A Região do Algarve ou Algarve é uma regiãoportuguesa situada no sul do país, com a capital localizada na cidade de Faro, tendo uma área de 4 997 km2 e uma população de 469 983 habitantes, registando uma densidade populacional de 94 habitantes por km2. sendo a quinta região mais populosa de Portugal e a quarta região mais extensa.
A economia algarvia registou um Produto interno bruto (PIB) de 9,2 mil milhões de euros em 2021, correspondendo cerca de 4,3 % do PIB nacional. Em comparação com as outras seis regiões portuguesas dispõe da 5° maior economia regional, à frente da Madeira e atrás do Alentejo. Já no PIB per capita, a região dispõe do segundo maior valor de todas as regiões, registando 21 173 € em 2021, à frente do Alentejo e atrás da Área Metropolitana de Lisboa,
A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDR-ALG) é a agência que coordena as políticas ambientais, o ordenamento do território, as cidades e o desenvolvimento global desta região, apoiando os governos e associações locais.
O Algarve transformou-se numa das regiões portuguesas com maior número de residentes estrangeiros, oriundos principalmente de outros países europeus. Em 2018, 69 mil dos habitantes não eram portugueses, tendo sido os cidadãos oriundos de França, Itália e Suécia os que mais cresceram naquele ano. Os cidadãos de nacionalidade britânica continuam a ser os mais representativos entre a população estrangeira residente no Algarve.
A tomada da cidade teve lugar em março de 1249, como o atesta a escritura de doação por el-Rei de umas casas em Santarém a D. João Peres de Aboim, dada em Santa Maria de Faro naquele mês, quando em fevereiro desse ano o rei ainda se documenta em Ourém.
A conquista dá-se no contexto da perda paulatina das praças do vale do Guadiana e da parte oriental do Algarve por Ibn-Mahfuz, senhor da taifa de Niebla, e último representante do poder muçulmano no Alandalus ocidental. Com a conquista de Sevilha em 1249, Ibn-Mahfuz fica completamente isolado, não lhe restando outra alternativa que não um entendimento com Fernando III de Castela.
A cidade de Faro, isolada e sem esperança de socorro por parte das forças muçulmanas, terá capitulado facilmente perante as forças das ordens militares, aguerridas e bem disciplinadas, mesmo sendo estas constituídas, provavelmente, por um pequeno número de efetivos. Assim se explica que nas fontes coevas muçulmanas esta e outras praças algarvias surjam não como conquistadas, mas como "entregues" aos cristãos.
É provável que o próprio rei D. Afonso III tenha tomado parte na conquista, embora de modo discreto, assim como o Mestre da Ordem de Santiago, D. Paio Correia. No evento, assim como na conquista do Algarve, de modo geral, observar-se, segundo alguns autores, a ausência de representantes das principais famílias do Reino de Portugal, sendo os presentes em Faro, na sua maioria, filhos segundos e até bastardos, refletindo a importância dos atos bélicos para aqueles que pouco podiam esperar da herança paterna. Alguns destes são efetivamente recompensados, originando famílias que marcarão a nobreza portuguesa os finais daquele século, e a centúria seguinte.
Contudo, segundo o historiador Anselmo Braamcamp Freire, para a conquista final do Algarve contribuíram efetivamente os cavaleiros das ordens militares, sobretudo os de Avis e Santiago, destacando-se, entre os fidalgos principais que nela participaram, Egas Lourenço da Cunha, o seu cunhado o alcaide de Santarém Martim Dade, o chanceler Estevão Anes, e Mem Soares de Melo, senhor de Melo.
O cabo de São Vicente está situado numa rota de migração de aves, permitindo a observação sazonal de variedade de avifauna. A vegetação predominante no barrocal Algarvio é o matagal mediterrânico, caracterizado pela abundância de plantas resistentes à falta de água.
O subsolo do Algarve é habitado por várias espécies endémicas, únicas do Algarve, algumas delas descobertas recentemente. As espécies mais emblemáticas da fauna subterrânea do Algarve são o pseudoescorpião gigante das grutas do Algarve (Titanobochica magna) e o maior inseto cavernícola terrestre da Europa, a Squamatinia algharbica.
Outras espécies de plantas, endémicas rigorosas ou não, levam o nome do Algarveː
Cistus algarvensis Sims, Bot. Mag. 17: t. 627 (1803).
Helianthemum algarvense Dunal, Prodr. [A. P. de Candolle] 1: 268 (1824).
