Caroline Lacroix

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Blanche Zélia Joséphine Delacroix, mais conhecida como Caroline Lacroix (Bucareste, 13 de maio de 1883 - Cambo-les-Bains, 12 de fevereiro de 1948), foi a mais proeminente e notória amante de Leopoldo II da Bélgica.

Delacroix, de origem francesa, conheceu o rei em Paris ainda jovem, quando ela tinha apenas 16 anos e ele 65. Naquela época, ela ganhava a vida com a prostituição. Eles logo embarcaram em um relacionamento que duraria até sua morte em 1909. Leopoldo esbanjou grandes somas de dinheiro, propriedades, presentes e um título nobre, baronne de Vaughan (Baronesa Vaughan). Por causa desses presentes, Caroline era profundamente impopular tanto entre o povo belga quanto internacionalmente, à medida que Leopoldo era cada vez mais criticado por suas ações induzidas pela ganância no Estado Livre do Congo, sua própria colônia pessoal. Como Caroline lucrou muito com a renda do rei na colônia, ela ficou conhecida como La reine du Congo (“A Rainha do Congo”).

Ela e Leopold se casaram em uma cerimônia religiosa cinco dias antes de sua morte, embora o fato de não terem realizado uma cerimônia civil tenha tornado o casamento nulo sob a lei belga. Após a morte do rei, logo se descobriu que ele deixara para Caroline inúmeras propriedades, itens de alto valor material, títulos congoleses e outras fontes valiosas de renda - o que a transformou em multimilionária. Durante anos, o governo belga e as três filhas afastadas de Leopoldo tentaram recuperar parte dessa riqueza, com sucesso variando dependendo do caso. Caroline morreu em 12 de fevereiro de 1948 em Cambo-les-Bains, França.

Primeiros anos editar

Resta um pequeno grau de mistério sobre o início da vida de Caroline.[1] Um relato afirma que seu pai, Jules Delacroix, era zelador da Legação Francesa em Bucareste.[2] Outra afirma que seu pai vivia em Bucareste para buscar fortuna, e ela nasceu lá como o décimo terceiro filho de seus pais.[3] Em sua juventude, Caroline trabalhou como garçonete.[2]

Várias fontes afirmam que Caroline era uma prostituta que vivia em Paris.[4] Quando jovem, ela foi amante de Antoine-Emmanuel Durrieux, um ex-oficial do exército francês.[1] Segundo Adam Hochschild, Durrieux gostava de apostar em corridas de cavalos para mantê-los. Quando sua sorte azedou, ele se tornou uma espécie de cafetão, prostituindo Caroline para clientes bem-nascidos.[1] Eles empreenderam seus esquemas no Palácio do Eliseu, mas freqüentemente deixavam dívidas por pagar.[1] Um dia em 1900, enquanto residia em Paris, Leopoldo II da Bélgica ouviu falar de suas "atrações" e se sentiu interessado em seu início modesto.[3] Uma mulher enviada por Leopoldo informou Caroline: "Madame, fui enviada a você por um cavalheiro que a notou. Ele é um personagem muito alto, mas sua posição elevada me obriga a omitir seu nome".[1]

Uma reunião foi marcada para o dia seguinte. Caroline foi para uma sala isolada, onde Leopoldo chegou com dois assessores.[1] Como Leopoldo II era desconhecido para ela, Caroline ficou tão perturbada com o encontro que confundiu Bélgica e Suécia na presença do rei, referindo-se a ele como Sua Majestade Oscar, para sua surpresa e diversão.[3] O propósito dos dois auxiliares logo ficou claro: um sentou-se um de cada lado dela e começou a fazer perguntas que exigiam que ela "virasse minha cabeça primeiro para a direita, depois para a esquerda ... seu único objetivo, como aprendi mais tarde, ser mostrar os meus dois perfis à personagem muda ", segundo as suas memórias.[1] Leopoldo se confessou satisfeito e convidou Caroline para ir à Áustria com ele; uma grande quantia em dinheiro chegou devidamente no dia seguinte, junto com alguns baús vazios, pois Leopoldo sabia que ela adorava comprar roupas.[5]

Notas editar

Referências

  1. a b c d e f g Hochschild, Adam (1998). King Leopold’s Ghost: A Story of Greed, Terror, and Heroism in Colonial Africa. New York: Mariner Books. p. 221. ISBN 0-330-49233-0 
  2. a b «The Death of King Leopold of Belgium», The Independent, 23 de dezembro de 1909 
  3. a b c Paoli, Xavier (1911). Their majesties as I knew them: personal reminiscences of the kings and queens of Europe. New York: Sturgis & Walton Company. pp. 285–87 
  4. Ewans, Martin (2002). European atrocity, African catastrophe: Leopold II, the Congo Free State and its Aftermath. London: RoutledgeCurzon. p. 220 
  5. Hochschild, p. 222.
 
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