Nota: Não confundir com Apeadeiro de Alegria.

Trem da Alegria foi um grupo musical infantil brasileiro criado em 1985 pelos produtores e compositores Michael Sullivan e Paulo Massadas.[1] Fez sucesso entre o público infantojuvenil durante a década de oitenta e início da de noventa. Ao todo, atingiram a marca de seis milhões de discos vendidos, tornando-se um dos grupos musicais infantis brasileiros mais bem-sucedidos até hoje.

Trem da Alegria
Trem da Alegria
Logotipo da turnê Trem da Alegria Celebration
Informações gerais
Origem São Paulo, SP
País Brasil
Gênero(s)
Período em atividade 1984–92 • 2002–05
Gravadora(s) RCA VictorRCA AriolaBMG AriolaBMG MusicBMG BrasilSony BMG.
Ex-integrantes Luciano Nassyn
Patrícia Marx
Juninho Bill
Vanessa
Fabíola Braga
Amanda Acosta
Ruben Cabrera
Ricky Bueno
João Augusto Matos
Bárbara Lívia
Caroline Sayuri
Yago Piemonte

História

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1984–85: O início, Clube da Criança e entrada de Juninho Bill

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Após Luciano Nassyn e Patrícia Marx terem participado da primeira edição do Festival Internacional da Criança, exibido pelo SBT, os dois gravaram o LP Clube da Criança, que serviu de base para divulgação do programa infantil de mesmo nome, então apresentado por Xuxa Meneghel e exibido pela Rede Manchete.[2] Para a promoção desse disco, foram lançados como singles as faixas "Carrossel de Esperança" e "É de Chocolate", que contribuíram para que as vendas superassem as 350 mil cópias, conquistando assim, o disco de platina.[2]

Em 1985, a RCA Victor forma o Trem da Alegria com a participação de Patricia, Luciano e Juninho Bill.[3] O álbum Trem da Alegria do Clube da Criança foi lançado no mesmo ano e teve como músicas de trabalho "Uni, Duni, Tê" e "Dona Felicidade", com a participação de Lucinha Lins, conseguiu vender mais de 400 mil cópias, conquistando um disco de platina.[4]

1986–88: Entrada de Vanessa, saída de Patrícia e entrada de Amanda

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Em 1986, uma nova integrante, que também participou do Festival Internacional da Criança, se une ao trio, a cantora Vanessa.[5] Um disco autointitulado é lançado, considerado o mais bem-sucedido de sua discografia, trazia as canções "He-Man", "Fera Neném", "Zeppelin", "Na Casca do Ovo" e "Tic-Tac do Amor". A faixa "Fera Neném", interpretada por Juninho Bill em parceria com Evandro Mesquita, em que Bill cantava que desejava ser Presidente do Brasil, foi um dos sucessos.[6] As vendas superaram um milhão de cópias e que fez com que fosse certificado quatro vezes platina.[7]

Em 1987, lançam seu terceiro álbum de estúdio, destacam-se as canções "Thundercats" (gravada especialmente para a exibição do desenho homônimo no Brasil pela Rede Globo) "Piuí Abacaxi" e "A Orquestra dos Bichos". Com mais de 850 mil cópias vendidas, conquistou o disco triplo de platina em poucos meses.[8] As vendas totalizaram em mais de um milhão de cópias, tornando-se um dos mais vendidos daquele ano.[9] Após o lançamento, Patricia Marx resolve seguir carreira solo,[10] em seu lugar entrou Fabíola Braga, que ficou por pouco tempo.[11] Nessa época, já tinham atingido a marca de 3 milhões de cópias vendidas com seus discos.[12]

Com a saída de Fabíola, o trio formado apenas por Luciano, Vanessa e Juninho, segue com os compromissos e projetos. Em meio as gravações de um novo LP, Amanda Acosta foi escolhida como a nova integrante, mas participou somente das quatro primeiras faixas do lado B do disco que viria a seguir.[13]

O quarto álbum de estúdio foi lançado em 1988 e foram retirados dele quatro singles: "Iô-Iô", "Xa Xe Xi Xo Xuxa" e os duetos "Pique-Pega, Pique-Esconde" e "Pra Ver se Cola". As vendas superaram mais de 500 mil cópias e conquistou o disco duplo de platina.[14]

1988–92: Saída de Luciano e Vanessa, entrada de Rubinho e hiato

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No final de 1988, Luciano e Vanessa resolvem partir para carreira solo e em 1989, Rubinho é escolhido como o novo integrante, e pela segunda vez o Trem da Alegria era constituído por três crianças da mesma faixa de idade. Já com Rubinho, lançam seu quinto álbum de estúdio que tem como singles as músicas "Jaspion-Changeman", "Pula Corda", "Macarrone" e "Jandira". A tiragem inicial foi de mais de 400 mil cópias vendidas, sendo certificado como platina.[14] No mesmo ano, participaram do filme A Princesa Xuxa e os Trapalhões, no qual contracenaram com Xuxa e Os Trapalhões.[15]

