César Maria de Serpa Rosa

militar português

César Maria de Serpa Rosa CvAComIGOIH (Coimbra, Santo António dos Olivais, 31 de maio de 1899 - Lisboa, 17 de fevereiro de 1968) foi um político e militar que exerceu o cargo de Governador no antigo território do Timor Português, com o estatuto de província ultramarina, entre 31 de dezembro de 1950 e 14 de julho de 1958.

César Maria de Serpa Rosa
César Maria de Serpa Rosa
César Maria de Serpa Rosa

Governador do Timor português
Período 31 de dezembro de 1950 - 14 de julho de 1958
Dados pessoais
Nascimento 31 de maio de 1899
Santo António dos Olivais, Portugal Coimbra
Morte 17 de fevereiro de 1968 (68 anos)
Portugal Lisboa
Nacionalidade Portuguesa
Primeira-dama Maria Luísa Martins Pereira de Serpa Rosa
Profissão Capitão de infantaria

Biografia editar

A 7 de Outubro de 1926, sendo ainda Tenente, foi feito Cavaleiro da Ordem Militar de Avis.[1]

Ele foi nomeado governador do Timor português em 4 de setembro de 1950. Todavia, a 9 de outubro de 1950, foi-lhe conferido no Ministério do Ultramar, a cerimónia de investidura. Por ocasião, o ministro do Ultramar, comandante Sarmento Rodrigues: "Trata-se, sem dúvida, de um governo difícil e cheio de interesse. ... Tudo aconselha prudência, firmesa, inteligência, tenacidade tacto e compreensão das realidades".[2]

Antes de chegar a Díli, no dia 31 de dezembro de 1950, "vindo de Singapura a Jacarta, trazendo a bordo o novo Governador de Timor"[3], ele foi a Jacarta para ver o presidente Ahmed Sukarno e vários dos seus ministros, antes de chegar a Díli. Durante a viagem a Jacarta, ele foi acompanhado pela sua esposa e o capitão-tenente João Vieira Ramalho Rosa, o comandante de João Lisboa, NRP.[4] Quando o novo governador chegou a Díli, foi recebido, pelas autoridades coloniais. Depois fez uma visita ao enclave de Oécussi-Ambeno e ao porto de Lautém.[5]

O ministro do Ultramar, comandante Manuel Sarmento Rodrigues, vez uma visita aos três exíguos territórios coloniais na Ásia - o Estado Português da Índia, Macau e Timor português e inaugurou a carreira regular de navegação entre a metrópole e os territórios coloniais da Ásia, no dia 3 de abril de 1952. "Nesse tempo era realmente muito duro o governo de Timor, pela ocupação japonesa, afastado das grandes e até das pequenas rotas da navegação, isolado de tudo, sem meios e sem recursos".[6]

Um decreto com a data de 4 de agosto de 1954, publicado no Diário do Governo, reconduziu-o, por mais quatro anos, no governo do Timor português.[7] Na fase final do seu segundo mandato, o governador capitão César Serpa Rosa concedeu a 14 refugiados políticos do exército da Indonésia que pertenciam ao movimento rebelde Permesta o "estatuto de refugiados".[8]

Em 19 dezembro de 1956, o subsecretário de Estado do Fomento Ultramarino, Eng.º Carlos Krus Abecassis fez uma viagem até Díli e outros concelhos que mudou a sua percepção do que estava em causa. Antes de sair de Díli terá "elaborado um extenso e meticuloso despacho sob o título de 'Instruções ao Governo de Timor'".[9]

No paquete Pátria chegou a Lisboa o governador do Timor português, capitão César Serpa Rosa, que foi chamado à metrópole para conferenciar com o ministro do Ultramar, comodoro Vasco Lopes Alves. À passagem em Singapura, a caminho de Lisboa, o governador do Timor português, capitão César Serpa Rosa numa entrevista, disse: "Há paz e tranquilidade entre os 500.000 habitantes do Timor português, apesar da luta intensa que se trava nas áreas vizinhas". Prosseguindo nas suas declarações, o governador César Serpa Rosa afirmou: "Todos os habitantes do Timor português - aborígenes e europeus - gozam dos mesmos direitos, regalias e privilégios e sentem-se felizes por viverem sob a administração de Portugal". A concluir acentuou que se mantém as mais amistosas relações com a vizinha República da Indonésia, cuja representação oficial junto das Nações Unidas tem repetidamente declarado que o seu governo não formula quaisquer reivindicações quanto ao Timor português.

