Ablávio (cônsul)

 Nota: Para outras pessoas de mesmo nome, veja Ablávio.

Flávio Ablávio (Flavius Ablavius; m. 337/338) foi um oficial romano de origem grega do século IV ativo durante o reinado do imperador Constantino (r. 306–337).

Ablávio
Morte 337/338
Bitínia
Nacionalidade
Império Romano
Filho(a)(s) Olímpia da Armênia
Seleuco (?)
Ocupação Oficial
Religião Cristianismo
Soldo de Constantino (r. 306–337)
Soldo de Constâncio II (r. 324–361)

Ablávio foi mencionado em algumas inscrições. Era nativo de Creta e tinha origem humilde. Libânio registrou em sua oração XLII.23 a profecia segundo a qual sua mãe quase deu à luz um imperador. O documento também cita que ele tornou-se oficial do governador da ilha. Foi para Constantinopla, onde adquiriu fortuna e influência sobre Constantino; tornou-se importante membro do senado. Mais tarde tornar-se-ia vigário da Ásia e apoiou a petição (datada de 324/326) do povo de Orcisto ao estatuto de cividade e recebeu carta de Constantino (de datação desconhecida) que menciona sua intervenção no caso; na carta é endereçado como "caríssimo nobre" e "caríssimo e agradabilíssimo nobre".[1]

Durante o período entre 329 e 337, Ablávio ocupou a posição de prefeito pretoriano e seu ofício foi registrado em grande quantidade de leis preservadas no Código de Teodósio em alguns papiros e nas crônicas de Amiano Marcelino, Zósimo e Paládio da Galácia. É possível que ainda em 329 ocupou essa posição na Itália junto de Constâncio César e então dirigiu-se ao oriente em 330, talvez por ocasião da dedicação de Constantinopla em 11 de maio. Ele permaneceu na corte até 335/336, quando provavelmente acompanhou Constâncio ao oriente, onde permaneceu na posição até sua queda e morte pouco depois.[2]

Em 331, tornou-se cônsul posterior com Júnio Ânio Basso. Em 336, ordenou inscrição grega cravada num pedestal de uma estátua representando-o em Antioquia, onde Ablávio é nomeado ao lado dos senadores Lúcio Pápio Pacaciano, Valério Félix, Ânio Tiberiano e Nestório Timoniano.[3] Ablávio também inspirou o golpe que causou a queda do filósofo pagão Sópatro.[1] Constantino colocou seu filho Constâncio sob os cuidados de Ablávio, mas após ele tornar-se imperador em 337 Ablávio foi demitido. Ablávio partiu para suas propriedades na Bitínia, mas ao surgir suspeitas de que ambicionava o trono, foi ludibriado para que se complicasse num complô contra Constâncio e foi executado no final de 337 ou começo de 338.[4]

Ablávio era pai de Olímpia e talvez Seleuco e era avô de Olímpia. Era dono de propriedades na Bitínia e uma casa em Constantinopla que mais tarde pertenceu à imperatriz Gala Placídia (r. 421). Era cristão e autor de versos sobre Constantino, talvez um epigrama. Alguns associam-no ao historiador homônimo.[4]

Referências

  1. a b Martindale 1971, p. 3.
  2. Martindale 1971, p. 3-4.
  3. Millar 1993, p. 210.
  4. a b Martindale 1971, p. 4.

Bibliografia

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  • Martindale, J. R.; A. H. M. Jones (1971). «Fl. Ablavius 4». The Prosopography of the Later Roman Empire, Vol. I AD 260-395. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press 
  • Millar, F. (1993). The Roman Near East, 31 B.C.-A.D. 337. Cambridge: Harvard University Press 
Cônsul do Império Romano
 
Precedido por:
Galiciano

com Aurélio Valério Tuliano Símaco

Ablávio
331

com Júnio Ânio Basso

Sucedido por:
Lúcio Pápio Pacaciano

com Mecílio Hilariano