Cerco de Zara
O Cerco de Zara (ou Zadar) (em croata: Opsada Zadra; 10–24 de novembro de 1202) foi o primeiro grande combate travado durante a Quarta Cruzada e foi ainda o primeiro ataque feito por cruzados católicos contra uma cidade também católica.[7]
Cerco de Zara | |||
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Quarta Cruzada | |||
Cruzados invadindo os muros de Zara. | |||
Data | 10 de novembro[1] – 24 de novembro de 1202[2] | ||
Local | Cidade de Zara (atual Zadar), Croácia | ||
Desfecho | A cidade de Zara é capturada e saqueada pelos Cruzados[3][4] | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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Forças | |||
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Baixas | |||
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Em 1198, o Papa Inocêncio III emitiu várias encíclicas papais conclamando os cristãos a retomar a Terra Santa dos muçulmanos. Ao invés do que aconteceu na segunda e terceira cruzadas, o papa planejava exercer maior controle sobre as tropas. O plano era invadir o Egito e depois conquistar o Delta do Nilo, e de lá seguir à Palestina. Inocêncio III negociou com a República de Veneza (uma das principais potências navais da Europa na época) para construção de uma frota de navios. O plano era recrutar também 35 mil combatentes e partir para o destino em abril de 1202. Contudo, problemas acabaram atrasando ou impedindo a chegada de muitos homens e apenas 12 mil cruzados foram reunidos. Quando o apoio vindo de Roma minguou, os cruzados ficaram sem muitos meios para pagar pelas acomodações ou pela viagem para a Terra Santa. Então a liderança política de Veneza propôs que aceitariam a conquista da cidade de Zara (uma cidade cristã na costa da Croácia) como pagamento da dívida.[8]
Zara havia se rebelado contra a República de Veneza em 1183 e desde então estava sob proteção papal e do rei Emérico da Hungria. Muitos cruzados se recusaram a participar da invasão, mas pelo menos 10 mil concordaram e seguiram com as forças venezianas pelo Adriático.[9]
As forças cruzadas iniciaram o cerco a cidade de Zara em 10 de novembro de 1202 e em duas semanas já haviam tomado a região. A notícia de que uma tropa cruzada havia saqueado uma cidade cristã chocou a Europa. O papa Inocêncio III decidiu excomungar todos os participantes do massacre em Zara (incluindo os venezianos). Os cruzados então partiram para Constantinopla, onde travaram mais um cerco dois anos depois.[10]
Referências
- ↑ Michaud, Joseph François (1882). The History of the Crusades. [S.l.]: A. C. Armstrong and Son. p. 63. Consultado em 9 de novembro de 2013
- ↑ Setton, Kenneth M.; Wolff, Robert Lee; Hazard, Harry W. (15 de dezembro de 1969). The Later Crusades, 1189–1311. [S.l.]: University of Wisconsin Press. p. 174. ISBN 9780299048440. Consultado em 10 de novembro de 2013
- ↑ Sethre, Janet (2003). The souls of Venice. [S.l.: s.n.] pp. 54–55. ISBN 0-7864-1573-8
- ↑ Queller, Donald E.; Madden, Thomas F. (1999). The Fourth Crusade: The Conquest of Constantinople. [S.l.]: University of Pennsylvania Press. Consultado em 20 de abril de 2016
- ↑ a b J. Phillips, The Fourth Crusade and the Sack of Constantinople, 269
- ↑ J. Phillips, The Fourth Crusade and the Sack of Constantinople, 106
- ↑ "Fourth Crusade". Historynet.com. Página acessada em 21 de abril de 2016.
- ↑ Wolff, R. L. (1969). «V: The Fourth Crusade». In: Hazard, H. W. The later Crusades, 1189–1311. [S.l.]: University of Wisconsin Press. p. 162. Consultado em 20 de abril de 2016
- ↑ Sethre, Janet (2003). The souls of Venice. ISBN 0-7864-1573-8.
- ↑ «Fourth Crusade». Weider History Group. Consultado em 20 de abril de 2016