António Rocha (fadista)

poeta português

António Rocha, de nome completo António Domingos Abreu Rocha, (Lisboa, 20 de junho de 1938) é um poeta e fadista português. Alguns dos seus maiores êxitos são "Sombras da Madrugada", "Lá na Caserna", "Chorai Fadistas Chorai" e "Portas da Saudade"

António Rocha
Informação geral
Nome completo António Domingos Abreu Rocha
Nascimento 20 de junho de 1938 (85 anos)
Local de nascimento Lisboa
Portugal Portugal
Género(s) Fado
Instrumento(s) Voz
Editora(s) Marfer, Movieplay, Ovação, Sony Classical

Biografia editar

António Rocha nasceu na Belém, em Lisboa, em 20 de junho de 1938. Começou a cantar ainda criança em retiros.[1][2]

Em 1951, com apenas 13 anos, ganhou um concurso de Fado organizado pelo jornal Ecos de Portugal.[2]

Deixando o ofício de ferrageiro (negociante de ferro ou de ferragens), tornou-se fadista profissional no Retiro Andaluz, em 1956, depois de ter sido desafiado por Deolinda Rodrigues que entretanto "amadrinhara" a sua carreira.[1][2] Como padrinho padrinho artístico teve o poeta Conde de Sobral.[3]

Ainda em 1956, entra para a Emissora Nacional e surge em programas de televisão e é convidado a gravar o seu primeiro EP.

Em 1959, foi eleito "Rei" do Fado menor, num concurso do Café Luso e, em 1967, numa votação realizada pelo público para a revista Plateia, seria aclamado "Rei do Fado".[1][2]

António Rocha o primeiro a gravar, depois de Amália Rodrigues e no mesmo ano que esta, o tema "Vou Dar de Beber à Dor", de Alberto Janes, (mais conhecido por "A Casa da Mariquinhas") tendo o single vendido, em 1968, um valor recordista de mais de 100 000 cópias.[3]

Com uma extensa discografia, sobretudo do tempo do vinil, alguns dos seus maiores êxitos são "Sombras da Madrugada", "Lá na Caserna", "Chorai Fadistas Chorai" e "Portas da Saudade".[1]

Um dos pontos altos da sua carreira a nível internacional foi o álbum Tears of Lisbon, lançado em 1996 pela Sony Classical.[1] Com Beatriz da Conceição foi convidado pelo belga Paul Van Negel, diretor do agrupamento de música erudita Huelgas-Ensemble, a participar neste trabalho que conjugou fado tradicional e música do século XVI,[1] incluindo composições de Manuel Mendes (1547–1605) e nomes mais actuais como Joaquim Pimentel, Fontes Rocha, Paulo Valentim, Armando Machado, Francisco Viana ou Fernando Tordo.

De entre sua extensa lista de apresentações ao vivo, destacam-se o ter sido artista convidado do programa Lisboa Capital Europeia da Cultura, em 1994 e da Expo'98, tendo actuado também no Porto Capital Europeia da Cultura, em 2001, neste caso integrando o espectáculo Fado - Os Poetas Populares. De notar ainda o estatuto de convidado especial que lhe foi atribuído no "Encuentros en La Música", de Tenerife, Espanha em 2001.[1]

Em 2006, António Rocha foi reconhecido com o prémio Carreira Masculina atribuído pela Fundação Amália Rodrigues.[4]

Ainda em 2006 foi lançada Antologia. Com edição da Movieplay, este duplo CD reuniu 30 fados reflectindo mais de 40 anos de carreira com gravações das décadas de 1960, 1970 e 1980. Entre os nomes que participaram nestes temas podem-se encontrar os de António Chaínho, Carlos Gonçalves, José Maria Nóbrega, Raul Silva, ou a orquestra de Ferrer Trindade.[3]

O primeiro disco a solo gravado ao vivo por António Rocha só surgiu aos 76 anos. Acompanhado à guitarra portuguesa por Fernando Silva e à viola por Paulo Ramos, o trabalho, Lisboa, Cidade, Fado, foi numa produção dirigida pelo maestro Paul van Nevel, gravada na noite a 9 de novembro de 2014 nas Arcadas do Faia, ao Bairro Alto, em Lisboa.[5]

António Rocha é professor de fado, na Casa do Fado e Guitarra Portuguesa, em Alfama,[1] e entre 2001 e 2004 foi professor do Gabinete de Ensaios para Intérpretes de Fado, na Escola de Guitarra Portuguesa do Museu do Fado.[2]

Discografia editar

  • Silêncio, Ternura e Fado (2003, Ovação)[1][2][5]
  • Lisboa, Cidade, Fado (2015, Sony Classical)[5]

Compilações editar

Participações editar

  • Tears of Lisbon da Huelgas-Ensemble, Paul Van Nevel (1996, CD, Sony Classical)[1][8]
  • Disfarce no álbum Amor é água que corre de Marco Oliveira (2016, CD, HM Música)

Referências

  1. a b c d e f g h i j «Artigos de apoio : António Rocha». Infopédia : Língua Portuguesa com Acordo Ortográfico. Identifica erradamente o agrupamento como "Helgas Ensemle". Porto: Porto Editora. 2003–2016. Consultado em 5 de maio de 2016 
  2. a b c d e f «Personalidades : António Rocha». Museu do Fado. Junho de 2006. Consultado em 5 de maio de 2016 
  3. a b c d Agência Lusa (28 de agosto de 2006). «Êxitos de António Rocha, "o maior estilista da actualidade", em CD duplo». RTP. Consultado em 5 de maio de 2016 
  4. Diário Digital / Agência Lusa (6 de novembro de 2006). «Raquel Tavares e Fernanda Maria ganham prémios Amália Rodrigues». Diário Digital. Consultado em 5 de maio de 2016 
  5. a b c Agência Lusa (22 de dezembro de 2015). «António Rocha grava CD ao vivo sob a direção do maestro Paul van Nevel». Notícias ao Minuto. Consultado em 5 de maio de 2016 
  6. «Catálogo - Detalhes do registo de "António Rocha; O melhor dos melhores; 64"». Fonoteca Municipal de Lisboa. Consultado em 5 de maio de 2016 
  7. «Catálogo - Detalhes do registo de "Antologia"». Fonoteca Municipal de Lisboa. Consultado em 5 de maio de 2016 
  8. «Catálogo - Detalhes do registo de "Tears of Lisbon = Die tranen von Lissabon = Les larmes de Lisbonne = As lágrimas de Lisboa"». Fonoteca Municipal de Lisboa. Consultado em 5 de maio de 2016 

Ligações externas editar

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