A Chave de Salomão

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A Chave de Salomão ou Clavícula de Salomão (do latim: Clavi ou Clavicula Salomonis,[1] [nota 1] em hebraico: מפתח שלמ; romaniz.: Mafteaḥ Shelomoh) é uma coleção de manuscritos com feitiços antigos hebraicos (ou grimório), com inspiração em ensinamentos cabalísticos e talmúdicos, atribuída supostamente ao Rei Salomão (pseudepigrafia), com provável origem em 1310.[nota 2] Esta clavícula é parte da obra "O Tratado Mágico de Salomão" ou a "Higromancia de Salomão", que descreve este rei como um feiticeiro, que originalmente recebeu poderes de Deus.[2]

Corte do Rei Salomão, a quem é atribuída a autoria da Clavicula Salomonis (representação do artista Ingobertus).

Este grimório contém uma coleção de 36 pantáculos (do grego pan: tudo, kleo: "honra"), que possibilitariam uma ligação entre o plano físico e os planos sutis.

Existem diversas versões e traduções dessa Chave, com pequenas ou grandes variações de conteúdo entre elas, sendo que a maioria dos manuscritos originais datam da época da Idade Média, dos séculos XVI e XVII, entretanto, há uma versão em grego datada do século XV.

Salomão

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O Antigo Testamento da Bíblia e o Alcorão descrevem Salomão como rei de Israel, profeta, sábio, autor de provérbios e canções, conhecedor dos segredos de plantas e animais, saber falar com certos animais, ter o controle sobre os ventos, mas não o citam como mágico.[3] No primeiro século o historiador judeu Flávio Josefo, o apresenta como tendo escrito três mil livros de exorcismos e encantamentos contra doenças causadas por demônios. O primeiro livro de magia que realmente lhe foi atribuído é o Testamento de Salomão, escrito em grego provavelmente na Babilônia ou no Egito. Deus lhe ofereceu um anel, conhecido como o "selo de Salomão", que permitiu comandar os gênios (Djinns), bem como os demônios (Shayatine) e, possivelmente foram essas criaturas que lhe ensinaram todas as ciências ocultas.

Manuscritos

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Existem 113 manuscritos com o título Clavicula Salomonis (ou um título derivado) datado entre os séculos XV e XVIII e, mais nove cujas datas são indeterminadas, no total de 122 manuscritos. Estes foram escritos em latim, italiano, francês, inglês, alemão, holandês e tcheco. Também existem manuscritos escritos em hebraico e, talvez um em árabe.[4]

Os textos desses manuscritos divergem consideravelmente. Mathiesen[4] os classificou em uma dúzia de tipos diferentes, cuja datação e comparação permitem reconstruir uma história. Não existe uma versão definitiva, mas os manuscritos contêm fórmulas de magia cerimonial para afastar os "anjos das trevas", bem como rituais e símbolos para provocar amor, punir inimigos, tornar-se invisíveis.[5]

Notas

  1. clavi/chave: um padrão de códigos usados para transmitir mensagens secretas
  2. Citado por: Pietro d'Abano em 1310, em "Lucidator dubitalium astronomiae", "De motu octavae sphaerae"; Graziella Federici Vescovini (éd.), Padoue, Programma, 1992, p. 117. em Tractatus contra demonum invocatores de 1359; Nicolas Eymerich cita Tabule Salomonis: Jean-Patrice Boudet, Entre Ciência e Necromante: Astrologia, Adivinhação e Magia no Ocidente Medieval (XII-XVe siècle) , Paris, Publications de la Sorbonne, 2006, p. 356

Bibliografia

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Ver também

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Referências

  1. «Clavicula Salomonis». DBPpédia.org (em francês). Consultado em 22 de maio de 2020 
  2. Pablo A. Torijano (2002). Solomon, the Esoteric King (em inglês). [S.l.]: Brill. ISBN 9004119418 
  3. Davies, Owen, 1969- (2009). Grimoires : a history of magic books. Oxford: Oxford University Press. OCLC 434863058 
  4. a b Robert Mathiesen (2007). «The Key of Solomon: Towards a Typology of the Manuscripts». p. 3 
  5. Davies, Owen, 1969- (2009). Grimoires : a history of magic books. Oxford: Oxford University Press. ISBN 0199590044. OCLC 244766270 

Ligações externas

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