Bordertown (1935)

filme de 1935 dirigido por Archie Mayo

Bordertown (bra: A Barreira)[4] é um filme estadunidense de 1935, do gênero drama romântico, dirigido por Archie Mayo, estrelado por Paul Muni e Bette Davis, e co-estrelado por Margaret Lindsay, Eugene Pallette e Robert Barrat. O roteiro de Laird Doyle e Wallace Smith foi baseado na adaptação de Robert Lord do romance "Border Town" (1934), de Carroll Graham. Embora os filmes "They Drive by Night" (1940) e "Blowing Wild" (1953) não sejam especificamente refilmagens de "Bordertown", eles incluem elementos de enredo e cenas semelhantes.

Bordertown
Bordertown (1935)
Cartaz promocional do filme.
No Brasil A Barreira
 Estados Unidos
1935 •  p&b •  89 min 
Gênero drama romântico
Direção Archie Mayo
Produção Jack L. Warner
Hal B. Wallis
Roteiro Laird Doyle
Wallace Smith
Robert Lord
Baseado em Border Town
romance de 1934
de Carroll Graham
Elenco Paul Muni
Bette Davis
Música Bernhard Kaun
Cinematografia Tony Gaudio
Edição Thomas Richards
Companhia(s) produtora(s) Warner Bros.
Distribuição Warner Bros.
Lançamento
  • 23 de janeiro de 1935 (1935-01-23) (Estados Unidos)[1]
Idioma inglês
Orçamento US$ 369.000[2][3]
Receita US$ 1.237.000[2][3]

Enredo editar

Depois de se formar na Pacific Night Law School em Los Angeles, o corajoso e ambicioso Johnny Ramirez (Paul Muni) perde seu primeiro processo judicial por causa da sua falta de preparo. O caminhão de seu cliente foi destruído pela descuidada Dale Elwell (Margaret Lindsay), que está sendo defendida por Brook Manville (Gavin Gordon), seu amante. Com o assédio moral que vinha sofrendo de Manville, Johnny reage, perdendo seu temperamento e o caso.

Demitido por suas ações, ele viaja para uma pequena cidade ao sul da fronteira e encontra trabalho como segurança no cassino decadente de Charlie Roark (Eugene Pallette). Johnny ajuda a transformar o local em uma boate de primeira classe chamada Silver Slipper, que atrai uma multidão luxuosa e faz Charlie torná-lo seu sócio, visando recompensá-lo por seus esforços. Marie (Bette Davis), a solitária e infeliz esposa de Charlie, flerta com Johnny, que resiste aos seus avanços. Certa de que Johnny a dispensou por causa de seu casamento, ela tranca o marido embriagado na garagem e deixa o carro ligado, asfixiando-o.

Dale Elwell e seus amigos da alta sociedade, incluindo Brook Manville, visitam o clube e Johnny se apaixona por ela. Ao descobrir que Johnny ama outra mulher, uma Marie obsessiva e ciumenta surge, e acusa Johnny de assassinar Charlie, o colocando em uma disputa acirrada entre seu trabalho e a lei.

Elenco editar

  • Paul Muni como Johnny Ramirez
  • Bette Davis como Marie Roark
  • Margaret Lindsay como Dale Elwell
  • Eugene Pallette como Charlie Roark
  • Robert Barrat como Padre
  • Soledad Jiminez como Sra. Ramirez
  • Hobart Cavanaugh como Harry
  • Gavin Gordon como Brook Manville
  • William Davidson como Dr. Carte

Não-creditados:

  • Oscar Apfel como Juiz Rufus Barnswell
  • Wade Boteler como Novo Proprietário do Cassino
  • Chris-Pin Martin como José
  • George Regas como Guillermo
  • Arthur Treacher como Roberts

Produção editar

"Bordertown" foi um dos primeiros filmes analisados pelo Escritório Hays, que estava aplicando o Código de Produção de Cinema introduzido em 1930 para eliminar ou limitar conteúdos vistos como controversos ou lascivos. No roteiro original, Johnny Ramirez é exonerado de seu cargo por cometer assassinato e chega, de fato, a ter um caso extraconjugal com Marie Roark, dois elementos de enredo que tiveram que ser revisados e retirados da versão final do roteiro, para assim conseguir a aprovação do escritório.[5]

