Beremiz Samir é o personagem principal do livro "O Homem que Calculava: aventuras de um singular calculista persa", do escritor brasileiro Júlio César de Mello e Souza, mais conhecido por Malba Tahan[1]. Conseguia, segundo a narrativa, calcular rapidamente o número de aves de céu, o número de camelos de um vizir e o número de letras de Alcorão.

O Personagem editar

O personagem é muçulmano, nasceu na Pérsia e viveu por volta dos anos 1200 d.C., no califado do califa Al-Musta'sim Billah, ou, como traduziu o livro, Al Motacém-Billah.

Além de ser um matemático grandioso, era religioso e caridoso.

Jose Guilherme Correa, em seu livro Leituras Lusófonas, assim o descreve[2]: "Samir não é uma máquina humana de calcular circense, antes alguém que vê romantismo e poesia não só na matemática como em toda a natureza."

Na verdade, ele foi um dos instrumentos que Malba Tahan apontou para legitimar as contribuições matemáticas e dar a devida importância às tradições, a cultura, a matemática e às “filosofias” do povo árabe.[3]

No livro Malba Tahan: fabulista incalculável, o autor crê que a dimensão mítica da obra O Homem que Calculava encontra-se no personagem Beremiz Samir, relacionando-o com os domínios de sua obra.[4]

Vida editar

Beremiz Samir, o Homem que Calculava, foi descoberto por Hank Tade-Maiá (narrador da história), na estrada de Bagdá, enquanto estava contando números maiores que um milhão. Levado para a grande capital, num problema de divisão de dinheiro é logo descoberto pelo grão-vizir Maluf, e colocado num de seus mais altos postos. Segundo conta, começou a se interessar por Matemática quando contava a toda hora as ovelhas que seu tio lhe pusera a responsabilidade de cuidar. Também recebeu aulas especiais com o sábio Nô-Elin. Começa a dar aula para uma garota de 17 anos, chamada Telassim, mesmo sem vê-la. Se apaixona por ela, só de ouvi-la. Ao longo da narrativa, Beremiz tem que resolver problemas matemáticos, contar camelos, resolver como dividir 35 camelos para três pessoas de um jeito que, segundo o testamento do pai, deveria ser especial, etc. Consegue ganhar a confiança do príncipe de uma das províncias da Índia, que promove um questionário, feito com os melhores Ulemás do califado. Ele consegue ganhar as sete perguntas e em vez de pedir ao rei, que o havia oferecido províncias e palácios, pediu a mão de Telassim. Ao consultar o poeta Iezid, pai de Telassim, o califa diz que sim. Ao se casar com Telassim, que já era cristã, vira cristão também, vai para Constantinopla com seu amigo Tade-Maiá, e faz questão de ser batizado por um bispo que soubesse a teoria de Euclides.

Honrarias editar

  • A VII Festa Literária Internacional de Pernambuco teve uma tenda, chamada "Tenda Beremiz Samir" dedicada a oficinas de matemática para crianças.[5]

Ver Também editar

Referências

  1. exame.abril.com.br/ O homem que calculava está por trás da Netmovies
  2. Livro Leituras Lusófonas, por Jose Guilherme Correa
  3. usp.br/ Traços da Cultura Árabe nas Obras de Malba Tahan, por: Cristiane Coppe de Oliveira
  4. MACHADO, R. Malba Tahan: fabulista incalculável. Revista Pátio, n. 0, (página), 1997.
  5. g1.globo.com/ Fliporto Criança viaja ao Oriente homenageando Malba Tahan