Barragem de Odeáxere
A barragem de Odeáxere ou barragem da Bravura localiza-se no concelho de Lagos, no distrito de Faro, em Portugal. Situa-se na ribeira de Odeáxere. A barragem foi projectada em 1955 e entrou em funcionamento em 1958.[1][2]
Barragem de Odeáxere | |
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Localização | |
Município | Lagos, Faro |
Bacia hidrográfica | Ribeiras do Algarve |
Rio | Ribeira de Odeáxere |
Coordenadas | 37°12'7.432"N, 8°41'53.713"W |
Dados gerais | |
Uso | Rega, Energia |
Data de inauguração | 1958 |
Características | |
Tipo | Betão, Arco |
Altura | 41 m |
Cota de coroamento | 86 m |
Dados da albufeira | |
Capacidade total | 34,825 Mio. |
Capacidade útil | 32,26 Mio. |
Pleno armazenamento | 84,1 m |
Barragem editar
É uma barragem em arco de betão. Possui uma altura de 41 m acima da fundação (36 m acima do terreno natural) e um comprimento de coroamento de 150 m (largura 5 m). Possui uma capacidade de descarga máxima de 8 (descarga de fundo) + 21 (descarregador de cheias) m³/s.[1][2]
Albufeira editar
A albufeira da barragem apresenta uma superfície inundável ao NPA (Nível Pleno de Armazenamento) de 2,85 km² e tem uma capacidade total de 34,825 Mio. m³ (capacidade útil de 32,26 Mio. m³). As cotas de água na albufeira são: NPA de 84,1 metros, NMC (Nível Máximo de Cheia) de 85 metros e NME (Nível Mínimo de Exploração) de 64,5[2] metros.[1]
Central hidroeléctrica editar
A central hidroeléctrica é constituída por um grupo Francis. A energia produzida em média por ano é de 1 GWh. A potência nominal da turbina é de 0,61 MW, a potência aparente nominal do alternador é de 0,72 MVA. A queda útil é de 28,51 m. O caudal máximo turbinável é de 2,6 m³/s, o caudal mínimo 0,9 m³/s.[2]
Estação da Biodiversidade editar
A barragem possui uma Estação da Biodiversidade, que consiste num percurso desde a ribeira, onde se pode apreciar a fauna, como a borboleta-monarca, seguindo depois um caminho entre matos típicos da região mediterrânea, terminando depois junto daquele curso de água.[3]
História editar
A estrutura foi inaugurada em 10 de Maio de 1959, numa cerimónia que contou com a presença do chefe de estado, Américo Tomás.[4]
A Barragem da Bravura foi duramente atingida pela seca nos princípios da década de 2020, possuindo o perímetro de rega apenas 14% do volume em Fevereiro de 2022.[5] A zona no Algarve com maiores deficiências nos recursos hídricos foi o Barlavento, composto pelos concelhos de Lagos, Vila do Bispo e Aljezur.[5] Neste sentido, a água da albufeira foi racionada, tendo a sua utilização sido condicionada apenas para o consumo humano, medida que foi criticada pelos agricultores.[5] No dia 23 de Fevereiro, o vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, José Pimenta Machado, encontrou-se em Lagos com os autarcas e os representantes das associações turísticas e de regantes, onde declarou que nas barragens algarvias ainda existiam reservas suficientes para garantir o abastecimento público durante cerca de dois anos, mesmo que não chova.[5] Garantiu igualmente que iria ser obrigatória a reutilização de águas residuais nos campos de golfe.[5] No mesmo encontro, o presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve, António Pina, confirmou que a dessalinização e a ligação ao Pomarão iriam ser «uma realidade», embora provavelmente só em 2025.[5]
Ver também editar
Ligações externas editar
- WikiMapia. «barragem da bravura dam wall» (em inglês). Consultado em 13 de Janeiro de 2015
Referências
- ↑ a b c Comissão Nacional Portuguesa das Grandes Barragens. «BARRAGEM DE ODEÁXERE (BRAVURA)». Consultado em 14 de Janeiro de 2015
- ↑ a b c d Sistema de Informação do Regadio. «BARRAGEM DA BRAVURA» (PDF). Consultado em 14 de Janeiro de 2015
- ↑ «Barragem da Bravura tem Estação da Biodiversidade». Lagos: Revista Municipal (10). Lagos: Câmara Municipal de Lagos. Agosto de 2021. p. 28. Consultado em 29 de Agosto de 2021 – via Issuu
- ↑ «A importância da barragem da Bravura e da obra de rega dos Campos de Alvor que o Chefe do Estado hoje inaugurou no Algarve». Diário de Lisboa. Ano 39 (13081). Lisboa: Renascença Gráfica. 10 de Maio de 1959. p. 5. Consultado em 29 de Agosto de 2021 – via Casa Comum / Fundação Mário Soares
- ↑ a b c d e f SILVEIRA, Teresa (24 de Fevereiro de 2022). «"Electricidade verde" na agricultura só avança com o novo Governo». Público. Ano XXXII (11624). Lisboa. p. 17. Consultado em 27 de Fevereiro de 2022. (pede subscrição (ajuda))