Salomão
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Salomão | |
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Rei de Israel | |
![]() Ícone de Salomão em monastério russo. | |
Reinado | 970 a.C. - 931 a.C |
Consorte | Anelise, Filha do faraó Siamón
700 esposas oficiais e 300 concubinas (Segundo I Reis 11:3) |
Antecessor(a) | David |
Sucessor(a) | Roboão (em Judá) Jeroboão (em Israel) |
Casa | Casa de Davi |
Nascimento | 990 a.C. |
Jerusalém | |
Morte | 931 a.C. |
Jerusalém | |
Pai | David |
Mãe | Bate-Seba |
Salomão foi um rei de Israel (mencionado, sobretudo, no Livro dos Reis), filho de David com Bate-Seba, que teria se tornado o terceiro rei de Israel, governando durante cerca de quarenta anos (segundo algumas cronologias bíblicas, de 966 a 926 a.C.). Salomão também é o escritor de Provérbios e Eclesiastes, livros sapienciais da Bíblia.
Salomão na tradição bíblicaEditar
O nome Salomão ou Shlomô (em hebraico: שלמה), deriva da palavra Shalom, que significa "paz" e tem o significado de "Pacífico". Também chamado de Jedidias (em árabe سليمان Sulayman) pelo profeta Natã. 2 Samuel (II Samuel 12:24-25).
Foi quem, segundo a Bíblia (em Reis e em Crônicas), ordenou a construção do Templo de Jerusalém, no seu 4.º ano, também conhecido como o Templo de Salomão. Depois disso, mandou construir um novo Palácio Real para o Sumo Sacerdote, o Palácio da Filha de Faraó, a Casa de Cedro do Líbano e o Pórtico das Colunas. A descrição do seu trono era exemplar único em seus dias. Mandou construir fortes muralhas na cidade de Jerusalém, bem como diversas cidades fortificadas e torres de vigia.
Salomão se notabilizou pela sua grande sabedoria, prosperidade e riquezas abundantes, bem como um longo reinado próspero,mas com alguns inimigos. No livro de 1 Reis (I Reis 11:14) podemos ver que o Senhor Deus levanta adversários contra o rei, são estes:
- Hadade, o edomita que queria vingança pelo seu povo, que havia sido derrotado em Edom, pelas mãos de Davi seu pai;
- Rezom, filho de Eliada que fugiu de Hadaezer, rei de Zobá seu senhor, com o objetivo de se vingar também da descendência de Davi, pelo motivo de Davi ter matado seus homens de guerra quando Rezom foi capitão de um esquadrão, como diz em I Reis 11:24.
- E Jeroboão, que também se levantou contra Salomão como conta os versículos 26 à 32 de 1 Reis 11.
Após a sua morte ocorreu o cisma nas tribos de Israel, originando o Reino de Judá (formado pelas duas tribos), ao Sul, e o Reino de Israel Setentrional (formado pelas dez tribos), ao Norte.
Riquezas de SalomãoEditar
"O peso do ouro que se trazia a Salomão cada ano era de seiscentos e sessenta e seis talentos de ouro"[1] de tributos, além das outras fontes que não eram o próprio povo.[2] "Todas as taças de que se servia o rei Salomão eram de ouro,[...]não havia nelas prata, porque nos dias de Salomão não se dava a ela estimação nenhuma",[3] ou seja, a riqueza em ouro do rei era tamanha que não precisava demonstrar sua riqueza em prata. Uma hipérbole bíblica: "Fez o rei que, em Jerusalém, houvesse prata como pedras e cedros (madeira nobre) em abundância como os sicômoros (espécie de árvore comum na região) que estão nas planícies."[4]
"O rei tinha no mar uma frota de Társis, com as naus de Hirão; de três em três anos, voltava a frota de Társis, trazendo ouro, prata, marfim, bugios e pavões. Assim, o rei Salomão excedeu a todos os reis do mundo, tanto em riqueza como em sabedoria. Todo o mundo procurava ir ter com ele para ouvir a sabedoria que Deus lhe pusera no coração. Cada um trazia o seu presente: objetos de prata e de ouro, roupas, armaduras, especiarias, cavalos e mulas, assim, ano após ano."[5]
O rei Salomão realizou uma expedição a Ofir, terra cuja localização é imprecisa. "Dentre as sugestões apresentadas estão o oeste da Arábia, o cabo Horn, na África, a Índia e até mesmo o Brasil."[6] Nesta expedição ele contou com o apoio de seu amigo, o rei de Tiro, Hirão, que enviou-lhe marinheiros experientes.[7] A descrição da expedição é "Chegaram a Ofir e tomaram de lá quatrocentos e vinte talentos de ouro, que trouxeram ao rei Salomão".[8]
Templo de SalomãoEditar
Salomão ordenou a construção do primeiro Templo de Jerusalém, que começou a ser construído no quarto ano de seu governo, no segundo mês do ano 480 depois da saída de Israel do Egito. Foram necessários 30 000 trabalhadores para serrar a madeira no Líbano, 70 000 para o transporte das cargas e 80 000 que talhavam as pedras nas montanhas, além de 3 300 chefes-oficiais.[9]
O templo media sessenta côvados de comprimento, vinte de largura e trinta de altura.[10] Era todo revestido em seu interior por cedro, madeiras nobres, e nenhuma pedra se via; o chão era de tábuas de cipreste, também madeira nobre; posteriormente cobriu-se todo o interior do templo de ouro puro.[11] O Santo dos Santos, câmara mais especial, que guardava a Arca da Aliança, era revestido totalmente de ouro, e era um cubo cuja aresta media vinte côvados.[12] O altar também foi coberto de ouro. O templo também apresentava enormes átrios (pátios) exteriores[13]
Reinado de SalomãoEditar
Existem diferentes datas para divisão do reino de Israel. Veja isso em Cronologia bíblica.
