Auto de São Lourenço

O Auto de São Lourenço é uma das peças mais notórias do padre José de Anchieta.[1] O auto foi escrito em português, espanhol, tupi antigo (com uma frase em guarani antigo),[2] refletindo a realidade social do Brasil quinhentista.[3] A obra contém informações etnográficas, como a saudação lacrimosa, [4] bem como topônimos e episódios pouco documentados, como a Batalha das Canoas.[5] [3] O Auto de São Lourenço foi apresentado pela primeira vez na Igreja de São Lourenço dos Índios, no que mais tarde seria a cidade de Niterói.[6] Segundo Armando Cardoso, a primeira encenação teria ocorrido em 10 de agosto de 1587, durante a visita de Anchieta como provincial.[6] A obra foi adaptada por Guilherme de Almeida.[7]

Na Aldeia de Guaraparim
Auto de São Lourenço
Trecho do Auto de São Lourenço, reproduzido no Curso de Tupi Antigo, do Lemos Barbosa
Autoria José de Anchieta
Gênero dramático
Outras informações
Dados da estreia 10 de agosto de 1587
Idioma original tupi, espanhol e português

Contexto literário editar

O auto se insere no quinhentismo, período literário no qual a literatura era marcada por textos informativos e catequética. Exemplo de textos informativo é o Carta de Pero Vaz de Caminha. Já os textos catequéticos, ou de formação, são obras literárias propriamente dita. São sobretudo de conteúdo religioso e doutrinário. É aí que o Auto se insere. O caráter doutrinário perpassa o texto.[8]

Contexto histórico editar

O auto foi escrito após a Confederação dos Tamoios. Nesta guerra, ocorrida na Guanabara.

Nessa guerra, Anchieta se entregou aos tamoios como refém, de modo a evitar uma guerra de grandes proporções. Esse período da vida de Anchieta influenciou seu auto. Um de seus capturadores foi o índio Guaixará. Na pela, Guaixará aparece como um dos demônios.

Estrutura editar

O primeiro ato da peça, escrito em espanhol, apresenta o suplício de São Lourenço, que foi queimado em uma grelha o tempo do imperador romano Décio. Décio, bem como seu censor Valeriano, também são personagens da peça, aparecendo em atos posteriores. É o ato mais curto da peça, apresentando poucas estrofes.

Ver também editar

Referências

  1. Anchieta 2006, p. X.
  2. Anchieta 2006, pp. XII–XIII.
  3. a b Anchieta 1954, p. 681.
  4. Anchieta 2006, p. XII.
  5. Anchieta 2006, pp. 198–199.
  6. a b Anchieta 2006, p. XI.
  7. Anchieta 2006, pp. X–XI.
  8. «Quinhentismo: características, autores e exercícios». Mundo Educação. Consultado em 26 de fevereiro de 2024 

Bibliografia editar