O protagonista masculino Paul Muni queria Carole Lombard ou Lupe Vélez para interpretar a protagonista feminina, mas depois de ouvir o feedback positivo que sua atriz contratada Bette Davis estava recebendo por sua atuação em "Escravos do Desejo", que estava em produção no estúdio rival RKO, o chefe do estúdio Jack L. Warner decidiu escalá-la para o papel de Marie Roark.[5] "Marie foi um excelente papel de atuação – um passo na direção de onde eu queria que minha carreira fosse", Davis relembrou mais tarde. "Eu queria ser conhecida como uma atriz, não necessariamente uma estrela, embora essa seria a cobertura do bolo caso acontecesse".[6]

O diretor Archie Mayo esperava que Davis apresentasse um desempenho histriônico, mas a atriz, cuja irmã sofria de um transtorno mental, insistiu que um retrato sutil do colapso seria mais apropriado e preciso.[6][7] "Quando acreditei firmemente e sinceramente que deveria interpretar meu papel de certa forma, não tive medo de discutir sobre isso com o meu diretor", lembrou Davis. "Eles queriam que eu fosse uma lunática delirante, que eu puxasse meu próprio cabelo e gritasse. Essa é a única forma de insanidade que foi reproduzida nas telas até aquele momento". Depois que o filme foi concluído, os executivos do estúdio sentiram que os espectadores não perceberiam que Marie era insana, e insistiram para que Davis refilmasse a cena. Ela concordou em refazer suas cenas, mas somente se o público da pré-estreia não percebesse a condição mental da personagem. "Nunca me pediram para refazer uma cena", lembrou Davis.

Recepção editar

Andre Sennwald, do The New York Times, chamou o filme de "melodrama cru e mordaz que lida com emoções amargamente realistas" que permitem Paul Muni de "estremecer todos os nervos no tipo de papel tenso no qual ele é tão perfeitamente satisfatório", e de exibir "seu grande talento para convicção e honestidade teatral". Ele citou o "desempenho fino e incomumente honesto" de Bette Davis, que considerou "eficaz e tocante em labirintos patológicos que o cinema raramente ousa examinar". Enquanto ele achava que a "confissão fraca na conclusão de Bordertown é um desfecho pouco convincente e inconsistente para a carreira de um rebelde tão vigoroso contra a ordem estabelecida", ele sentiu que o filme "de outra forma consegue gerenciar a atenção do espectador diante dos materiais pitorescos e um tanto histéricos da história".[8]

Bilheteria editar

De acordo com os registros da Warner Bros., o filme arrecadou US$ 891.000 nacionalmente e US$ 346.000 no exterior, totalizando US$ 1.237.000 mundialmente.[2][3]

Referências

  1. «The First 100 Years 1893–1993: Bordertown (1935)». American Film Institute Catalog. Consultado em 28 de julho de 2022 
  2. a b c Sedgwick, John (1 de novembro de 2000). Popular Filmgoing in 1930s Britain: A Choice of Pleasures. Inglaterra: University of Exeter Press. p. 206. ISBN 978-0859896603 
  3. a b c Warner Bros financial information in The William Shaefer Ledger. See Appendix 1, Historical Journal of Film, Radio and Television, (1995) 15:sup1, 1-31 p. 16 DOI: 10.1080/01439689508604551
  4. Correio Paulistano (16 de julho de 1935). «Cinematographia». memoria.bn.br. Consultado em 28 de julho de 2022 
  5. a b «Bordertown». Turner Classic Movies (em inglês). 20 de abril de 2006. Consultado em 28 de julho de 2022 
  6. a b Stine, Whitney, and Davis, Bette, Mother Goddam: The Story of the Career of Bette Davis. New York: Hawthorn Books 1974. ISBN 0-8015-5184-6, pp. 55-57
  7. Higham, Charles, The Life of Bette Davis. New York: Macmillan Publishing Company 1981. ISBN 0-02-551500-4, p. 69
  8. Sennwald, Andre (24 de janeiro de 1935). «THE SCREEN; The Strand Reopens With 'Bordertown,' a Picturesque Melodrama With Paul Muni and Bette Davis.». The New York Times (em inglês). Consultado em 28 de julho de 2022