António Marcelino Mesquita

militante político e jornalista

António dos Santos Marcelino Mesquita (Leiria, 22 de Dezembro de 1912 – Lisboa, 20 de Setembro de 1986) foi um militante anarco-sindicalista durante os anos de implementação do Estado Novo, notabilizado pela sua actividade posterior como jornalista do jornal República, do qual foi chefe de redacção.

António Marcelino Mesquita
Nascimento 22 de Dezembro de 1912
Leiria
Nacionalidade Portuguesa
Morte 20 de Setembro de 1986
Lisboa
Ocupação Jornalista
Ficha prisional de António Marcelino Mesquita, em 1934.

Biografia editar

Nasceu na cidade de Leiria, em 22 de Dezembro de 1912.[1]

Exerceu chefe de redacção e secretário-geral da direcção no jornal República.[2] Em 30 de Abril de 1958 foi como jornalista a Caminha, para entrevistar alguns dos apoiantes da candidatura de Humberto Delgado a presidente da república, encontro que foi seguido pela polícia política.[3]

Foi igualmente uma figura destacada na divisão portuguesa da Maçonaria, no Grande Oriente Lusitano, tendo-se destacado pelo seu empenho na defesa dos princípios maçons de liberdade e igualmente.[2] Entre os postos de ocupou na maçonaria encontram-se o de presidente da Escola Oficina n.º 1, em Lisboa, que se destinada a apoiar crianças desfavorecidas.[2] Era igualmente membro da Liga dos direitos do homem.[2] Devido aos seus ideais, foi perseguido pela ditadura militar nos períodos de António Salazar e Marcelo Caetano, tendo estado preso dois anos em Lisboa e cinco no Tarrafal, e sido deportado para os Açores.[2]

Faleceu na madrugada do dia 20 de Setembro de 1986, aos 73 anos de idade, em Lisboa, vítima de uma doença prolongada.[2] O funeral foi organizado no dia 22 de Setembro, tendo o corpo sido depositado no Cemitério da Guia, em Cascais.[2]

Foi condecorado com a Ordem da Liberdade.[2]

Obras publicadas editar

Para além de uma vasta colecção de artigos publicados no República e em diversos outros jornais da oposição, Marcelino Mesquita foi autor das seguintes obras:

  • Os Mortos Acusam. Lisboa, Editora Gráfica Portuguesa, 1973.
  • O 18 de Janeiro de 1934 e alguns antecedentes (obra colectiva). Lisboa, A Regra do Jogo, 1978.

Referências

  1. «António dos Santos Marcelino Mesquita». Memória Comum: Memorial aos presos e perseguidos políticos (1926-1974). Consultado em 14 de Janeiro de 2023 
  2. a b c d e f g h «Foi hoje a enterrar o jornalista Marcelino Mesquita». Diário de Lisboa. Ano 66 (22169). Lisboa: Renascença Gráfica. 22 de Setembro de 1986. p. 4. Consultado em 13 de Janeiro de 2023 – via Casa Comum / Fundação Mário Soares 
  3. «O controle exercido pela PIDE sobre os caminhenses até ao Dia da Libertação: 25 de Abril». Caminha 2000. Abril de 2022. Consultado em 15 de Janeiro de 2023