Carlos Mascarenhas

político português

D. Carlos Mascarenhas (Lisboa, 1 de abril de 1803Lisboa, 3 de maio de 1861) foi um político e «militar de mérito reconhecido e herói das guerras liberais»[1], sendo comandante da Guarda Nacional e irmão do Marquês de Fronteira. Par do Reino[2], foi ajudante de campo do Duque da Terceira e, depois, do rei D. Pedro V[3]. Político activo no liberalismo português, foi um dos derrotados na revolução encabeçada pelo Marechal Saldanha.[4][5][6]

Carlos Mascarenhas
Carlos Mascarenhas
Nascimento 1 de abril de 1803
Lisboa
Morte 3 de maio de 1861
Lisboa
Cidadania Reino de Portugal
Alma mater
Ocupação político, militar

Biografia

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D. Carlos de Mascarenhas destacou-se desde cedo, mesmo enquanto cadete, para mais tarde já como oficial, ter recebido dos mais rasgados elogios e reconhecimentos públicos. No posto de capitão, chegou mesmo a receber a condecoração da Torre e Espada, com direito a honras de coronel e promoção a major por distinção.[5]

No posto de major e de tenente-coronel continuou a desenvolver importantes e destacados serviços, com realce paras as de comandante da Guarda Municipal de Lisboa. Nos postos de coronel e de brigadeiro, assumiu as funções de comandante da Guarda Municipal de Lisboa, do Regimento da Rainha de Lanceiros n.º 2, e de chefe da casa militar do rei, além de ter sido feito par do reino, gentil-homem da câmara e ajudante de campo de D. Pedro V de Portugal.

Viveu durante um período histórico conturbado da história portuguesa, nomeadamente a guerra civil em Portugal, as lutas liberais, da qual ele foi firme defensor e combatente dos ideias liberais, ao lado de outras figuras destacadas portuguesas, como por exemplo, D. Pedro e Bernardo Sá Nogueira, o Marquês de Sá da Bandeira, fundador da Academia Militar. O brigadeiro, D. Carlos de Mascarenhas, destacou-se essencialmente pelas suas qualidades enquanto comandante nos diversos postos e funções, assumindo-se e considerado como um homem «valente» e com uma personalidade destacada de firmes valores e princípios, na forma de ser e na convivência com os militares e elementos da sociedade e civil. Era valente e forte nas acções militares, delicado, educado e cortês no trato. Conhecido também pelo seu estilo dialogante e equidistante das problemáticas político-partidárias, que soube afastar-se dessas lutas, quando as mesmas iam contra os seus princípios. Ficou na história como um exímio cavaleiro e cavalheiro, e acima de dos mais elevados elogios.[5]

Foi pai, entre outros, da 2.ª marquesa de Ávila e Bolama e de D. José Maria de Mascarenhas, que reconheceu como filho no baptismo,[7] e de quem descende o actual representante dos títulos de marquês de Fronteira e conde da Torre.

A cidade de Lisboa homenageou-o na sua toponímia.

Referências

  1. Nuno Olaio, Carlos João Rademaker (1828-1885): Percurso do Restaurador da Companhia de Jesus em Portugal, Lusitania Sacra, 2.ª série, 12 (2000), pp. 65-119, p. 89, disponível na internet.
  2. p. 1313 (notícia da morte, dada por seu sobrinho o Conde da Torre).
  3. [1]
  4. Maria de Fátima Bonifácio, Um homem singular - Biografia de Rodrigo da Fonseca Magalhães.
  5. a b c Carlos Mascarenhas.
  6. Carlos Rademaker SJ, O Discurso Fúnebre nas solenes exéquias do Exmo. Sr. D. Carlos Mascarenhas, Lisboa, Imprensa Nacional, 1861, in Marquês de Fronteira, Memórias do marquês de Fronteira e d’Alorna D. José Trazimundo Mascarenhas Barreto ditadas por ele próprio em 1861, vol. V, Coimbra, 1928-1932, pp. 348-360. Vide, também, Manuel Borges Grainha, História do Colégio de Campolide, p. 23.
  7. Torre do Tombo, Registos paroquiais de Lisboa, Santa Justa, Liv. B-12, fl. 127v.