As Crianças mais Amadas do Brasil (álbum)

As crianças mais amadas do Brasil é o primeiro e único álbum de estúdio lançado pelo grupo homônimo formado por atores que participaram da versão de 1997 da novela Chiquititas, a saber: Renata del Bianco, Gisele Frade, Paulo Nigro, Giselle Medeiros, Beatriz Botelho, Luan Ferreira, Polyana López, Janderson Ferreira, Jéssica Nigro, Thiago Oliveira e Fábio Brucci.

As Crianças mais Amadas do Brasil
As Crianças mais Amadas do Brasil (álbum)
Álbum de estúdio de As crianças mais amadas do Brasil
Lançamento 1999
Idioma(s) português
Formato(s) CD
Gravadora(s) Indie Records
Singles de As Crianças mais Amadas do Brasil
  1. "Tapete Mágico"
    Lançamento: 1999
  2. "Me Belisca"
    Lançamento: 1999

Traz como diferencial, o fato dos vocais dos integrantes serem utilizados, ao invés de cantores de estúdio desconhecidos, como acontecia nos álbuns da trilha da novela Chiquititas. A produção é de Michael Sullivan, famoso como compositor e produtor de artistas ligados ao universo infantil, tais como Xuxa e Trem da Alegria.

Após divulgação em vários programas de TV o grupo optou por encerrar as atividades, devido a problemas com os lucros dos shows e diferenças artísticas causadas pelo empresário.

Antecedentes editar

A novela Chiquititas fez sucesso no Brasil desde a sua estreia, em 1997 e, da mesma forma que a versão argentina, da Telefé, criada em 1995 por Cris Morena, a trilha sonora obteve bastante êxito.[1][2] Os dois primeiros álbuns conseguiram ótimas vendas, a saber: 1,2 milhões (o primeiro) e 800 mil cópias (o segundo).[1][2] Após os dois lançamentos e a saída do elenco, os integrantes Renata del Bianco, Gisele Frade, Paulo Nigro, Giselle Medeiros, Beatriz Botelho, Luan Ferreira, Polyana López, Janderson Ferreira,[3] e Jéssica Nigro[4] resolveram formar um grupo musical que cantasse temas para o público infantil e adolescente, semelhante as da trilha da novela.[5][6]

Produção editar

A produção é de Michael Sullivan,[7] músico e produtor famoso por compor canções de diversos artistas infantis nos anos de 1980 e de 1990, como Xuxa e Trem da Alegria.[8] A coprodução é de Paulo Ricardo e Jô Vasconcelos, e a direção artística de Líber Gadelha.[7] Enquanto os álbuns da trilha sonora de Chiquititas eram gravados com vozes de cantores desconhecidos,[9] a proposta do grupo era apresentar canções gravadas pelos próprios integrantes.

Em entrevista ao canal do YouTube, Nos90,[10] Renata del Bianco afirmou que embora tenha gravado várias das canções com os seus vocais, o empresário do grupo os substituiu pelos da sua namorada na época, inclusive na da primeira música de trabalho, intitulada "Tapete Mágico".[11] Ela disse: Lembro que nós fomos num estúdio maravilhoso, da Indie Records, e gravamos lá. Só que o empresário não foi muito bacana comigo. Eu era criança, não sei de todos os detalhes, mas alguma coisa rolou nos bastidores, porque colocaram a mulher desse cara cantando todas as músicas que seriam minhas".[12] Tal fato, mexeu com a autoestima da cantora, que passou a questionar seu talento, sua presença no grupo e na profissão de artista.[11] Apenas uma das canções ficou com a voz real da atriz, o rap da música "Feliz Demais", na qual outros integrantes também participam.[11]

Entre as faixas há regravações do grupo A Turma do Balão Mágico,[13] além de "Tapete Mágico" e "Nas Asas da Imaginação", cantadas por Gisele Frade.[14] A canção "Tapete Mágico" que era cantada em programas de TV, era uma versão alternada, no CD apenas Gisele Frade faz solo com o coro das crianças no refrão da faixa,[7] nas apresentações ela e Bianco (dublando a voz da namorada do empresário) dividiam os versos da canção.[carece de fontes?]

Outra faixa conhecida é a canção "Josie Doll", versão em português de "Barbie Girl" do grupo Aqua.[15] Houveram alterações em comparação a original na versão em português, além da personagem que a música presta homenagem não ser mais a Barbie e sim a Josie, o par da boneca, em vez de Ken, é chamado de Paul.[15] Embora a mudança possa parecer ter sido feita para evitar problemas com a Mattel, os nomes foram alterados em referência aos nomes empresário do grupo e de sua esposa.[15] A atriz lamentou em entrevista que o nome tenha sido alterado para agradar a esposa em questão. [15]

Dois membros entraram depois do lançamento, por isso as fotos dos mesmos não aparecem na capa, são eles: Thiago Oliveira e Fábio Brucci.[carece de fontes?] Outro fato relacionado a capa é a presença de duas integrantes (uma garota e uma adolescente), que nunca estiveram na novela e participaram do grupo apenas pela vontade do empresário.[11] A mais velha chegou a apresentar-se em alguns programas na divulgação.[11] A namorada do empresário aparece no encarte do disco.[11] A inclusão dessas artistas pegou os outros integrantes de surpresa já que não sabiam que elas seriam incluídas como membros do As Crianças Mais Amadas do Brasil.[11]

