Ascônio Pediano
Quinto Ascônio Pediano (em latim: Quintus Asconius Pedianus; Pádua, c. 9 a.C.[1] – Roma, ca. 76) foi um gramático e historiador romano.[2]
Ascônio Pediano | |
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Nascimento | 9 a.C. Pádua |
Morte | 76 Roma |
Cidadania | Roma Antiga |
Ocupação | gramático, poeta, historiador |
Biografia
editarEm seus últimos anos de vida Ascônio residiu em Roma, onde morreu, depois de ter ficado cego por mais de doze anos.[2] Durante os reinados de Cláudio e Nero ele compilou para seus filhos, a partir de várias fontes, — por exemplo, dos anúncios oficiais (Acta Publica), dos relatórios ou esboços (Commentarii) de discursos inéditos de Cícero, da vida de Cícero escrita por Marco Túlio Tirão, dos discursos e cartas dos contemporâneos de Cícero, de vários escritores históricos, por exemplo, Varrão, Ático, Antias, Tuditano e Fenestela (um contemporâneo de Tito Lívio, a quem muitas vezes ele critica) — comentários históricos sobre os discursos de Cícero, dos quais apenas cinco: in Pisonem, pro Scauro, pro Milone, pro Cornelio e In Toga Candida, em condições muito precárias, estão preservados sob o título atual de Q. Asconii Pediani Orationvm Ciceronis qvinqve enarratio.[2][3]
Em uma nota sobre o discurso pro Scauro, ele fala de Longo Cecina (morto em 57), como se ainda estando vivo, e Cláudio (morto em 54) já tendo morrido. Esta afirmação, portanto, deve ter sido escrita entre os anos 54 e 57. Estas notas valiosas, escritas em bom latim, se relacionam principalmente a assuntos jurídicos e históricos. Um comentário, da latinidade inferior e, principalmente, de caráter gramatical, sobre o discurso de Cícero, In Verrem (Contra Verres), é universalmente considerado como falso.[2]
Os trabalhos foram encontrados por Poggio em um manuscrito em São Galo em 1416. Este manuscrito está perdido, mas três transcrições foram feitas por Poggio, Zomini (Sozomeno) de Pistoia e Bartolomeu Aragazzi de Montepulciano. A cópia feita por Poggio está agora em Madri (Matritensis x. 81), e a de Zomini, na biblioteca Forteguerri em Pistoia (No. 37). Uma cópia da transcrição feita por Bartolomeu existe em Florença (Laur. liv. 5). Esses manuscritos são derivados da cópia de Poggio.[2]
Outros trabalhos
editarOutras obras atribuídas a Ascônio são:[2]
Notas
- ↑ Enciclopedia Treccani, «Ascònio Pediano, Quinto»
- ↑ a b c d e f Encyclopædia Britannica (1911) entrada para Asconius Pedianus, Quintus, volume 2, página 723
- ↑ Asconius Pedianus, Quintus; Clark, Albert Curtis. «Q. Asconii Pediani Orationvm Ciceronis qvinqve enarratio; recognovit brevique adnotatione critica instrvxit Albertvs Cvrtis Clark (1907)» (em latim). Oxonii e Typographeo Clarendoniano
Referências
- Este artigo incorpora texto (em inglês) da Encyclopædia Britannica (11.ª edição), publicação em domínio público.
- Chisholm, Hugh, ed. (1911). «Asconius Pedianus, Quintus». Encyclopædia Britannica (em inglês) 11.ª ed. Encyclopædia Britannica, Inc. (atualmente em domínio público)
- Adolf Kiessling e Adolf Schöll (1875)
- Albert Curtis Clark (Oxford, 1907), contém uma verificação inédita da transcrição de Poggio
- Johan Nicolai Madvig, De Asconio Pediano (1828)
- B. A. Marshall, A historical commentary on Asconius. Columbia: Univ. of Missouri Press, 1985.
- Ascônio Pediano: Commentaries on Five Speeches of Cicero, Simon Squires (1990)
Ligações externas
editar- Literatura de e sobre Ascônio Pediano (em alemão) no catálogo da Biblioteca Nacional da Alemanha
- Asconius. «Orationum Ciceronis Quinque Enarratio» (em latim). attalus.org