Capsiempis flaveola

A marianinha-amarela (Capsiempis flaveola), é uma especie de ave passeriforme da familia Tyrannidae que vive nas Américas Central e do Sul, desde Nicarágua até o nordeste da Argentina e o sudeste do Brasil. É o único membro do gênero Capsiempis, sua taxonomia tem sido instável e já foi colocada anteriormente em pelo menos três gêneros.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaMarianinha-amarela
Marianinha-amarela (Capsiempis flaveola) na Costa Rica.
Marianinha-amarela (Capsiempis flaveola) na Costa Rica.
Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Passeriformes
Família: Tyrannidae
Gênero: Capsiempis
Cabanis & Heine, 1859[2]
Espécie: C. flaveola
Nome binomial
Capsiempis flaveola
(Lichtenstein, 1823)[3]
Distribuição geográfica
Distribuição geográfica da marianinha-amarela.
Distribuição geográfica da marianinha-amarela.
Sinónimos
  • Muscicapa flaveola Lichtenstein, 1823 (protônimo)
  • Phylloscartes flaveolus Lichtenstein, 1823[4]

Taxonomia editar

A marianinha-amarela era anteriormente incluída no gênero Phylloscartes, porém evidências de crânio e siringe sugerem outras relações dentro da família Tyrannidae.[4]

Os amplos estudos genético-moleculares realizados por Tello et al. (2009) descobriram uma grande quantidade de novas relações dentro da familia Tyrannidae que, no entanto, não estão refletidas na maioria das classificações.[5] Seguindo estes estudos, Ohlson et al. (2013) propuseram a divisão da familia Tyrannidae em cinco. De acordo com essa proposta, Capsiempis permanece em Tyrannidae, na subfamilia Elaeniinae, na tribo Elaeniini, junto a Elaenia, Tyrannulus, Myiopagis, Suiriri, Serpophaga, parte de Phyllomyias, Phaeomyias, Nesotriccus, Pseudelaenia, Mecocerculus leucophrys, Anairetes, Polystictus, Culicivora e Pseudocolopteryx.[6]

Subespécies editar

Segundo as classificações do Congresso Ornitológico Internacional (IOC)[7] e Clements Checklist v.2017,[8] são reconhecidas 5 subespécies, com sua correspondente distribuição geográfica:[4]

A subespécie proposta por Zimmer em 1955, C. f. amazonus, que ocorreria nas Guianas e no norte do Brasil, descrita com base em alguns poucos espécimes, parece não ser claramente distinguível de cerula em um maior número de espécimes, e está incluída nesta.[4][7]

Etimologia editar

O nome do gênero “Capsiempis” deriva do grego “kaptō, kapsō”: engolir e “empis, empidos”: mosquito; significando “que engole mosquitos”;[9] e o nome da especie “flaveola”, tem origen no latimflaveolus”: amarelado.[10]

 

Descrição editar

A marianinha-amarela mede entre 10,5 e 11,4 cm de comprimento e pesa cerca de de 8  g. Tem um bico muito fino de formato semelhantes aos de um pequeno Vireo ou de mariquitas. É verde-oliva pro cima e amarelo-intenos por baixo. Apresenta uma listras superciliares esbranquiçadas ou amrelo-pálidas. As asas e a cauda são de coloração marrom-escura com penas com extremidades amarelas e duas faixas amareladas na cauda. Machose fêmea são semelhantes, mas os juvenis são mais amarronzados por cima e tem a coloração amarela mais pálida.

 
Capsiempis flaveola, ilustração de Swainson, 1841.

Distribuição e habitat editar

Sua área de distribuição se estende através das Américas do Sul e Central. Está presente em Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guiana Francesa, Guiana, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Suriname e Venezuela.[1]

Esta espécie ocorre em áreas de mata, bordas de floresta e próximo a rios, vegetação secundária densa e gramíneas ou clareiras arbustivas.[1]

Comportamento editar

Alimentação editar

A marianinha-amarela é um pássaro ativo que é geralmente visto em pares ou grupos familiares, alimentando-se de insetos, aranhas e pequenas bagas. Geralmente pegam suas presas nas folhas das árvores.

Reprodução editar

Constrói ninhos em forma de tigela com fibras de plantas e folhas de grama, forrados na parte externa com musgo. Eles os colocam em alturas entre 2-7 m em árvores, arbustos e campos de milho. Geralmente são postos dois ovos brancos, na maioria das vezes sem manchas ou com manchas marrom-avermelhadas claras.

Referências

  1. a b c BirdLife International (2012). «Capsiempis flaveola». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2012. Consultado em 26 de Novembro de 2013 
  2. Cabanis, J.; Heine Sr., F. (1859–1860). «Verzeichniss der ornithologischen Sammlung des Oberamtmann Ferdinand Heine, auf Gut St. Burchard vor Halberstadt». Museum Heineanum (em alemão). II. Theil, die Schreivögel enthaltend. [1–2] pp. 1-176. Halberstadt: R. Frantz. p. 56. doi:10.5962/bhl.title.112135 
  3. Lichtenstein, M.H.C. (1823). Verzeichniss der Doubletten des zoologischen Museums der Königl. Universität zu Berlin nebst Beschreibung vieler bisher unbekannter Arten von Säugethieren, Vögeln, Amphibien und Fischen (em latim e alemão). Berlín: T. Trautwein. p. 56. doi:10.5962/bhl.title.40281 
  4. a b c d Yellow Tyrannulet (Capsiempis flaveola) em Handbook of the Birds of the World - Alive (em inglês). Consultado em 8 de janeiro de 2018.
  5. Tello, J. G., Moyle, R. G., Marchese, D.J. & Cracraft, J. (2009). «Phylogeny and phylogenetic classification of the tyrant flycatchers, cotingas, manakins, and their allies (Aves: Tyrannides)» (PDF). Cladistics (25). pp. 1–39. ISSN 0748-3007. doi:10.1111/j.1096-0031.2009.00254.x 
  6. Ohlson, J.I.; Irestedt, M.; Ericson, P.G.P.; Fjeldså, J. (2013). «Phylogeny and classification of the New World suboscines (Aves, Passeriformes)» (PDF). Zootaxa (em inglês). 3613. pp. 1–35. ISSN 1175-5326. doi:10.11646/zootaxa.3613.1.1 
  7. a b Gill, F. & Donsker, D. (Eds.). «Tyrant flycatchers». IOC – World Bird List (em inglês). Consultado em 8 de janeiro de 2018 
  8. Clements, J. F., T. S. Schulenberg, M. J. Iliff, D. Roberson, T. A. Fredericks, B. L. Sullivan & C. L. Wood (2017). «The eBird/Clements checklist of birds of the world: v2017». The Cornell Lab of Ornithology (Planilha Excel) (em inglês). Disponible para download 
  9. Jobling, J. A. (2017). Capsiempis Key to Scientific Names in Ornithology (em inglês). Em: del Hoyo, J., Elliott, A., Sargatal, J., Christie, D.A. & de Juana, E. (eds.). Handbook of the Birds of the World Alive. Lynx Edicions, Barcelona. Consultado em 27 de novembro de 2017.
  10. Jobling, J. A. (2017) flaveola Key to Scientific Names in Ornithology (em inglês). Em: del Hoyo, J., Elliott, A., Sargatal, J., Christie, D.A. & de Juana, E. (eds.). Handbook of the Birds of the World Alive. Lynx Edicions, Barcelona. Consultado em 27 de novembro de 2017.

Bibliografia editar

Ligações externas editar

 
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