Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade

A Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA) é uma organização nacional de movimentos de mulheres indígenas do Brasil fundada em 08 de março de 2021.[1][2] A ANMIGA unifica mulheres indígenas de todos os biomas brasileiros na mobilização social e articulação política por direitos indígenas e das mulheres.[3][4] Fazem parte da ANMIGA importantes lideranças indígenas como Sônia Guajajara e Celia Xakriabá.[5][6][7]

História editar

 
Marcha das Mulheres Indígenas, Brasília, 2019.

A ANMIGA tem suas raízes em organizações locais e regionais de mulheres indígenas do Brasil durante a década de 1980, no contexto de articulação política dos movimentos indígenas em torno da Constituinte brasileira.[8]

Um marco para a fundação na Articulação foi a primeira Marcha de Mulheres Indígenas do Brasil, no ano de 2019, em Brasília. A marcha reuniu mais de três mil pessoas e movimentou atividades exclusivas de mulheres: reuniões, seminários e rodas de conversa presenciais e online. O evento possibilitou a articulação de pautas do movimento de mulheres indígenas em âmbito nacional.[9][10] Por sua vez, a Marcha foi idealizada em 2015, no 15º Acampamento Terra Livre (ATL).[11]

No dia 08 de março de 2021, Dia Internacional das Mulheres, a ANMIGA é fundada por meio do lançamento do Manifesto das primeiras brasileiras.[2][12]

Segundo Braulina Baniwa, a ANMIGA é "resultado de mobilização das mulheres por espaços de voz e de fala".[1] Ainsa segundo ela, a Articulação surgiu da necessidade de uma representação nacional para a política feminista indígena, nos mesmos moldes da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB).[13]

Ver também editar

Ligações externas editar

Referências

  1. a b ONU MULHERES. «Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade fortalece liderança local e atuação em rede pelos biomas». Consultado em 29 de junho de 2023 
  2. a b «Mulheres Indígenas lançam articulação nacional no Dia Internacional das Mulheres». APIB. Consultado em 29 de junho de 2023 
  3. Mallmann, Arthur Lersch. «O corpo indígena é "político" e não está afastado de territórios, explicam militantes da Anmiga». www.ihu.unisinos.br. Consultado em 29 de junho de 2023 
  4. Dorrico, Trudruá. «Em caravana, mulheres indígenas vão percorrer os seis biomas brasileiros». www.uol.com.br. Consultado em 29 de junho de 2023 
  5. «"Nós somos o arco e vocês, as flechas": mulheres indígenas celebram Célia Xakriabá e Sonia Guajajara em posse ancestral | ISA». Instituto Socioambiental - ISA. 2 de fevereiro de 2023. Consultado em 29 de junho de 2023 
  6. «Indígenas empossadas: "É hora de reescrever a história com o protagonismo das mulheres originárias"». Terra. Consultado em 29 de junho de 2023 
  7. «Lideranças | Chamado pela Terra». chamadopelaterra.org. Consultado em 29 de junho de 2023 
  8. Sampaio, Paula Faustino (2021). Indigenas mulheres entre colonialismos e resistência de longa duração: séculos XX e XXI. Teresina: Cancioneiro 
  9. Lima, Wérica (27 de julho de 2022). «Caravana das Originárias revela o protagonismo da mulher indígena em meio a desafios». Amazônia Real. Consultado em 29 de junho de 2023 
  10. «A mãe do Brasil é indígena: 5 mil guerreiras da ancestralidade ocupam Brasília em marcha histórica | Cimi». 10 de setembro de 2021. Consultado em 29 de junho de 2023 
  11. Ribeiro, Maria Fernanda (13 de agosto de 2019). «Mulheres indígenas protestam contra ameaças de Bolsonaro». Amazônia Real. Consultado em 29 de junho de 2023 
  12. Inácio de Oliveira, A. (2021). "As representações do protagonismo indígena feminino na longa duração: das crônicas quinhentistas aos manifestos de cura da Terra". Anais do 31º Simpósio Nacional de História: História, verdade e tecnologia (Simpósio temático Povos Indígenas, Gênero e Violências: histórias marginais).
  13. Redação (9 de agosto de 2022). «ANMIGA: Representação originária feminina e territorial brasileira». Correio de Carajás. Consultado em 29 de junho de 2023