Arquivo Nacional dos Países Baixos
O Arquivo Nacional dos Países Baixos (em neerlandês: Nationaal Archief) é um órgão do Governo dos Países Baixos, vinculado ao Ministério da Educação, Cultura e Ciência. Sediado na Haia, abriga coleções para o governo central, a província da Holanda do Sul, e do antigo Condado de Holanda. Também é depositário de material oriundo de instituições privadas e de indivíduos ligados ao governo neerlandês ou com a história política e social dos Países Baixos.
Arquivo Nacional dos Países Baixos | |
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Organização | |
Missão | Arquivo público |
Dependência | Governo dos Países Baixos Ministério da Educação, Cultura e Ciência dos Países Baixos |
Chefia | Afelonne Doek, Diretor-Geral |
Localização | |
Jurisdição territorial | ![]() |
Sede | Prins Willem-Alexanderhof 20, Haia (2595 BE) |
Histórico | |
Criação | 17 de junho de 1802 (220 anos) |
Sítio na internet | |
www | |
Mapa | |
Localização da sede do Arquivo Nacional |
HistóriaEditar
A história da Arquivo Nacional dos Países Baixos remonta ao início do século XIX, mais precisamente ao ano de 1802,[1] quando o historiador Hendrik van Wijn, arquivista da República Batava (archivarius der Bataafsche Republiek) e da Holanda (archivarius van Holland), iniciou a elaboração de um sistema de arquivos públicos nos Países Baixos.[2] Depois que o último arquivo provincial foi transformado em um arquivo estatal em 1890, o Arquivo Estatal Local de Haia (Rijksarchief te 's-Gravenhage) tornou-se em 1913 o Arquivo Geral Nacional, liderado pelo Arquivista Geral Nacional (algemene rijksarchivaris).[3][4]
De 1924 a 1994, o Sistema de Arquivos Nacionais (ARA) consistia em três arquivos semi-independentes, os Arquivos do Governo Central antes de 1795 (Primeiro Departamento), os Arquivos do Governo Central (Segundo Departamento) em 1795 e os Arquivos Nacionais de Haia na Holanda do Sul (Terceiro Departamento), com salas de estudo, bibliotecas e estúdios de restauração localizados no primeiro departamento, mas após a reorganização em 1994, a maioria dos departamentos foi abolida e apenas o Terceiro Departamento permaneceu nos Arquivos Nacionais de Haia. Posteriormente, a partir de 4 de Junho de 2002, a denominação foi alterada para Nationaal Archief (= Arquivo Nacional).[3]
Em 2003, o acervo do Arquivo Nacional foi incluído no Programa Memória do Mundo da UNESCO.[5]
As Antilhas Neerlandesas tinham um arquivo estatal separado, que foi desmembrado quando as Antilhas Neerlandesas foram dissolvidas em 2010.[6]
Em 20 de junho de 2019, o Arquivo Nacional dos Países Baixos inaugurou um depósito no município de Emmen.[7]
No dia 19 de dezembro de 2022, o primeiro-ministro Mark Rutte deu um discurso no Arquivo Nacional, no qual pediu formalmente perdão pela participação do Estado Holandês no comércio transatlântico de escravos.[8][9]
Após aproximadamente 80 anos de sigilo, o Arquivo Nacional dos Países Baixos divulgou em 3 de janeiro de 2023 um mapa apontando o local de um suposto tesouro nazista composto por relógios de ouro, joias, rubis e diamantes que foi supostamente enterrado no território de Ommeren.[10][11][12]
ArquiteturaEditar
O Arquivo Nacional está localizado na rua Prins Willem-Alexanderhof, em Haia, desde 1979, perto da Estação Central de Haia, adjacente à Biblioteca Real dos Países Baixos, e a construção da sede do arquivo foi projetada pelo arquiteto neerlandês Sjoerd Schamhart. No andar térreo tem um centro público com espaço de exposição, um centro de informações e uma sala de estudo, que pode ser usada para consultar a coleção de as cartas originais, decisões, atas, arquivos, fotos e mapas.[13]
AcervoEditar
O Arquivo possui documentos produzidos pelas seguintes instituições:
- Orgãos centrais do Reino dos Países Baixos e de seus antecessores, incluindo os Estados Gerais da República das Sete Províncias Unidas dos Países Baixos, e suas colônias;
- Autoridades locais no condado da Holanda e nas províncias da Holanda do Norte e do Sul;
- A Companhia Holandesa das Índias Orientais (Vereenigde Oostindische Compagnie), cujo arquivo foi incluído na Memória do Mundo da UNESCO;[14]
- Pessoas de particular importância;
- Instituições e organizações como a Nederlandsche Handel-Maatschappij ("Sociedade Neerlandesa de Comércio", 1824-1964) e a Real Associação Neerlandesa de Futebol (Koninklijke Nederlandse Voetbalbond).
