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América Latina

A América Latina (em castelhano: América Latina ou Latinoamérica; em francês: Amérique latine) é uma região do continente americano que engloba os países onde são faladas, primordialmente, línguas românicas (derivadas do latim) — no caso, o espanhol, o português e o francês — visto que, historicamente, a região foi maioritariamente dominada pelos impérios coloniais europeus Espanhol e Português. A América Latina tem uma área de cerca de 21 069 501 km², o equivalente a cerca de 3,9% da superfície da Terra (ou 14,1% de sua superfície emersa terrestre). Em 2008, a sua população foi estimada em mais de 569 milhões de pessoas. Os países do restante do continente americano tiveram uma colonização majoritariamente realizada por povos europeus de cultura anglo-saxônica ou neerlandesa (ver América Anglo-Saxônica). Vale ressaltar algumas exceções, como Québec, que não é um país independente, mas uma província de maioria francófona que pertence ao Canadá; o estado da Luisiana, que também foi colonizado por franceses, mas pertence aos Estados Unidos e os estados do sudoeste estadunidense, que tiveram colonização espanhola.

A América Latina compreende a quase totalidade das Américas do Sul e Central: as exceções são os países sul-americanos da Guiana e do Suriname e a nação centro-americana de Belize e da Jamaica, que são países de línguas germânicas. Também engloba alguns países da América Central Insular (países compostos de ilhas e arquipélagos banhados pelo Mar do Caribe), como Cuba, República Dominicana e Haiti. Da América do Norte, apenas o México é considerado como parte da América Latina. A região engloba 20 países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.

A expressão "América Latina" foi utilizada pela primeira vez em 1856 pelo filósofo chileno Francisco Bilbao e, no mesmo ano, pelo escritor colombiano José María Torres Caicedo; e aproveitada pelo imperador francês Napoleão III durante sua invasão francesa no México como forma de incluir a França — e excluir os anglo-saxões — entre os países com influência na América, citando também a Indochina como área de expansão da França na segunda metade do século XIX. Deve-se também observar que na mesma época foi criado o conceito de Europa Latina, que englobaria as regiões de predomínio de línguas românicas. Pesquisas sobre a origem da expressão conduzem, ainda, a Michel Chevalier, que mencionou o termo "América Latina" em 1836, durante uma missão diplomática feita aos Estados Unidos e ao México. Nos Estados Unidos, o termo não foi usado até o final do século XIX tornando-se comum para designar a região ao sul daquele país já no início do século XX. Ao final da Segunda Guerra Mundial, a criação da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe consolidou o uso da expressão como sinônimo dos países menos desenvolvidos dos continentes americanos, e tem, em consequência, um significado mais próximo da economia e dos assuntos sociais.

Convém observar que a Organização das Nações Unidas reconhece a existência de dois continentes: América do Sul e América do Norte, sendo que esta última se subdivide em Caribe, América Central e América do Norte propriamente dita, englobando México, Estados Unidos e Canadá, além das ilhas de São Pedro e Miquelão, Bermudas e a Groenlândia. As antigas colônias neerlandesas (e, atualmente, países constituintes do Reino dos Países Baixos) Curaçao, Aruba e São Martinho não são habitualmente consideradas partes da América Latina, embora sua língua mais falada seja o papiamento, língua de influência ibérica (embora não considerada latina).

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Juan Evo Morales Ayma (Orinoca, 26 de outubro de 1959), é um político boliviano. Foi presidente da Bolívia por três mandatos consecutivos, de 2006 a 2019.

Líder sindical dos cocaleros — agricultores que cultivam a planta da Coca, cuja folha é utilizada em chás, mascada, segundo a tradição indígena do partido Movimento para o Socialismo-Instrumento Político pela Soberania dos Povos (MAS-IPSP). Evo Morales destacou-se ao resistir os esforços do governo dos Estados Unidos para substituição do cultivo da planta da Coca, na província de Chapare, por bananas, originárias do Brasil.

De orientação socialista, o foco do seu governo foi a implementação da reforma agrária e a nacionalização de setores chaves da economia, contrapondo-se à influência dos Estados Unidos e das grandes corporações nas questões políticas internas da Bolívia. De etnia uru-aimará, Morales destacou-se a partir dos anos 1980, juntamente com Felipe Quispe e Sixto Jumpiri e alguns outros, na liderança do campesinato indígena do seu país.

Nas eleições presidenciais de 2002 ficou em segundo lugar, colocação surpreendente face ao panorama político do país, dominado pelos partidos tradicionais. Nas eleições de dezembro de 2005, porém, venceu com maioria absoluta, tornando-se o primeiro presidente de origem indígena. Assumiu o poder em 22 de janeiro de 2006 como o primeiro mandatário boliviano a ser eleito Presidente da República em primeiro turno em mais de trinta anos, e sendo reeleito em 6 de dezembro de 2009. Morales propõe que o problema da cocaína seja resolvido do lado do consumo, pois o cultivo da planta da Coca seria "um patrimônio cultural dos povos andinos e parte inseparável da cultura boliviana e sua proibição não poderia ser feita através de uma simples regulação estabelecida por uma convenção externa". Segundo Morales, "haverá zero cocaína, zero tráfico de drogas mas não zero coca".

