A Voz de Portugal (jornal)

A Voz de Portugal foi um jornal regional português, de Arouca, fundado por António Alexandre de Oliveira[1] [2] [3] [4] (António d’Oliveira) e publicado entre 04/06/1904 e 22/10/1910, de periodicidade semanal, publicado ao sábado. Foi o primeiro jornal impresso em Arouca. Vencedor do “Gran Premio” do “Concurso Internacional en Madrid”, da “Sociedad General de Exposiciones y Concursos” em 31/12/1907.

A Voz de Portugal
A Voz de Portugal (jornal)
Periodicidade Semanal
País Portugal
Fundador(es) António Alexandre de Oliveira
Director António Alexandre de Oliveira
Editor Alexandre José de Oliveira
Idioma Português
Término de publicação 22 de outubro de 1910

História editar

A Voz de Portugal – “Órgão dos Interesses do Concelho D’Arouca” – foi o primeiro jornal publicado em Arouca. O proprietário e diretor era António de Oliveira,[1] farmacêutico, e o editor foi, até maio de 1907, Alexandre José de Oliveira, seu pai. Foram publicados 279 números. Era publicado semanalmente, aos sábados. Houve uma publicação anterior, “O Comércio de Arouca”, o qual era, porém, impresso no Porto e tinha conteúdo comercial e publicitário (e não noticioso ou jornalístico).

 
Diploma do Gran Premio do Concurso Internacional de Madrid de 1907

Apresentou-se como um jornal independente, quer quanto às formas de governo (monarquia ou república), quer quanto aos partidos políticos. A Voz de Portugal foi premiada, na pessoa de António d’Oliveira, seu diretor, em 31/12/1907, com o “Gran Premio” do “Concurso Internacional en Madrid”, da “Sociedad General de Exposiciones y Concursos”, “por sus trabajos literários como Director proprietário del periódico «A Voz de Portugal»”.

 
A Voz de Portugal, 03-09-1904 - A Mulher

Tinha, entre a sua lista de colaboradores ativos, duas mulheres: a D. Indaleta Amélia de Souza Zink (Ida de Souza) e D. Maria Cândida Soares de Carvalho. Esta última era filha de Elias Soares de Carvalho, um dos mais prolíferos redatores do jornal.

Egas Moniz e o Conselheiro José Luciano de Castro eram assinantes do jornal. Este último escreveu cerca de uma dezena artigos breves n’A Voz de Portugal. A Voz de Portugal destacou-se pela defesa da liberdade de imprensa. O diretor do jornal foi objeto vários processos por crime de abuso de liberdade de imprensa, na sequência de artigos críticos publicados no jornal.[1] Destacou-se também pela defesa da igualdade de direitos da mulher, tendo António d’Oliveira dedicado dez editoriais seguidos ao tema da emancipação da mulher, entre junho e setembro de 1904.[1]

Um ano depois do lançamento d’A Voz de Portugal, em agosto de 1905, surgiu a “Gazeta de Arouca”,[4] cuja publicação deu aso a repetidos debates entre os dois jornais, sobre temas variados de interesse local, nacional e intelectual. O jornal encerrou na sequência da implantação da República, tendo publicado o seu último número em 22/10/1910.

Lista de colaboradores editar

 
Edição do jornal de 1907 - 3º aniversário
  • D. Indaleta Amélia de Souza Zink (Ida de Souza)
  • Ângelo Coelho de Magalhães Vidal, Professor do Lyceu Central do Porto
  • Dr. Bernardo Vieira Pinto de Andrade, de Sobrado de Paiva, Juiz de Direito
  • Dr. Arnaldo Fragateiro de Pinho Branco, Delegado do Procurador Regio (Esmeralda)
  • Elias Soares de Carvalho, empregado forense
  • D. Maria Cândida Soares de Carvalho, estudante
  • João Fernandes Venera (Jovenera)
  • Francisco do Nascimento Ferreira (Vampiro)
  • Henrique Torres (Violette)
  • Francisco Ferreira da Cunha (Sevarina / Luarina)
  • Padre Custódio Gomes de Castro, Parocho de Janarde
  • Aureliano Augusto Borges, Pharmacêutico e secretário da Redacção
  • Custódio Corrêa Bacello, Chefe de Estação dos Caminhos de Ferro do Estado
  • António Bernardino de Andrade, de Alvarenga (Aba)
  • Elysio Gomes Moreira, Estudante
  • José de Almeida (Pesca-Rãs)
  • Joaquim Soares Cambra, Estudante
  • Joaquim Gomes Ferreira
  • António Alexandre de Oliveira, Pharmaceutico, proprietário e redactor principal

Outros colaboradores editar

 
Fotos dos colaboradores do jornal, Junho 1906
  • A. Pinho
  • Padre Albino de Pinho
  • António Ferreira Brandão d’Azevedo
  • Padre António Gonçalves Moreira
  • António Rodrigues Rapinaldo Godinho (Magno)
  • Armando Ferreira Machado
  • “Bis”
  • Eduardo Tavares Duarte
  • F. Lima
  • Dr. Francisco Sabrosa Waldemar Machado
  • “Gazeteiro”
  • Henrique Armando da Cruz
  • J. P. da Silva e Costa
  • Padre João F. Vilaça
  • Joaquim R. Pereira da Silva, de S. Joaquim
  • Joaquim da Silva Pinho
  • José Corrêa Bacello
  • José Corrêa Tavares
  • José Rodrigues de Figueiredo
  • José Tavares Duarte
  • "Lafontaine”
  • Padre M. G. de Castro
  • Padre Manuel Correia
  • M. Brandão
  • “M. L.”
  • M. Marcelino
  • Martinho Gomes Moreira (Victor)
  • “Marquez de Verveine”
  • “Mercúrio”
  • Oliveira Pinhal
  • Pedro G. da Silva
  • Rebello
  • Schiappa Ventura
  • Dr. Silva Dias
  • “Veritas”
  • “Z”

Localização editar

O jornal encontra-se para consulta na Biblioteca Nacional de Portugal,[1] em Lisboa, na Biblioteca Geral da Universidadede de Coimbra[3] e na Biblioteca Pública Municipal do Porto[2] (quase todos os números de 27/07/1907 até ao final). Encontram-se disponíveis para consulta 188 números na Associação de Defesa do Património de Arouca, incluindo o primeiro e o último números, recolhidos ativamente pela Associação.

Referências

  1. a b c d e [1]
  2. a b [2]
  3. a b [3]
  4. a b [4]

Ligações externas editar

Referências