A Bidart foi uma barca francesa. No contexto da Primeira Guerra Mundial naufragou na costa da ilha das Flores, nos Açores.

História editar

Na madrugada do dia 25 de maio de 1915, pelas 4h30 da manhã, a barca francesa Bidart, de três mastros, sob o comando do capitão Jacques Blondel, aproximou-se de uma zona de rebentação na costa da ilha das Flores. Transportava minério de níquel com o valor declarado de 500 mil francos desde a Nova Caledónia, um arquipélago francês na Oceânia.

Por entre a neblina matinal, diante das condições adversas de mar e vento, não foi possível evitar que a barca viesse a ficar encalhada no canto do areal, junto aos rochedos do lugar da Cachoeira, na freguesia da Fajã Grande, a cerca de 50 metros de terra. Na ocasião o seu casco partiu-se em dois, vindo a afundar até ao castelo de popa, a cerca de 8 metros de profundidade.

Apenas 14 tripulantes se salvaram, entre os quais alguns feridos em maior ou menor grau. Assim que foram recolhidos, os náufragos foram agasalhados e tratados pela população da freguesia. O médico de Santa Cruz das Flores procedeu aos primeiros socorros, fazendo embarcar os feridos mais graves para o hospital da vila de Santa Cruz, no dia seguinte, assim que as condições do mar o permitiram.

Por iniciativa do vice-vigário da freguesia, reverendo Caetano Bernardo de Sousa, fez-se o sepultamento dos cadáveres com toda a solenidade, com a presença de todo o povo da freguesia. Os sobreviventes embarcaram para Lisboa, a bordo do paquete Funchal, com escala em Angra do Heroísmo a 15 de junho de 1915. Os salvados da barca e da carga foram avaliados em cerca de 300 mil francos, e arrematados por José Azevedo da Silveira por 210$000 réis, no dia 29 de maio.

Bibliografia editar

  • "Naufrágio", in jornal Persuasão, nº 2071, 1901, Ponta Delgada.
  • "1915 Naufrágio nas Flores", jornal A União, 17 de junho de 1915, Angra do Heroísmo.
  • MORAES, A. "O naufrágio da barca 'Bidart' nos Açores", in Revista de Marinha, Setembro/Outubro de 1994, Lisboa.

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