. O incidente mais tarde forneceu a inspiração para uma cena no conto Hop-Frog, de Edgar Allan Poe. (leia mais...)