Durante a sua presidência, a pobreza extrema na Bolívia foi reduzida de 36,7% a 16,8% entre 2005 e 2015. O Coeficiente de Gini desceu de 0,60 a 0,47. Aumentado imposto sobre a grande indústria boliviana de hidrocarbonetos, ele usou esses novos lucros para criar políticas sociais de combate ao analfabetismo, pobreza, racismo e sexismo. Um crítico do neoliberalismo, buscou reduzir a dependência monetária da Bolívia do FMI e do Banco Mundial, apostando numa economia mista. O PIB boliviano cresceu consideravelmente durante o governo Morales. Gozou de alta popularidade durante a primeira década que esteve no poder, sendo reeleito em 2009, em 2014 e, de forma controversa, em 2019. Ainda assim, seu governo foi marcado por acusações de corrupção e abuso de poder, com a Bolívia sendo ranqueada baixo nos índices de democracia global. Na política externa, Morales buscou boas relações com outros líderes de esquerda, como Hugo Chávez, Nicolás Maduro, Luiz Inácio Lula da Silva e Cristina Kirchner. É membro fundador do Grupo de Puebla, organização considerada sucessora do Foro de São Paulo, criada em Puebla, México, em 12 de Julho de 2019.

No dia 10 de novembro de 2019 Morales renunciou o cargo que ocupava desde 2006, depois de três semanas de protestos no país, por suspeita de fraude nas eleições de outubro, que haviam dado a ele um novo mandato. A OEA apontou irregularidades na votação, e as Forças Armadas haviam 'sugerido' que ele abrisse mão do mandato. O governo e parte da comunidade internacional denunciaram o ocorrido como um golpe de Estado.

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Cueva de las Manos é uma caverna ou uma série de cavernas localizadas na província de Santa Cruz, Argentina, 163 km ao sul da cidade de Perito Moreno. É famosa por (e recebe o nome de) as pinturas das mãos. A arte na caverna data de 13 000 anos a 9 000 anos atrás. Várias ondas de pessoas ocuparam a caverna, e as primeiras obras de arte foram datadas de carbono para ca. 9300 PB (cerca de 7300 A.C.). A idade das pinturas foi calculada a partir dos restos de tubos feitos de osso usados para pulverizar a tinta na parede da caverna para criar silhuetas de mãos. O local foi habitado pela última vez por volta de 700 d.C., possivelmente por ancestrais do Povo Tehuelche. Foi inscrito na lista do Património Mundial da UNESCO em 1991.

Artigos destacados e bons

A crise econômica brasileira de 2014, também conhecida como a recessão de 2015/2016, crise político-econômica ou a grande recessão brasileira, teve início em 2014, embora só fosse claramente percebida nos anos seguintes. O produto interno bruto (PIB) do país caiu % em 2015 e % em 2016. Em 2017, o desemprego atingiu seu auge, com uma taxa de %, o que representava 14,2 milhões de brasileiros desempregados.

A crise econômica foi acompanhada e intensificada por uma crise política que começou em 2013 com as Jornadas de Junho. A crise se agravou em março do ano seguinte com os escândalos de corrupção investigados pela Operação Lava Jato. Alguns meses depois, na eleição presidencial de 2014, Dilma Rousseff se reelegeu para seu segundo mandato, derrotando o candidato Aécio Neves por uma margem estreita, o que gerou insatisfação em parte da sociedade e entre os oposicionistas. Esses fatores, somados ao início da crise econômica, contribuíram para o aumento generalizado da insatisfação popular em relação à política, resultando em protestos contra o governo por todo o país. Em 2016, Dilma foi afastada do cargo por um processo de impeachment, tendo assumido seu vice, Michel Temer, que também foi alvo de protestos.

Entre as causas apontadas para a crise econômica está, além da já mencionada crise política, o fim do ciclo de alta dos preços das commodities no mercado externo, que afetou as exportações brasileiras e diminuiu a entrada de capital estrangeiro no país. Entretanto, a principal causa foi interna e está associada a medidas econômicas que não surtiram os efeitos desejados. Adotado a partir de 2011, o conjunto de medidas conhecido como nova matriz econômica, que incluía políticas de forte intervenção governamental na economia, redução da taxa de juros, concessões de subsídios e intervenção em preços, gerou a crise de sustentabilidade fiscal que se seguiu e elevou o risco-país, a taxa de juros de longo prazo e a incerteza, o que reduziu o consumo e o investimento em 2015 e 2016. O ajuste fiscal promovido no final de 2014 e ao longo de 2015 acabou por aprofundar a crise.

No primeiro trimestre de 2017, o PIB subiu 1%, sendo o primeiro aumento após oito quedas trimestrais consecutivas. O Ministro da Fazenda Henrique Meirelles declarou que o país "saiu da maior recessão do século". Porém, o crescimento registrado caracterizou apenas o fim da recessão técnica, o que não significava o fim da crise. O desemprego continuou alto e ainda havia incertezas quanto ao futuro da economia, especialmente após diversos escândalos políticos. A recessão foi a segunda maior da história do país, sendo acompanhada pela mais lenta recuperação de todas. A crise de 2014 foi sucedida pela recessão causada pela pandemia de COVID-19, que chegou ao Brasil em 2020.

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