A zona ocidental do Algarve é designada por Barlavento e a oriental por Sotavento. A designação deve-se com certeza ao vento predominante na costa sul do Algarve, sendo a origem histórica desta divisão incerta e bastante remota. Na Antiguidade, os Romanos consideravam no sudoeste da Península Ibérica a região do cabo Cúneo — que ia desde Mértola por Vila Real de Santo António até à enseada de Armação de Pêra — e a região do Promontório Sacro — que abrangia o restante do Algarve.
Internamente, a região é subdividida em duas zonas, uma a Ocidente (o Barlavento) e outra a Leste (o Sotavento). Com esta divisão podemos registar um claro efeito de espelho entre as duas zonas. Cada uma destas zonas tem 8 municípios e uma cidade dita principal: Faro está para o Sotavento como Portimão está para o Barlavento. De igual modo possui cada uma delas uma serra importante (a Foia, no Barlavento, e o Caldeirão, no Sotavento). Rios com semelhante importância (o Arade no Barlavento e o Guadiana no Sotavento).
Um hospital principal em cada uma das zonas garante os cuidados de saúde em todo o Algarve. Em termos de infraestruturas, o Aeroporto Internacional está numa zona e o Autódromo Internacional noutra. Finalmente, a nível desportivo, os históricos do futebol algarvio Sporting Clube Olhanense (representante do Sotavento) e o Portimonense Sporting Clube (representante do Barlavento) encontram-se regularmente na Primeira Liga do futebol português. A equipa do Olhanense ascendeu à 1.ª Liga em 2009, enquanto que por sua vez a equipa de Portimão ascendeu um ano depois, em 2010.
O clima em Portugal é mediterrânico, Csa no sul e Csb no norte, de acordo com a classificação climática de Köppen-Geiger. Portugal é um dos países europeus mais amenos: a temperatura média anual em Portugal continental varia dos 4 °C no interior norte montanhoso até 18 °C no sul, na bacia do Guadiana. Os verões são amenos nas terras altas do norte do país e na região litoral do norte e do centro. O outono e o inverno são tipicamente ventosos, chuvosos e frescos, sendo mais frios nos distritos do norte e central do país, nos quais ocorrem temperaturas negativas durante os meses mais frios. No entanto, nas cidades mais ao sul de Portugal, as temperaturas só muito ocasionalmente descem abaixo do 0 °C, ficando-se pelos 5 °C na maioria dos casos.
Normalmente, os meses de Primavera e Verão são ensolarados e as temperaturas são altas durante os meses secos de julho e agosto, podendo ocasionalmente passar dos 40 °C em boa parte do país, em dias extremos, e com maior frequência no interior do Alentejo.
A precipitação total anual média varia de pouco mais de 3000 mm nas montanhas do norte a menos de 500 mm em zonas do sul do Alentejo. O país tem à volta de 2500–3200 horas de sol por ano, e uma média de 4–6 horas no Inverno e 10–12 horas no Verão, com valores superiores no sudeste e inferiores no noroeste.
Durante a maior parte da sua história, a região do Algarve sofreu de graves deficiências nos acessos terrestres ao resto do país, devido a problemas de segurança e à presença de cadeias montanhosas que a separavam do Alentejo. A situação só começou a melhorar nos finais do Século XIX, com o desenvolvimento das vias rodoviárias e a construção de uma linha férrea. Devido aos problemas de acesso por terra, e à presença de uma extensa faixa costeira, os transportes marítimos e fluvial tiveram uma grande importância na região, sendo os principais eixos fluviais o Arade e o Guadiana. O Rio Arade servia uma extensa região no centro interior do Algarve, com destaque para a importante cidade de Silves, enquanto que o Guadiana unia o Alentejo e o interior do Sotavento à faixa costeira. O Algarve possuía uma rede de estradas próprias ao longo do território, mas que se encontrava ainda num estado muito incipiente, servindo principalmente para ligar a região ao Alentejo. Um dos principais eixos unia Faro a Vila Real de Santo António, onde atracavam os barcos que percorriam o Guadiana até Mértola.
Por conseguinte, a costa sul de Portugal transformou-se num importante ponto de contacto, de partida e de chegada, de actividade piscatória de vital importância económica, de comércio e de exploração marítima. Como resultado desta dependência do mar, o consumo de peixe e bivalves formou, mais do que em outras regiões portuguesas, a base alimentícia da população algarvia. A segunda maior indústria na região era a agricultura, que era praticada não só pelos habitantes do interior, como também pelas comunidades piscatórias do litoral, em determinadas épocas do ano.
