Cirsium welwitschii

Cirsium welwitschii é uma espécie de planta com flor pertencente à família Asteraceae. Dá pelos nomes comuns de cardo-dos-brejos, cardo-de-welwitsch [1]e cravo-de-burro [2] (não confundir com as flores do género Tagetes e com flor Matthiola maderensis). É um cardo endémico de Portugal continental, espartilhado à faixa sublitoral entre as zonas do Baixo Vouga e do Sudoeste alentejano, medrando mormente em arneiros e tremedais constantemente alagados.[3]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaCirsium welwitschii

Classificação científica
Reino: Plantae
Clado: angiospérmicas
Clado: eudicotiledóneas
Ordem: Asterales
Família: Asteraceae
Género: Cirsium
Espécie: C. welwitschii
Nome binomial
Cirsium welwitschii
Coss.

A autoridade científica da espécie é Coss., tendo sido publicada em Notes Crit. 118.[4]


Distingue-se do cardo cirsium filipendulum por, ao contrário dele, possuir folhas caulinares pouco desenvolvidas, muitas vezes, podendo nem as ter sequer. O cardo-dos-brejos, por seu turno, tem as folhas basais mais desenvolvidas, do que o cardo filipendulum.[1]



Portugal

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Cardo-dos-brejos entre brejo higrófilo

Trata-se de uma espécie presente no território português, nomeadamente em Portugal Continental. É uma planta rara, com poucas povoações conhecidas, as quais por sinal, são de pequenas dimensões, contendo poucas dezenas de espécimes, e se encontram muito remota e esparsamente distribuídas territorialmente, entre si.[5]

As povoações conhecidas são circunspectas à zona do Centro-oeste arenoso, do Centro-sul plistocénico e do Sudoeste meridional, que coincidem, grosso modo, com as bacias sedimentares dos rios Tejo e Sado, delimitadas ao longo da faixa sublitoral, entre o Baixo Vouga e o Suoeste alentejano.[2] Prefere terrenos incultos, arenosos e húmidos, geralmente, entre brejo higrófilos (i.e. vegetação que prefere a humidade).[1]

A povoação conhecida, com maior abundância de espécimes (algumas centenas), é a da Landeira, na freguesia de Marateca e Poceirão concelho de Palmela. [5]

Protecção

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Não se encontra protegida por legislação portuguesa ou da Comunidade Europeia.Todavia, encontra-se sinalizada pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), como uma espécie «Em Perigo», categoria EN B2ab (i,ii,iii,iv,v).[1] De acordo com o relatório da Lista vermelha da Flora Vascular de Portugal Continental de 2020, esta avaliação, como espécie «Em Perigo», deve-se à sua exígua área de ocupação (76 km2 ), à sua população drasticamente fragmentada, concomitante com um acaudalante decréscimo da extensão do seu espaço de ocorrência, bem como da sua «'área de ocupação, área e qualidade do habitat, número de localizações e número de indivíduos maduros».[5]

É ameaçada pelo sobrepastoreio; pelo represamento extensivo e intensivo dos parcos recursos hídricos das regiões em apreço; da eutrofização desses recursos hídricos, mercê da intensificação da actividade agropecuária.[3]

Há propostas ambientais no sentido de cercear uma área protegida, que resguarde a povoação de espécimes descoberta na localidade de Landeira, bem como a colheita e preservação de sementes de todos os núcleos populacionais conhecidos da espécie. No entanto, essas propostas ainda não obtiveram ratificação legal, para poderem ser levadas a efeito. [3]

Referências

  1. a b c d «Cirsium welwitschii | Flora-On». flora-on.pt. Consultado em 5 de dezembro de 2020 
  2. a b Cirsium welwitschii - Flora Digital de Portugal. jb.utad.pt/flora.
  3. a b c Carapeto, André (2020). Lista Vermelha Flora Vascular Portugal Continental 2020. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda. p. 222. 374 páginas 
  4. Tropicos.org. Missouri Botanical Garden. 7 de Outubro de 2014 <http://www.tropicos.org>
  5. a b c «Flora Single». Lista Vermelha da Flora (em inglês). 11 de julho de 2017. Consultado em 5 de dezembro de 2020 

Bibliografia

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Ligações externas

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