Foi antecedido por Arnaldo Dionísio Carneiro de Sousa e Meneses, Encarregado do Governo, major de cavalaria, em 31 de dezembro de 1950, e sucedido por tenente-coronel Manuel Albuquerque Gonçalves de Aguiar, comandante militar do Timor português e Encarregado do Governo, a partir do dia 14 de julho de 1958 e 20 de junho de 1959.[10][11][12]

A 11 de abril de 1961 foi feito Comendador da Ordem do Império e a 2 de março de 1964 foi feito Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.[1]

Tem uma estrada em Díli que se chama Avenida Governador Serpa Rosa.[13]

A sua mulher Maria Luísa Martins Pereira foi feita Comendadora da Ordem de Benemerência a 16 de novembro de 1964.[14]

Referências

  1. a b «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "César Maria de Serpa Rosa". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 17 de março de 2016 
  2. Filipe Gastão de Almeida de Eça (1969), O Capitão César Maria de Serpa Rosa: Inspector-Superior Chefe da Administração Ultramarina, 1899-1968, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, p. 63.
  3. Adelino Rodrigues da Costa (2005), Os Navios e os Marinheiros Portugueses em Terra e no Mares de Timor, Lisboa, Edições Culturais da Marinha, p. 237.
  4. "O Exmo. Sr. Cap. Serpa Rosa, Governador de Timor, viajando a bordo do aviso João Lisboa, é hóspede de honra do Governo Indonésio", O Clarim, ano 3, n.º 50, (15 de abril de 1951), pp. 1 e 10.
  5. Avelino Rodrigues da Costa (2005), Os Navios e os Marinheiros Portugueses em Terra e nos Mares de Timor, Lisboa, Edições Culturais da Marinha, p. 237 e Filipe Gastão de Almeida de Eça (1969), O Capitão César Maria de Serpa Rosa: Inspector-Superior Chefe da Administração Ultramarina, 1969-1968, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, pp. 65-66.
  6. "Alocução proferida no Círculo Bayette, em Lisboa, a 14 de março de 1968", pelo contra-almirante, Manuel Maria Sarmento Rodrigues, antigo ministro do Ultramar e governador-geral de Moçambique in Filipe Gastão de Almeida de Eça (1969), O Capitão César Maria de Serpa Rosa: Inspector-Superior Chefe da Administração Ultramarina, 1969-1968, Lisboa, Agência Geral do Ultramar, pp. 12-13.
  7. Ibid., p. 72.
  8. Filipe Themudo Barata, Timor contemporâneo: Da primeira ameaça da Indonésia ao nascer de uma nação, Lisboa, Equilíbrio Editorial, 1998, p. 29.
  9. "Coronel Themudo Barata, Governador de Timor, 1959-1963" (1994) Os Últimos governadores do império, Lisboa, Edições Neptuno, p. 290.
  10. Avelino Rodrigues da Costa (2005), Os Navios e os Marinheiros Portugueses em Terra e nos Mares de Timor, Lisboa, Edições Culturais da Marinha, p. 237
  11. [A. H. de Oliveira Marques: Geschichte Portugals und des portugiesischen Weltreichs. Kröner August 2001, ISBN 978-3520385017.]
  12. (PDF). pascal.iseg.utl.pt Título ainda não informado (favor adicionar) «Título ainda não informado (favor adicionar)» Verifique valor |url= (ajuda) (PDF). pascal.iseg.utl.pt History of Timor – Technische Universität Lissabon [Título ainda não informado (favor adicionar) «Título ainda não informado (favor adicionar)» Verifique valor |url= (ajuda) (PDF). pascal.iseg.utl.pt History of Timor – Technische Universität Lissabon 🔗] Verifique valor |url= (ajuda)  Em falta ou vazio |título= (ajuda) (PDF-Datei; 805 kB)]
  13. "Embaixadas em Timor-Leste", http://timor-leste.gov.tl/?p=146, acesso em 1 de junho de 2015.
  14. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Maria Luísa Martins Pereira de Serpa Rosa". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 17 de março de 2016 

Ver também editar

Precedido por
Major de cavalaria Arnaldo Dionísio Carneiro de Sousa e Meneses, Encarregado do Governo
 
Governador do Timor português

1950 - 1958
Sucedido por
Tenente-coronel Manuel Albuquerque Gonçalves de Aguiar, Encarregado do Governo e Comandante Militar
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