Cálias

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Cálias (em grego: Καλλίας, transl. Kallías) foi um célebre guerreiro grego, chefe da rica família ateniense chamada Cérices, que lutou na Batalha de Maratona (490 a.C.) trajando vestes sacerdotais. Seu filho, Hipônico, também foi um comandante militar. É comumente referido como Cálias II para distingui-lo de seu avô, Cálias I, e de seu neto, Cálias III, e é mencionado como o mais rico de todos os atenienses.[1]

Cálias
Nascimento 520 a.C.
Atenas
Morte 446 a.C.
Cidadania Atenas Antiga
Progenitores
Cônjuge Elpinice
Filho(a)(s) Hipônico
Ocupação diplomata, militar, atleta
Prêmios
  • Vencedor dos Jogos de Nemea
  • Vencedor dos Jogos de Pythian
  • Isthmian games victor
  • vencedor da quadriga nos antigos Jogos Olímpicos (500 a.C.)
  • vencedor da quadriga nos antigos Jogos Olímpicos (496 a.C.)
  • vencedor da quadriga nos antigos Jogos Olímpicos (492 a.C.)

Família editar

Cálias era filho de Hipônico,[2] filho de Cálias, filho de Fênipo.[3] Seu filho também se chamou Hipônico.[4][5]

Em Maratona editar

Cálias tinha a função honrosa de ser o portador da tocha, nos Mistérios de Elêusis,[6] e participou da Batalha de Maratona usando vestes pomposas.[7]

Plutarco apresenta uma história nada honrosa sobre a origem da sua fortuna: após a batalha, alguns persas, derrotados, correram a ele, achando que, pelas suas vestes e seu longo cabelo, ele era um rei, mostrando onde estava escondido o ouro persa, em troca das suas vidas.[7] Cálias, porém, ficou com o ouro e matou os persas; os poetas cômicos passaram várias gerações ridicularizando os seus descendentes em alusão a isto.[7]

Casamento com Elpinice, irmã de Címon editar

Elpinice era filha de Milcíades e meio-irmã de Címon, com quem foi casada (a lei de Atenas autorizava o casamento entre meio-irmãos por parte de pai).[8] Címon, porém, estava privado da liberdade por causa de uma multa que seu pai recebera e que eles não conseguiram pagar, então Cálias, que era muito rico, propôs pagar as dívidas se ele se casasse com Elpinice.[8] Címon, a princípio, desprezou a proposta, mas Elpinice, dizendo que não deixaria um filho de Milcíades morrer na prisão podendo impedir isto, aceitou se casar.[8]

Historiadores modernos consideram que Elpinice foi a mãe de Hipônico II, filho de Cálias.[9][10]

Tratado de paz editar

 Ver artigo principal: Paz de Cálias

Pouco tempo depois da morte de Címon, provavelmente por volta de 445 a.C., foi enviado de volta a Susa para concluir um tratado de paz com Artaxerxes I, rei da Pérsia - tratado que se tornou conhecido posteriormente como a Paz de Cálias.[11]

Sua missão, em todo caso, parece não ter sido de todo bem-sucedida; ao retornar a Atenas foi indiciado por alta traição e sentenciado a uma multa de cinquenta talentos.

Honrarias editar

Em sua honra, havia, no século II d.C. uma estátua em um prédio conhecido pelo nome de Tolo, ao lado das estátuas dos heróis epônimos das tribos atenienses, das estátuas dos deuses, de Licurgo, filho de Licóforo e de Demóstenes; os atenienses o creditavam como tendo celebrado a paz entre os gregos e Artaxerxes[12]

Árvore genealógica baseada no texto:

Fênipo
Cálias
Hipônico
Milcíades
Cálias
Elpinice
Hipônico

Notas e referências

  1. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Aristides, 24.4. No texto, a riqueza de Cálias é usada para constrastar com a pobreza de Aristides, o Justo.
  2. Heródoto, Histórias, Livro VII, Polímnia, 150 [pt] [el] [el/en] [ael/fr] [en] [en] [en] [es]
  3. Heródoto, Histórias, Livro VI, Erato, 121 [pt] [el] [el/en] [ael/fr] [en] [en] [en] [es]
  4. Tucídides, História da Guerra do Peloponeso, Livro III, Capítulo XI
  5. Era costume entre os atenienses alternar, na família, os nomes entre as gerações; muitos personagens dão aos seus filhos o nome do seu pai. Neste família, os nomes Cálias e Hipônico se alternaram, por várias gerações; assim, existem vários personagens de nome Cálias filho de Hipônico e Hipônico filho de Cálias.
  6. Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Aristides, 5.5
  7. a b c Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Aristides, 5.6
  8. a b c Cornélio Nepos, As vidas dos grandes comandantes, Cimon, 1
  9. Debra Nails, The people of Plato: a prosopography of Plato and other Socratics
  10. Raphael Sealey, A history of the Greek city states, ca.700-388 b.C.
  11. Grote reconhece o tratado como fato histórico (History of Greece, ch. xlv), enquanto Curtius (bk. iii. ch. ii), nega a conclusão de qualquer tratado formal. Ver também Ed. Meyer, Forschungen., ii.
  12. Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 1.8.2

Bibliografia editar

Fontes primárias editar

Fontes secundárias editar

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