Diretores e arquivistasEditar
- Hendrik van Wijn (1802-1831)
- Johannes Cornelis de Jonge (1831-1853)
- Reinier Cornelis Bakhuizen van den Brink (1854-1865)
- L.Ph.C. van den Bergh (1865-1887)
- Th.H.F. van Riemsdijk (1887-1911)
- Peter van Meurs (1911-1912)
- Robert Fruin (Th. Azn) (1912-1933)
- Roelof Bijlsma (1933-1945)
- Dirk Graswinckel (1946-1953)
- Herman Hardenberg (1953-1966)
- J.L. van der Gouw (1966-1968)
- Ton Ribberink (1968-1988)
- Eric Ketelaar (1989-1997)
- Maarten van Boven (1997-2007)
- Martin Berendse (2007-2014)[1]
- Marens Engelhard (2014-2021)
- Afelonne Doek (2021-)
Ver tambémEditar
Referências
- ↑ a b «Directeur Nationaal Archief nu ook algemeen rijksarchivaris» (em neerlandês). Historiek. 13 de maio de 2009. Consultado em 22 de dezembro de 2022
- ↑ «Nationaal Archief (NA)» (em neerlandês). IUC-Noord. Consultado em 22 de dezembro de 2022
- ↑ a b Nijhoff (1854). «Overzigt van het Nederlandsche Rijks-Archief, uitgegeven op last van Z. Exc. den Minister van Binnenlandsche Zaken» (livro) (em neerlandês)
- ↑ Bos-Rops, J.A.M.Y. (1982). De archieven in het Algemeen Rijksarchief. Alphen aan den Rijn: uitgegeven onder auspiciën van de Vereniging van Archivarissen. 559 páginas. ISBN 9014032218
- ↑ «Nomination VOC archives for Memory of the World Register» (PDF) (em inglês). UNESCO. 15 de maio de 2008. Cópia arquivada (PDF) em 26 de novembro de 2018
- ↑ «Nationaal Archief Nederlandse Antillen: ontmanteling». www.nationalarchives.an. 23 de julho de 2009. Consultado em 23 de dezembro de 2022. Arquivado do original em 31 de maio de 2011
- ↑ «Duurzame archiefopslag in Emmen» (em neerlandês). Ministério das Relações Interiores e das Relações do Reino dos Países Baixos. 19 de junho de 2019. Consultado em 23 de dezembro de 2022
- ↑ «In vier talen maakte Rutte excuses voor slavernij, lees hier de belangrijkste punten» (em neerlandês). NOS. 19 de dezembro de 2022. Consultado em 19 de dezembro de 2022
- ↑ «Holanda pede perdão por escravidão; ex-colônias exigem reparação». G1. 19 de dezembro de 2022. Consultado em 3 de janeiro de 2023
- ↑ Anna (13 de janeiro de 2023). «Hunting for Nazi gold in a Dutch village» (em inglês). Ommeren: BBC. Consultado em 15 de janeiro de 2023
- ↑ «Archief geeft schatkaart prijs naar mogelijke nazi-schat in Ommeren». NOS. 3 de janeiro de 2023. Consultado em 3 de janeiro de 2023
- ↑ «Antigo mapa gera caça a tesouro escondido por nazistas na Holanda durante Segunda Guerra Mundial». G1. 13 de janeiro de 2023. Consultado em 3 de janeiro de 2023
- ↑ «Rijksarchieven - deel 9 - het nationaal archief». www.facilitaire-info.nl. Consultado em 16 de agosto de 2019. Cópia arquivada em 17 de maio de 2019
- ↑ «Archives of the Dutch East India Company». UNESCO Memory of the World Programme. 5 de maio de 2008. Consultado em 10 de dezembro de 2009. Arquivado do original em 23 de junho de 2008
BibliografiaEditar
- Meilink-Roelofsz, M. A. P.; Raben, R.; Spijkerman, H.: De archieven van de Verenigde Oostindische Compagnie (1602-1795) = The Archives of the Dutch East India Company (1602-1795). 's-Gravenhage : Sdu Uitgeverij Koninginnegracht, 1992.
- Roessingh, Marius P. H.: Het archief van de Nederlandse Factorij in Japan, 1609-1860. Netherlands. Algemeen Rijksarchief, 's-Gravenhage (1964).
- Balk, G. Louisa; Dijk, Frans van; Kortlang, Diederick J.: The archives of the Dutch East India Company (VOC) and the local institutions in Batavia (Jakarta) = Arsip-arsip Verenigde Oostindische Compagnie (VOC) dan lembaga-lembaga pemerintahan kota Batavia (Jakarta) = De archieven van de Verenigde Oostindische Compagnie (VOC) en de locale instellingen te Batavia (Jakarta). Leiden [u.a.]: Brill, 2007.