Em 1990, com a ascensão do gênero musical lambada no Brasil, resolveram gravar duas músicas no estilo, "Lambada da Alegria" e "Lambada Danada", para o seu sexto álbum de estúdio. Converteu-se em mais um sucesso, sua tiragem inicial foi de 180 mil cópias,[16] o que rendeu mais um disco de ouro,[17] além de receberem os prêmios por melhor álbum infantil e melhor música infantil com "Lambada da Alegria" no Prêmio Sharp.[18]

Nessa época, a música infantil foi sendo substituída por outros gêneros musicais como o sertanejo, o axé e o pagode.[19] A maioria dos artistas infantis dos anos de 1980 como a Turma do Balão Mágico, Os Abelhudos, Gabriela entre muitos outros já tinham encerrado suas atividades e Xuxa que era a maior vendedora na indústria fonográfica brasileira, não conseguia repetir os feitos alcançados nos anos de 1980.[19] A essa altura, as vendas do grupo já tinham atingido 4,2 milhões de cópias no Brasil.[16]

Em 1991, é realizado um concurso pela extinta Rádio Cidade para escolher um novo integrante com a intenção de substituir Juninho Bill, que então já estava com quatorze anos.[20] O escolhido foi Ricky Bueno, que competiu com mais 10 mil outros inscritos. Ricky chegou a se apresentar na divulgação do single "O Lobisomem" em programas de televisão, ainda com a presença de Juninho, porém sua permanência durou somente alguns meses.[21]

O penúltimo LP é lançado, e traz os sucessos "O Lobisomem" e "Tartaruga Ninja". Além dessas músicas a canção "O Passarinho" fez parte da trilha sonora brasileira da telenovela mexicana Carrusel (1989), exibida pelo SBT com bastante sucesso na época.[22] Assim como seu antecessor, obteve mais de 100 mil cópias vendidas, conquistando um disco de ouro.[23]

Em 1992, já prestes a encerrar suas atividades, é lançada uma coletânea de sucessos com mais quatro canções inéditas, entre elas "Alguém no Céu", que fez parte da trilha sonora da novela De Corpo e Alma, da Rede Globo.[24]

No dia 31 de dezembro, é exibida a última apresentação do trio, feita durante a última edição do Xou da Xuxa, seis anos após sua primeira apresentação, que ocorreu na estreia do programa.[25] O Trem da Alegria anuncia oficialmente o seu término.[25]

2002–05: Nova formação

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No embalo do revival dos anos 80, que ocorreu no início da década de 2000, o grupo foi recriado.[26] A nova formação incluía: João Augusto Matos, Bárbara Lívia, Caroline Sayuri, e Yago Piemonte.[26] A primeira aparição ocorreu durante o programa Domingo Legal, do SBT, onde interpretaram a regravação da canção "Uni-Duni-Tê".

O segundo lançamento fonográfico do grupo, chamado Só Sucessos do Momento (2003), não obteve tanta divulgação quando o primeiro.

Após uma temporada de Pocket Shows no Teatro Gazeta, eles encerraram as atividades e promoções, em 2005.

Integrantes

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Originais
Integrante Ano Ordem de entrada
Luciano Nassyn 1985–88 Primeiro integrante
Patrícia Marx 1985–87 Primeira integrante
Juninho Bill 1985–92 Primeiro integrante
Vanessa 1986–88 Segunda integrante
Outros
Integrante Ano Substituiu
Fabíola Braga 1987 Patrícia Marx
Amanda Acosta 1988–92 Fabíola Braga
Rubinho Cabrera 1989–92 Luciano Nassyn
Ricky Bueno 1991
Nova Geração
Integrante Ano Ordem de entrada
João Augusto Matos 2002–05 Primeiro integrante
Bárbara Lívia 2002–05 Primeira integrante
Caroline Sayuri 2002–05 Primeira integrante
Yago Piemonte 2002–05 Primeiro integrante

Linha do tempo

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Discografia

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 Ver artigo principal: Discografia de Trem da Alegria

Prêmios

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Prêmio Sharp

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Ano Recipiente Categoria Resultado
1989 Trem da Alegria (1988) Álbum Infantil Indicado[27]
1991 "Lambada da Alegria" Música Infantil Venceu[28][29]
1991 "O Pinguim" Música Infantil Indicado[30]
1991 Trem da Alegria (1990) Álbum Infantil Venceu[28][29]