Lançamento e recepção editar

O lançamento ocorreu em um show no Canecão.[11] A divulgação aconteceu através de shows e apresentações em programas de TV, tais como o programa Eliana & Alegria da Rede Record, onde os artistas chegaram a cantar as faixas "Tapete Mágico", "Me Belisca" e "Come on Come on (Turminha Mais Amada do Brasil)".[carece de fontes?] Uma aparição no programa Xuxa Park, da TV Globo, chegou a ser gravada, mas foi proibida de ser exibida, a pedido do SBT, por questões relacionadas aos direitos da marca Chiquititas.[11] Nos shows, várias das faixas do álbum eram cantadas, além de canções originais da novela Chiquititas e covers de outros artistas.[16][17]

Apesar da divulgação o álbum não obteve grande feito comercial, não ganhou certificado e ficou mais popular entre os antigos fãs da novela.[16][17] O grupo encerrou as atividades pouco depois, devido a diferenças artísticas e desvios nos lucros dos shows (que vinham fazendo sucesso em todo o Brasil) causados pelo empresário.[11]

Lista de faixas editar

  • Créditos adaptados do encarte do CD As Crianças Mais Amadas do Brasil.[7]
N.º TítuloCompositor(es) Duração
1. "Come on Come on (Turminha Mais Amada do Brasil)" (I'm The Leader of the Gang)
3:17
2. "Tapete Mágico"  
4:26
3. "Me Belisca"  
4:15
4. "Josie Doll" (Barbie Girl)
3:15
5. "Se Solte" (Happy Boys and Girls)
3:34
6. "Feliz Demais"  
4:31
7. "Bem"  
4:08
8. "Lindo Balão Azul"  
3:13
9. "Bangalô" (Private Idaho)
3:29
10. "Nas Asas da Imaginação"  
4:49
11. "Toda Liberdade do Mundo"  
5:08
12. "Demorou"  
4:18
13. "Ursinho Pimpão" (Mi Osito Pelon)
3:39
14. "A Turma da Agitação" (Legal Tender)
3:39

Referências

  1. a b Stephanie Celentano (15 de setembro de 2011). «Por onde andam as estrelas de Chiquititas». Minha Novela. Grupo Abril. Consultado em 29 de maio de 2015. Arquivado do original em 30 de maio de 2015 
  2. a b Ricardo Valladares (15 de abril de 1998). «Sonho de gatinha». Revista Veja. Consultado em 29 de maio de 2015 
  3. «BATE-PAPO COM Gisele, Luan e Janerson». UOL HOST. 13 de julho de 1999. Consultado em 5 de Julho de 2014. Cópia arquivada em 6 de julho de 2014 
  4. Ana Mendonça (12 de março de 2013). «Perfil de It Girl: Jéssica Nigro». Capricho. Grupo Abril. Consultado em 5 de Julho de 2014. Arquivado do original em 6 de julho de 2014 
  5. «"Vivi" é a preferida». Todo Dia. UOL HOST. 4 de Abril de 1999. Consultado em 20 de Junho de 2014. Cópia arquivada em 20 de junho de 2014 
  6. Paulo Nogueira (10 de Março de 1999). «Haja chiquitita». Revista Veja. Consultado em 20 de Junho de 2014. Cópia arquivada em 20 de junho de 2014 
  7. a b c d (1999) Créditos do álbum As Crianças Mais Amadas do Brasil por As Crianças Mais Amadas do Brasil [CD]. Brasil: Indie Records (301.036).
  8. Martins, Adriana (3 de outubro de 2012). «Dono das canções». Diário do Nordeste. Consultado em 26 de Fevereiro de 2013. Arquivado do original em 29 de setembro de 2013 
  9. «'Enganei o país inteiro', diz Fernanda Souza sobre nunca ter cantado em 'Chiquititas'». Terra Networks. 12 de julho de 2018. Consultado em 20 de abril de 2022. Cópia arquivada em 12 de julho de 2018 
  10. «Se encontrar a sua Chiquitita, não a deixe ir- Minha admiração pela Renata Del Bianco». Nos90. 25 de junho de 2022. Consultado em 9 de julho de 2022. Cópia arquivada em 10 de julho de 2022 
  11. a b c d e f g h i j Medeiros, Daniel. Renata Del Bianco (Ex- Chiquititas) - Podcast NOS 90. #04. YouTube. No minuto 1:18:54. Consultado em 20 de abril de 2022 
  12. Osman, Mohamed (25 de julho de 2023). «Ex-Chiquitita revela trauma com primeira versão brasileira de Barbie Girl | O TEMPO». O Tempo. Consultado em 25 de julho de 2023. Cópia arquivada em 25 de julho de 2023 
  13. Fernanda d'Oliveira (5 de Julho de 1999). «Entre tapas e beijos». Diário de Pernambuco. Consultado em 20 de Junho de 2014. Arquivado do original em 20 de junho de 2014 
  14. «BATE-PAPO COM Renata, Pollyana e Fábio». UOL HOST. 13 de Julho de 1999. Consultado em 20 de Junho de 2014. Cópia arquivada em 20 de junho de 2014 
  15. a b c d Guaraldo, Luciano (25 de julho de 2023). «Barbie Girl: Antes de Kelly Key, versão de sucesso do Aqua traumatizou ex-chiquitita». Notícias da TV. UOL HOST. Consultado em 25 de julho de 2023. Cópia arquivada em 25 de julho de 2023 
  16. a b «As Chiquititas invadem o Geraldão». Diário de Pernambuco. 3 de Julho de 1998. Consultado em 5 de Julho de 2014. Arquivado do original em 6 de julho de 2014 
  17. a b «Espetáculo terá sucessos da novela». Diário de Pernambuco. 5 de Julho de 1998. Consultado em 5 de Julho de 2014. Arquivado do original em 6 de julho de 2014