Adonias, o filho primogênito de David, proclamou-se pretendente ao trono e sucessor de seu pai. Segundo os profetas, era da vontade divina que o sucessor fosse Salomão, filho de David e Bate-Seba. Visto que Salomão não era o herdeiro imediato ao trono, isso levou a intrigas e conspirações pelos partidários de Adonias. O direito de Salomão ao trono é assegurado mediante ação decidida de sua mãe, do Sumo Sacerdote Zadoque e do profeta Natã, com aprovação do idoso rei David. Logo que se tornou rei, Salomão eliminou todos os conspiradores e consolidou o seu reinado.
Diferentemente de seu pai, Salomão não se tornou um líder guerreiro, pois isso não foi necessário. Soube manter a grande extensão territorial que herdara de seu pai. Mostrou, de acordo com a tradição judaica, ser um grande governante e um juiz justo e imparcial. Soube habilmente desenvolver o comércio externo e da indústria, as relações diplomáticas com países vizinhos, o que levou a um progresso considerável das cidades israelitas.
Salomão casou-se com uma filha do faraó Siamón (Anelise) e recebeu como dote de casamento a cidade cananeia de Gezar. Renovou a aliança comercial com Hirão, Rei de Tiro. Ficou conhecido por ter ordenado a construção do Templo de Jerusalém (também conhecido como o Templo de Salomão), no monte Moriá. Isto ocorreu no seu 4º ano de reinado, exatamente no 480.º ano (479 anos completos mais alguns dias ou meses) após o Êxodo de Israel do Egipto. (Os historiadores e exegetas bíblicos consideram esta data como artificial, embora haja alguns biblistas que a consideram uma sincronização autêntica.)
Após isso mandou construir fortes muralhas na cidade de Jerusalém, bem como mandou reconstruir e fortificar diversas cidades (como por exemplo, Megido, Bete-Seã, Hazor…) e construir cidades-armazém.
Salomão organizou uma nova estrutura administrativa, dividindo as terras em 12 distritos administrativos governados por funcionários nomeados diretamente pela administração central. No exército, deu especial importância a cavalaria e aos carros de guerra. Dispunha no porto de Eziom-Geber, no golfo de Aqaba de uma frota de navios comerciais de longo curso, chamados de "navios de Társis".
Segundo I Reis 11:3, A estas nações uniu-se Salomão por seus amores. Teve setecentas esposas de classe principesca e trezentas concubinas. E suas mulheres perverteram o coração.
Cisma de RoboãoEditar
Com a sua morte, Roboão, seu filho, sucedeu-lhe no trono. Em vez de ouvir o conselho dos anciãos das tribos de Israel para aliviar a carga tributária e os trabalhos compulsórios impostos por seu pai, ele mandou aumentá-los. Isso levou à rebelião das tribos setentrionais e à divisão do reino em dois novos reinos: o Israel Setentrional (ou Reino das Dez Tribos, tendo como rei Jeroboão I cuja capital se tornou Siquém) e o Israel Meridional (tendo por capital Jerusalém e como rei, Roboão).
Tradição posteriorEditar
A tradição posterior imputaria a Salomão grande sabedoria e ao seu reinado o status de época áurea. Ele é considerado dentro da tradição judaico-cristã, como o homem mais sábio que já viveu até então. A Bíblia nos relata que no seu reinado diversos reis e governantes vinham a Israel fazer perguntas e receber conselhos do rei Salomão, incluindo a rainha de Sabá. Durante os séculos posteriores, diversas obras de outros autores eram imputadas a Salomão, para dar-lhes valor.
