Colégio Valsassina

escola privada em Lisboa, Portugal

O Colégio Valsassina MHIP (CV) é uma instituição privada de ensino localizada na cidade e concelho de Lisboa, distrito do mesmo nome, em Portugal. Abrange o ensino infantil, o ensino básico e o ensino secundário.

Colégio Valsassina
Colégio Valsassina
Informação
Localização Portugal
Tipo de instituição Colégio Privado
Fundação 1898
Lema "Per ardua surgo"

História[1] editar

Da Monarquia à Primeira República: a Escola Moderna editar

A instituição remonta a 1898, quando a professora Susana Augusta Duarte (Lisboa, Santo André, 1876 - 1955, filha de Filipe Francisco e de sua mulher Joaquina Nunes) fundou uma pequena escola primária na Rua de Santa Marinha, em São Vicente de Fora. Após ter casado a 12 de Dezembro de 1907 com o também professor pedagogo Frederico César Ramos Monte Cembra de Valsassina (Lisboa, São Vicente de Fora, 1884 - 26 de Fevereiro de 1951, filho de César Alexandre Monte Cembra de Valsassina (Lisboa, São Paulo, 1847 - ?) e de sua mulher Elisiária Augusta Ramos (Lisboa, Socorro, 1854 - ?), e neto paterno de Carlos Monte Cembra, Barão de Valsassina, de Viena, São João Nepomuceno, que se havia instalado em Portugal (filho de Andreas Monte Cembra, Freiherr von Valsassina, e de sua mulher Josephina, Freiin Schaffer von Maquentral), e de sua mulher Maria da Assunção e Silva), o ensino da escola foi estendido ao Liceal visando a preparação individual de alguns alunos.

Diante do crescente número de alunos a instituição, já com cursos regulares - Primário e Secundário -, a então denominada Escola Moderna, transferiu-se para um imóvel no bairro de Benfica.

Em 1918, no contexto da Primeira Guerra Mundial, da Gripe Pneumónica e da profunda crise económica no país, a instituição foi forçada a encerrar as suas portas. No ano seguinte (1919), ainda no bairro de Benfica, o professor Valsassina reabriu novas salas de estudo para a preparação individual de alunos, vindo a instalar-se posteriormente na Praça Luís de Camões, no Bairro Alto, onde se conservou até 1931.

O Estado Novo: o Colégio Valsassina editar

Em Setembro de 1932, autorizada a funcionar como Escola Primária e Salas de Estudo, com a razão social de Escola Valsassina, instalou-se na Avenida António Augusto de Aguiar, em Sete Rios.

O atual colégio remonta à transferência, em Outubro de 1934, para o Palácio Lousã, arrendado na mesma Avenida. Essas instalações, pelas suas dimensões, permitiram o lançamento de um ambicioso projeto educativo à época, abrangendo os ensino infantil, primário e liceal, com capacidade para cerca de 300 alunos. A partir de fins da década de 1940, até Setembro de 1959, atendeu a cerca de 80 alunos em regime de internato.

Em 1948 foi adquirida a Quinta das Teresinhas, imóvel histórico com 4 hectares de área, atual sede da instituição.[2][3] Nesse mesmo ano iniciaram-se as atividades de Colónia de Férias nas Azenhas do Mar, no concelho de Sintra, que chegou a atender mais de 60 alunos.

No período de 1948 a 1959 as atividades desenvolveram-se em duas seções: o Colégio Valsassina nas antigas dependências da Avenida António Augusto de Aguiar, e o Colégio Suzana de Valsassina, na Quinta das Teresinhas. A partir de 1 de Outubro de 1959 as duas secções fundiram-se, passando o Colégio a funcionar apenas na Quinta das Teresinhas, período em que contava com cerca de 500 alunos, incluindo o internato. Como reconhecimento pelos serviços prestados à educação, em 1958, o seu então co-diretor, Mário Lúcio da Silva Heitor, falecido em 1977, genro da fundadora e marido da co-diretora Maria Frederica Duarte de Valsassina (Lisboa, Pena, 14 de Novembro de 1908 - Lisboa, Santa Maria dos Olivais, Quinta das Terezinhas, 23 de Fevereiro de 1994), o qual tem um pequeno monumento, e ambos têm as suas efígies em bronze, no Pavilhão do Ensino Secundário do actual Colégio, foi agraciado com o grau de Oficial da Ordem da Instrução Pública a 11 de Julho de 1958.[4]

Ao final da década de 1960, a instituição contava com cerca de 1000 alunos. Nesse ínterim foram construídos quatro novos pavilhões – liceal, infantil, internato e ginásio – com projetos dos arquitetos Raul Francisco Tojal, sogro e avô materno dos futuros diretores, e Manuel Carvalho.

Da Revolução dos Cravos aos nossos dias editar

Ao final da década de 1970, no novo contexto político e socioeconómico do país após a Revolução dos Cravos, o internato e a Colónia de Férias foram extintos. O Colégio voltou a expandir-se alcançando a sua capacidade e configuração atuais.

Em 1976 o Colégio obteve o chamado "paralelismo pedagógico" por tempo indeterminado, e, em 1984 a "autonomia pedagógica" para o ensino primário, alargada em 1986 para todo o ensino da instituição. O reconhecimento público ao trabalho da instituição foi uma vez manifestado, a 9 de Novembro de 1985, pela atribuição do grau de Membro-Honorário da Ordem da Instrução Pública.[5][6] Uma década mais tarde, a 9 de Junho de 1995, o Presidente do Conselho de Administração do Colégio, Frederico Lúcio de Valsassina Heitor, nascido a 17 de Julho de 1930, foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem da Instrução Pública pelo então Ministro da Educação, João de Deus Rogado Salvador Pinheiro.[7]

No início do século XXI foi erguido um novo pavilhão para o 2.º e 3.º ciclos, com projeto do arquiteto Frederico Raul Tojal de Valsassina Heitor, antigo aluno, filho do antigo diretor e neto materno do anterior arquiteto Raul Francisco Tojal. Frederico Lúcio de Valsassina Heitor faleceu no início de 2010, tendo sido sucedido por seu filho João Frederico Tojal de Valsassina Heitor, o qual era já seu coordenador há vários anos, e que faleceu a 26 de Março de 2018.

Com o lema "Per ardva surgo" ("Pela dificuldade venço"), o qual figura no seu brasão segurado por uma Minerva, atualmente com cerca de 1300 alunos,[3] ao longo de sua história a instituição conservou-se no topo das tabelas de excelência de ensino.[8]

Professores ilustres editar

Alumni ilustres editar

Referências

  1. «História do Colégio». New2.cvalsassina.pt. Consultado em 8 de abril de 2012 
  2. (PDF). Câmara Municipal de Lisboa http://www.cm-lisboa.pt/archive/doc/Voto_de_Pesar_2-2010.pdf  Em falta ou vazio |título= (ajuda)[ligação inativa]
  3. a b Plataformas.abae.pt http://plataformas.abae.pt/ecoescolas/escolas/449  Em falta ou vazio |título= (ajuda)[ligação inativa]
  4. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Mário Lúcio da Silva Heitor". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 3 de abril de 2015 
  5. Alvará de 20 de setembro de 1985, publicado no Diário da República nº 258, II Série, em 20 de Novembro de 1985.
  6. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Colégio Valsassina". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 3 de abril de 2015 
  7. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Frederico Lúcio de Valsassina Heitor". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 3 de abril de 2015 
  8. «Frederico Valsassina (1930-2010)». Semanário Expresso. 29 de maio de 2010 [ligação inativa]

Ligações externas editar