A indústria da pesca, nomeadamente devido à criação de várias fábricas de conservas, desempenhou um importante papel na economia do Algarve durante uma parte considerável do século XX. A nível nacional, a indústria de conservas de peixe nasceu em Vila Real de Santo António, em 1865, com a inauguração de uma fábrica de conservas de atum em azeite, a Ramirez. Em 1917 existiam na região algarvia 80 conserveiras que empregavam 7 872 pessoas. Com a chegada do turismo nos anos 60 do século passado, principalmente com o advento da sua forma massificada nos anos 80 e 90, boa parte das fábricas conserveiras encerraram, passando então a haver uma aposta crescente na exploração do pescado junto dos turistas que visitam a região. As cidades actualmente mais dedicadas à pesca são Olhão, Tavira, Portimão e Vila Real de Santo António, destacando-se a pesca da sardinha, do carapau, do atum, do espadarte e dos famosos chocos que deram origem à famosa receita: choquinhos à algarvia.
A Universidade do Algarve (UAlg) é a instituição de Ensino Superior de referência do Sul de Portugal, reconhecida pela excelência da investigação, pela qualidade do ensino e pelas relações estreitas que estabelece com a sociedade. Criada em 1979, a UAlg tem consolidado a sua oferta formativa, a sua capacidade de investigação e o seu potencial de transferência de conhecimento. Composta por três campi: Gambelas e Penha, em Faro, e um em Portimão, a Universidade do Algarve oferece mais de 150 cursos de formação inicial e pós-graduada. Conta atualmente com espaços amplos, infraestruturas e equipamentos que proporcionam excelentes condições de estudo, trabalho, investigação e socialização a uma população de cerca de 700 docentes e investigadores e 9 mil estudantes nas suas diversas áreas de formação: Artes, Comunicação e Património; Ciências Sociais e da Educação; Ciências e Tecnologias da Saúde; Ciências Exatas e Naturais; Economia, Gestão e Turismo; Engenharias e Tecnologias.
A N2 foi criada pelo Plano Rodoviário Nacional de 1945 com o objetivo de ligar Chaves a Faro. Grande parte da N2 resultou da renumeração de estradas já existentes, mas alguns troços foram construídos nas décadas seguintes. Com um comprimento inicial de 739,260 km, a N2 era então a mais longa estrada do Estado, atravessando Portugal continental de norte a sul, "cortando" o país ao meio entre o este o oeste e cruzando 11 dos 18 distritos. No entanto, se em Trás-os-Montes e Alto Douro e no distrito de Viseu a N2 cruzava capitais de distrito (Vila Real e Viseu) e cidades de média dimensão (Chaves e Lamego), a sul dessas regiões (i.e. aproximadamente nos restantes 500 km), a estrada desenvolvia-se longe de qualquer cidade principal até perto do seu fim em Faro, entroncando com a N125. A N2 nunca teve um tráfego autónomo que justificasse a sua importância no Plano de 1945 e a longa Estrada Nacional acabou por se tornar numa coleção sequencial de troços regionais. O falhanço da N2 neste aspeto provou que a principal ligação entre as regiões do norte e do sul de Portugal deveria sempre cruzar a área metropolitana de Lisboa (como hoje acontece com o IP1 e o IC1). Os Planos Rodoviários Nacionais de 1985 e de 2000 modificaram profundamente a classificação da rede de estradas portuguesas. Com efeito, em Trás-os-Montes e Alto Douro e no distrito de Viseu, esses documentos criaram a estrada rápida IP3, que segue paralela à N2. No entanto, a sul destas duas regiões, praticamente nenhuma estrada principal segue o eixo da antiga N2. Com efeito, atualmente, quase todos os troços da N2 foram desclassificados para estradas regionais (R2) ou municipais (M2) e só cerca de 180 km foram mantidos como estrada nacional, num total de cinco troços.
No século XXI tem havido uma revitalização da antiga N2 para fins turísticos. Em 2003 o troço entre Almodôvar e São Brás de Alportel foi renovado e classificado como Estrada Património. Em 2016, foi criada a Associação de Municípios da Rota da Estrada Nacional 2, que engloba os 33 municípios que eram atravessados pela N2 no seu traçado original, e que tem como objetivo dinamizar o turismo ao longo deste itinerário. Devido à sua extensão, a N2 atravessa paisagens bastante variadas, no contexto de Portugal. Com efeito, esta estrada tem sido muitas vezes comparada (embora a uma escala muito menor) à Ruta 40 (Argentina) ou à Route 66 (E.U.A.).