História do bebêEditar
A Salomão é atribuída a famosa história de que duas mulheres foram ao seu palácio. Duas mulheres tiveram filhos juntos, um dos filhos morreu e a mãe do que morreu, pegou o da outra mãe. De manhã, ela percebeu que aquele que tinha morrido não era seu filho e começaram a discutir. Foram até o palácio do rei Salomão e contaram-lhe a história. Ele mandou chamar um dos guardas e lhe ordenou: "Corte o bebê ao meio e dê um pedaço para cada uma". Falado isso, uma das mães começou a chorar e disse: "Não, eu prefiro ver meu filho nos braços de outra do que morto nos meus", enquanto a outra disse: "Pra mim é justo". Salomão, reconhecendo a mãe na primeira mulher, mandou que lhe entregassem o filho.[14]
Salomão na tradição islâmicaEditar
O rei Salomão aparece no Corão com o nome de Sulayman ou Suleiman. No Islão, é considerado como um profeta e um grande legislador da parte de Alá.
Salomão, à luz da História e da ArqueologiaEditar
O principal documento que diz a respeito do rei Salomão é a própria Bíblia, que diz que ele tinha centralizado um reino amplo e próspero, conforme descrito no Livro dos Reis. Ademais, tendo sido Salomão um rei famoso por sua sabedoria e riqueza (como mostrado na Bíblia), tanto que a Rainha de Sabá ouviu a fama de Salomão, viajou a Jerusalém e se encantou com a sua sabedoria. Entretanto, as menções acerca da riqueza de Salomão e do reino de Israel presentes na Bíblia não são apenas superficiais, mas relatam expressivas fortunas, como a adquirida na expedição a Ofir, onde o lucro foi de cerca de dezesseis toneladas de ouro (precisamente 420 talentos de ouro),[15] e a necessária para a construção do Templo de Salomão.
Em 2010, foram descobertas antigas fortalezas escavadas em Jerusalém que sustentam a narrativa bíblica da época do Rei Salomão.[16] Já em 2013, uma equipe de arqueólogos encontrou uma mina de cobre em Israel, evidenciando, através de fezes de animais, que o local fora usado para produção do metal em larga escala, no século X a.C., época de Salomão. A partir do fato, os pesquisadores consideraram verossímil que os adornos narrados na Bíblia tenham, de fato, sido usados na construção do templo.[17]
Títulos nobiliárquicos e tratamentosEditar
- 971 a.C.-931 a.C.: O rei Salomão do Reino Unido de Israel e Judá
Por ser um rei muito antigo, Salomão não tinha um tratamento moderno na forma como conhecemos hoje. O soberano reinante era tratado como "Senhor" ou "Meu Rei".
Ver tambémEditar
Referências
- ↑ Bíblia de Genebra, 2° Edição Revisada e Ampliada, Página 463, I Reis 10:14
- ↑ Bíblia de Genebra, 2° Edição Revisada e Ampliada, Página 463, I Reis 10:15
- ↑ Bíblia de Genebra, 2° Edição Revisada e Ampliada, Página 463, I Reis 10:21
- ↑ Bíblia de Genebra, 2° Edição Revisada e Ampliada, Página 463, I Reis 10:27
- ↑ Bíblia de Genebra, 2° Edição Revisada e Ampliada, Página 463, I Reis 10:23-25
- ↑ Bíblia de Genebra, 2° Edição Revisada e Ampliada, Página 462, I Reis 10:26-28
- ↑ Bíblia de Genebra, 2° Edição Revisada e Ampliada, Página 462, I Reis 10:27
- ↑ Bíblia de Genebra, 2° Edição Revisada e Ampliada, Página 462, I Reis 10:28
- ↑ Bíblia de Genebra, 2° Edição Revisada e Ampliada, Páginas 451 e 452, I Reis 5:13-18
- ↑ Bíblia de Genebra, 2° Edição Revisada e Ampliada, Página 452, I Reis 6:2
- ↑ Bíblia de Genebra, 2° Edição Revisada e Ampliada, Páginas 452 e 453, I Reis 6:15,21
- ↑ Bíblia de Genebra, 2° Edição Revisada e Ampliada, Páginas 452 e 453, I Reis 6:20,21
- ↑ Bíblia de Genebra, 2° Edição Revisada e Ampliada, Página 453, I Reis 6:22
- ↑ Bíblia de Genebra, 2° Edição Revisada e Ampliada, Página 449, I Reis 3:16-28
- ↑ Bíblia de Genebra, 2° Edição Revisada e Ampliada, Página 462, I Reis 9:26-28
- ↑ «Ruínas de três mil anos fornecem prova da existência do Rei Salomão - Mundo - iG». Último Segundo
- ↑ «A riqueza do Rei Salomão e os registros arqueológicos». 7 de junho de 2017. Consultado em 7 de junho de 2017
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