Caigalague (Kayğalağ), conhecido como o Turco ou Alturqui (al-Turki), era um comandante militar sênior do Califado Abássida ativo entre c. 870 e c. 883.

Caigalague
Nacionalidade Califado Abássida
Ocupação Oficial

Vida editar

Caigalague foi um dos muitos turcos que ingressaram no serviço do Califado Abássida como soldados (gulans) e se tornou um comandante proeminente. Como a maioria das principais figuras militares turcas do final do século IX, era aparentemente um protegido do poderoso Muça ibne Buga, o mais influente dos líderes turcos até sua morte em 877.[1] É mencionado pela primeira vez na História dos Profetas e Reis de Atabari em junho de 870, quando foi enviado pelo califa Almutadi para acalmar um motim entre o povo e as tropas em Carque, junto com Tabaiagu ibne Sul Artaquim e Abedalá, o irmão do califa. Conforme a multidão se aproximava do palácio, no entanto, a maioria dos altos funcionários e comandantes, liderados por Abu Nácer Maomé ibne Buga, fugiu. Seduzidos por garantias de retornar, no entanto, o fizeram, apenas para serem imediatamente jogados na prisão. O papel de Caigalague como administrador do palácio passou para Almançor de Bactro.[2]

Caigalague é mencionado a seguir em 873, quando atacou e matou um certo Taquim (um indivíduo não identificado, pois é improvável que fosse o general abássida de mesmo nome).[3] Em 875/6, foi nomeado governador de Rei após a morte de seu antecessor, Açalabi.[4] Após a morte do vizir Ubaide Alá ibne Iáia ibne Cacane em agosto de 877, recebeu a posse de seu palácio em Samarra.[5] Em 879/80, foi nomeado governador da província de Jibal.[6] Mais ou menos na mesma época, seu irmão Abrum servia como governador de Gasvim, uma cidade em Jibal.[7] Em 880, liderou as tropas abássidas numa campanha contra a família de magnatas autônomos duláfidas. Foi vitorioso numa primeira batalha perto de Carmacim e entrou em Hamadã, mas o emir duláfida, Amade ibne Abedalazize ibne Abi Dulafe, reuniu suas forças e derrotou de forma decisiva Caigalague, forçando-o a recuar para Saimara (setembro / outubro de 880).[8] Caigalague foi mencionado pela última vez em abril de 883,[9] mas seus filhos Ibraim (falecido em 916) e especialmente Amade (falecido em 935) posteriormente se tornaram comandantes seniores.[10]

Referências

  1. Kennedy 2001, p. 150.
  2. Waines 1992, p. 96–97, 99–101.
  3. Waines 1992, p. 156.
  4. Waines 1992, p. 180.
  5. Waines 1992, p. 188.
  6. Fields 1987, p. 7.
  7. Fields 1987, p. 1.
  8. Fields 1987, p. 29.
  9. Fields 1987, p. 98.
  10. Rosenthal 1985, p. 139 (nota 677).

Bibliografia editar

  • Fields, Philip M., ed. (1987). The History of al-Ṭabarī, Volume XXXVII: The ʿAbbāsid Recovery. The War Against the Zanj Ends, A.D. 879–893/A.H. 266–279. Albânia, Nova Iorque: Imprensa da Universidade Estadual de Nova Iorque. ISBN 0-88706-053-6 
  • Kennedy, Hugh N. (2001). The armies of the caliphs: military and society in the early Islamic state. Abingdon-on-Thames: Routledge. ISBN 0-415-25093-5 
  • Rosenthal, Franz (1985). The History of al-Ṭabarī, Volume XXXVIII: The Return of the Caliphate to Baghdad: The Caliphates of al-Muʿtaḍid, al-Muktafī and al-Muqtadir, A.D. 892–915/A.H. 279–302. SUNY Series in Near Eastern Studies. Albânia, Nova Iorque: Imprensa da Universidade Estadual de Nova Iorque. ISBN 978-0-87395-876-9 
  • Waines, David (1992). The History of al-Ṭabarī, Volume XXXVI: The Revolt of the Zanj, A.D. 869–879/A.H. 255–265. Albânia, Nova Iorque: Imprensa da Universidade Estadual de Nova Iorque. ISBN 0-7914-0764-0