Ver também

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Referências

  1. Martins, Adriana (3 de outubro de 2012). «Dono das canções». Diário do Nordeste. Consultado em 26 de Fevereiro de 2013. Arquivado do original em 29 de setembro de 2013 
  2. a b Barbara Duffles (29 de março de 2009). «Por onde anda Luciano Nassyn, do Trem da Alegria?». EGO. Consultado em 26 de Fevereiro de 2013 
  3. «Aos 43 anos, Juninho Bill faz vaquinha online para gravar o primeiro álbum solo». Folha de S.Paulo. 21 de novembro de 2020. Cópia arquivada em 21 de novembro de 2020 
  4. «Hino do Herói: Trem da Alegria canta as peripécias de He-man». Veja. São Paulo: Editora Abril. 26 de março de 1986 
  5. Renata Sakai (19 de julho de 2009). «Por onde anda a dupla Luan e Vanessa?». EGO. Consultado em 26 de Fevereiro de 2013 
  6. Barbara Duffles (13 de março de 2011). «Por onde anda Juninho Bill, do 'Trem da Alegria'?». EGO. Consultado em 26 de Fevereiro de 2013 
  7. «O Iogurte Rebelde». Manchete. Rio de Janeiro: Bloch Editores. 1 de agosto de 1992. p. 65 
  8. Soares, Dirceu (3 de maio de 1988). «A Meninada Fatura: O Trem da Alegria prepara uma turnê pelo país». Afinal. São Paulo: Editora C Ltda. p. 34. Consultado em 28 de fevereiro de 2020. Cópia arquivada em 30 de julho de 2015 
  9. Souza, Tárik de (6 de janeiro de 1988). «Um bom ano para o disco». Jornal do Brasil. Rio de Janeiro. Consultado em 27 de março de 2020. Cópia arquivada em 28 de março de 2020 
  10. Bruno Astuto (27 de Abril de 2012). «"Vou estar velha e ainda vão me ver como criança"». Coluna Revista Época. Consultado em 26 de Fevereiro de 2013 
  11. «De Patrícia Marx a Juninho Bill: 35 anos depois, por onde anda o Trem da Alegria». Na Telinha. 14 de maio de 2020. Consultado em 26 de junho de 2021 
  12. «Trem da Alegria vende 3 milhões de discos em 4 anos; releia texto de 1988». Folha de S. Paulo. 24 de abril de 2013. Consultado em 16 de Maio de 2013 
  13. Wallace Carvalho (25 de junho de 2010). «Por Onde Anda: Amanda Acosta, do Trem da Alegria». Consultado em 10 de setembro de 2012. Cópia arquivada em 1 de julho de 2010 
  14. a b «"Som do Suplício: Trem da Alegria volta com super-hérois japoneses.». Revista Veja. 29 de Março de 1989. Consultado em 26 de Fevereiro de 2013. Cópia arquivada em 30 de julho de 2015 
  15. Site Oficial da Xuxa (2013). «A Princesa Xuxa e os Trapalhões». Consultado em 26 de Fevereiro de 2013. Arquivado do original em 26 de abril de 2013 
  16. a b «Essa mina é de ouro». Jornal do Brasil. Rio de Janeiro. 19 de agosto de 1990. Consultado em 27 de março de 2020. Cópia arquivada em 29 de março de 2020 
  17. «Certificados - Pró Música Brasil (Trem da Alegria)». PMB. Consultado em 28 de fevereiro de 2020 
  18. «Prêmio Sharp - Edição 1991». Prêmio da Música Brasileira. Consultado em 27 de março de 2020. Cópia arquivada em 25 de fevereiro de 2017 
  19. a b «Crianças, adeus!». Revista Veja. 27 de outubro de 1993. Consultado em 26 de Fevereiro de 2013. Arquivado do original em 9 de maio de 2020 
  20. Netto, Ferreira (3 de outubro de 1990). «Bate-Rebate». Correio Braziliense. Brasília. Consultado em 12 de maio de 2020 
  21. Cruz, Felipe Branco (19 de fevereiro de 2019). «Por onde andam os integrantes das formações clássicas do Trem da Alegria». UOL HOST. Consultado em 20 de março de 2020. Cópia arquivada em 9 de fevereiro de 2019 
  22. (1991) Créditos do álbum Carrossel por Vários Artistas [LP]. Brasil: RCA Records (140.0079).
  23. Meneghel, Xuxa (15 de outubro de 1992). «Trem da Alegria no Xou da Xuxa». Xou da Xuxa. Temporada 7. Rede Globo 
  24. «Memória Globo:Novela de Corpo e Alma -Trilha Sonora com Alguém no céu». Globo.com. 2012. Consultado em 26 de Fevereiro de 2013 
  25. a b Meneghel, Xuxa (apresentadora) (15 de outubro de 1992). «Trem da Alegria no Xou da Xuxa». Xou da Xuxa. Temporada 7. Rede Globo 
  26. a b Grupos infantis Trem da Alegria e Galera do Balão estão de volta (7/09/02). Folha Online. Página visitada em 30 de Dezembro de 2016.
  27. Millarch, Aramis (25 de abril de 1989). «Mais de 200 candidatos na espera dos troféus». O Estado do Paraná. Paraná. Consultado em 27 de março de 2020. Cópia arquivada em 16 de março de 2016 
  28. a b «Sem sair dos trilhos». Jornal do Brasil. Rio de Janeiro. 9 de agosto de 1991. Consultado em 27 de março de 2020 
  29. a b «Prêmio Sharp - Edição 1991». Prêmio da Música Brasileira. Consultado em 27 de março de 2020. Cópia arquivada em 25 de fevereiro de 2017 
  30. «Prêmio Sharp de Música sai hoje». Jornal do Brasil. Rio de Janeiro. 2 de julho de 1991. Consultado em 27 de março de 2020