O Algarve é um dos destinos turísticos preferidos dos europeus. O clima e a temperatura da água são os principais factores que contribuem para o grande crescimento do turismo nesta região. A maior densidade populacional e de turismo da região concentra-se na costa, mas os antepassados que preenchem uma rica história, assim como belas paisagens no seu interior, também atrai bastante turismo, em locais como na cidade de Lagos, Silves, Lagoa, Alcoutim, Monchique, entre outros.
A ilha da Madeira, com a sua floresta laurissilva, classificada de Património da Humanidade pela UNESCO, é um pólo de interesse turístico pelo seu clima ameno, pelas paisagens exuberantes e pela sua gastronomia. Na passagem de ano ocorre o mais belo fogo de artifício da Europa, sendo que nessa data diversos Cruzeiros atracam, ou fazem escala, na baía do Funchal para que os turistas possam contemplar tal beleza.
O Estádio de São Luís, em Faro, foi mandado construir em 1922 por Manuel Santo (um emigrante regressado dos Estados Unidos) que, levado pelo entusiasmo grande da época, e face à falta de um recinto desportivo digno da cidade de Faro naquela altura, adquiriu um terreno no "espaldão", perto da Igreja de S. Luís, com uma superfície de cerca de 12750 m², para aí edificar o "Santo Stadium" (primeiro nome dado ao estádio, por ser Manuel Santo o seu proprietário).
Os planos da época tinham previstas todas as comodidades possíveis para o público e, além de bancadas, contemplavam paralelamente a construção de camarotes, além de preverem e tomarem medidas para a prática de vários desportos. O estádio previsto foi dos primeiros em Portugal a ser construído com características específicas para o fim em vista.
O "Santo Stadium" abriria as suas portas pela primeira vez ao público em Agosto de 1923, com jogos de 3ªas e 4ªas categorias, mas apenas teria a sua pomposa inauguração a 1 de Dezembro desse ano, com um jogo amigável entre os principais ´teams' da cidade, o Sporting Clube Farense e o Sport Lisboa e Faro.
Segundo notícia publicada em 21 de Setembro de 1924, o Sporting Clube Farense decide em Assembleia Geral, contratar com o proprietário do "Santo Stadium" o arrendamento do campo, para onde seriam transferidos os jogos do clube.
...em Portugal, o decreto-lei 19.694 de 5 de Maio de 1931 permitiu pela primeira vez na história política do país que as mulheres fossem consideradas como eleitoras? No Brasil, através do Decreto nº. 21.076, de 24 de fevereiro de 1932, é instituído o Código Eleitoral Brasileiro, e o artigo 2 disciplinava que era eleitor o cidadão maior de 21 anos, sem distinção de sexo, alistado na forma do código. 4;5
O município de Vila do Bispo possui a mais importante concentração de menires de todo o Algarve.
Com um número conhecido a rondar os cerca de 300 exemplares.
São constituídos na sua maioria por calcário branco, cuja alvura faz deles um elemento que se destaca na paisagem, sendo também conhecidos, no município, três exemplares em arenito.
Com formas sub-cilíndricas, sub-cónicas, estelares ou simples pedras eretas, a grande maioria dos menires apresentam decoração.
As decorações mais usuais nos menires do município de Vila do Bispo são:
(i) conjuntos de 3 ou 4 linhas onduladas paralelas;
(ii) conjuntos de elipses segmentadas;
(iii) conjuntos de elipses não segmentadas que se estendem desde o topo do menir até à base;
(iv) conjuntos de semi-elipses que se organizam à volta de um cordão no topo do menir (ver foto). Desconhece-se o seu significado.
As principais áreas de distribuição de menires no município de Vila do Bispo são.
Lugares
Freguesia
direção
menires
Vila do Bispo
Vila do Bispo
N/ NE
32 menires
Altos das Raposeira
Raposeira
NE
16 menires
Altos das Barradas - Serra da Borges
Vila do Bispo
SE
29 menires
Monte dos Amantes
Vila do Bispo
SW
33 menires
Lagoa do Garcia - Ponte da Granja
Vila do Bispo
W / SW
17 menires
Milrei
Raposeira
S
33 menires
Padrão
Raposeira
S / SW
30 menires
Aspradantas
Raposeira
SE
24 menires
Figueira,Budens,B.S.Miguel
Budens
SW / E
39 menires
Menires recolhidos em Museus + destruídos/desaparecidos
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-
5 menires
-
-
total =
258 menires
Apesar da proteção formalmente garantida pelas entidades oficiais para alguns menires, na prática os menires de Vila do Bispo continuam expostos, no dia a dia, a todo um vandalismo que se traduz, principalmente, na sua utilização para a construção civil.