José Maria Nóbrega

José Maria Nóbrega (Alijó, 19 de novembro de 1926Lisboa, 9 de outubro de 2018) foi um guitarrista português. Como instrumentista, em conjunto com António Chaínho, recebeu o Prémio Bordalo (1981), na categoria "Fado".

José Maria Nóbrega
Informações gerais
Nome completo José Maria Nóbrega Teixeira
Nascimento 19 de novembro de 1926
Local de nascimento Alijó
Portugal
Morte 9 de outubro de 2018 (91 anos)
Local de morte Lisboa
Género(s) Fado
Ocupação Músico
Instrumento(s) Viola
Afiliação(ões) Álvaro Martins, Jorge Fontes, António Chainho, Carlos do Carmo
Prémios 1981 - Prémio da Imprensa : Fado : Instrumentista

Biografia

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José Maria Nóbrega Teixeira nasceu no dia 19 de Novembro de 1926 em Alijó (Distrito de Vila Real), filho de António Teixeira e de Angélica Alves da Nóbrega.[1]

Por volta dos dez anos estabelece-se no Porto, onde, por influência do pai, vai aprender o ofício de alfaiate. Desde a infância, nas horas de lazer, ficava a ver o pai a tocar violão (designação em Trás-os-Montes) com um vizinho. Atraído por aquele instrumento, pede ao mesmo vizinho para que lhe ensine a tocar viola. Com a adolescência, forma com um violinista um conjunto musical que irá evoluir para sexteto (violino, bandolim, viola, bateria, saxofone e acordeão), com o qual percorre e anima as festas nas coletividades e nas romarias que aconteciam aos fins de semana e feriados.[1]

Dispensado do serviço militar e, com o fruto do seu trabalho, estabelece-se com um atelier de alfaiate em Padrão da Légua, concelho de Matosinhos. Entretanto, já com 22 anos, resolve casar, afastando-se do conjunto musical. O mesmo acontece aos restantes elementos, que, a pouco e pouco, vão dispersando e o grupo acaba por desaparecer.[1]

Já casado e com dois filhos, é convidado pelo guitarrista Álvaro Martins, barbeiro de profissão, para começar a aprender a tocar viola de Fado. Nóbrega estreia-se no Tamariz, onde tocaria com Martins durante cerca de dez anos. Nesta época, o intercâmbio entre fadistas de Lisboa e Porto era grande e por esta uma casa de fados da Invicta passaram os grandes nomes do Fado da altura.[1]

Em janeiro de 1957 a dupla é então convidada por Moniz Trindade para atuar durante um mês na Pam-Pam, uma casa que ia abrir perto da Praça do Chile, em Lisboa. Findo o contrato, ambos os músicos regressam ao Porto, mas, depois de um mal-entendido, José Maria Nóbrega regressa à capital para se estabelecer como alfaiate e tentar aliar a sua profissão ao Fado.[1]

Acaba por fechar a alfaiataria, no Largo da Misericórdia, e passa a acompanhar, por convite, vários fadistas, ao mesmo tempo que se inscreve na Escola de Guitarra Duarte Costa.[1]

José Maria Nóbrega passa a apresentar-se, juntamente com o guitarrista Jorge Fontes, no Restaurante O Folclore. Neste período, Para além da oportunidade de viajar para acompanhar artistas como Ada de Castro e Lídia Ribeiro e de atua em programas de Fado transmitidos pela Emissora Nacional, Nóbrega conhece e passa a trabalhar com António Chaínho.[1]

Após a saída de O Folclore, continua a acompanhar artistas do meio e vai, entretanto, tornar-se um assíduo colaborador de Carlos do Carmo.[1]

De resto, José Maria Nóbrega viria a receber em conjunto com António Chaínho, Prémio da Imprensa (1981), ou Prémio Bordalo, como "Guitarristas" na categoria "Fado".[1][2] O galardão foi entregue pela Casa da Imprensa em 1982, entidade que também distinguiu na ocasião e nesta categoria os "Intérpretes" Amália Rodrigues e Carlos do Carmo.[2]

Com o novo milénio é convidado para substituir um colega na casa de fados "A Severa", onde acaba por passar a colaborar após a diminuição do fluxo de trabalho com Carlos do Carmo, após os problemas de saúde deste em 2001.[1]

Em 2004, no âmbito da Grande Noite do Fado, no Teatro São Luiz, o Prémio Carreira.[1]

José Maria Nóbrega morreu a 9 de outubro de 2018, em Lisboa, aos 91 anos de idade.[3]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k «Personalidades : José Maria Nóbrega». Museu do Fado. Outubro de 2007. Consultado em 13 de junho de 2017 
  2. a b «Prémios Bordalo». Em 1981 denominado "Prémio da Imprensa". Presumida gralha "1992" para data de cerimónia. Sindicato dos Jornalistas. 22 de janeiro de 2002. Consultado em 22 de setembro de 2017 
  3. JFP; Agência Lusa (10 de outubro de 2018). «Morreu o músico José Maria Nóbrega». Indica erradamente "92 anos" como idade. TVI24. Consultado em 12 de outubro de 2018 

Ligações externas

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