Colônia David Campista

A Colônia David Campista foi um núcleo de colonização estrangeira, de origem predominantemente alemã, criada em 5 de fevereiro de 1921 pelo então presidente do estado de Minas Gerais, Artur Bernardes. O núcleo colonial foi criado em terras da fazenda "Cachoeira do Picão" no município de Bom Despacho. A criação da colônia se deu pelo decreto Nº 5.560[1] de 5 de fevereiro de 1921 e sua emancipação pelo decreto Nº 2.264[2] de 26 de julho de 1946.[3][4]

Colônia David Campista
  Colonização Estrangeira  
Localização
Colônia David Campista em Bom Despacho (1939)
Colônia David Campista em Bom Despacho (1939)
Colônia David Campista em Bom Despacho (1939)
Colônia David Campista em Minas Gerais
Colônia David Campista em Minas Gerais
Colônia David Campista em Minas Gerais
Colônia David Campista no Brasil
Coordenadas 19° 41' 59.55" S 45° 14' 27.81" O
País Brasil
Estado Minas Gerais
Município Bom Despacho
História
Fundação 5 de fevereiro de 1921
Emancipação 26 de julho de 1946
Fundador Artur Bernardes
Características geográficas
Área total 13,2 km²
 • Origem Predominantemente Alemã
Altitude 700 m
Fuso horário Brasil (UTC-3)

A colônia recebeu o nome em homenagem ao político e diplomata brasileiro, David Morethson Campista. Tinha uma área de 1.320 hectares onde foram instaladas 50 moradias definitivas, as quais abrigaram 274 pessoas.

A escola editar

O decreto Nº 5.652[5] de 24 de maio de 1921 criou uma escola mista em cada uma das colônias localizadas no município de Bom Despacho. A escola da Colônia David Campista a princípio funcionou no prédio da sede da fazenda em uma parte adaptada para esta função,[6] mas em agosto de 1933 a escola receberia um sede própria.

O pastor luterano Viktor Schwaner de Juiz de Fora visitou a Colônia David Campista em 24 de abril de 1933. Relatou que o então professor, Sr. Hugo Bock, ensinava os alunos na língua alemã e portuguesa e dava-se por satisfeito pelo rendimento de seus alunos. O professor ensinava também canto aos alunos enquanto os acompanhava com seu violão. O relato adiciona que não havia ensino religioso, mas que o professor ministrava o ensino de moral com base cristã. Alunos mais avançados se reuniam na escola no período da tarde para um curso de aperfeiçoamento.

O pastor ainda relatou que o recinto adaptado à escola na sede da fazenda deixava muito a desejar. Reforçando mais ainda a necessidade de uma sede própria para a escola que, segundo o relatório, seria inaugurada em agosto daquele ano.[7]

O Sr. Bock fora cedido pela Liga Nacional de Professores Teuto-Brasileiros, sediada em São Paulo, a pedido dos colonos residentes nesta colônia. O Sr. Bock eventualmente cedeu lugar ao professor Paul Gerards, tido como intelectual entre seus patrícios, e este ao Sr. Friedrich Wilhelm Janson. O Sr. Janson mais tarde fora acusado de fundar um núcleo nacional socialista nesta colônia onde supostamente chegara a distribuir publicações como propaganda proveniente do Deutscher Fichte-Bund e o jornal Der Stürmer.[8]

As famílias editar

Algumas das famílias que viveram na Colônia David Campista:[9]

  • Berger
  • Bock
  • Brack
  • Breitenbaum
  • Brulhardt
  • Butschkan
  • Eckert
  • Eppenstein
  • Evers
  • Feistel
  • Fischer
  • Gendorf
  • Gerards
  • Halvin
  • Hahn
  • Janson
  • Karst
  • Kaulich
  • Katthagen
  • Kettrup
  • Klein
  • Klezewsky
  • Klimachewski
  • Knischewsky
  • Korell
  • Lotze
  • Michalski
  • Peifer
  • Polatscheck
  • Reimer
  • Röppe
  • Schneidereit
  • Seidler
  • Westermann
  • Weiser
  • Zellin

Diversos registros contendo nomes de pessoas das famílias acima citadas podem ser encontrados nos cartórios de registro civil do município de Bom Despacho. Nascimentos foram encontrados nos livros 3A, 4A, 5A e 6A, casamentos nos livros 4B, 5B, 7B e 8B e óbitos nos livros 2C, 3C e 4C.

O cemitério editar

Na Colônia David Campista encontra-se ainda um cemitério onde estão enterrados 21 colonos. A maior parte originalmente pertencentes a esta colônia, mas alguns da vizinha Colônia Álvaro da Silveira.

Descansam ali integrantes das famílias:

  • Berger
  • Brack
  • Kettrup
  • Klezewsky
  • Kohnert
  • Korell
  • Michalski
  • Primus
  • Schneidereit
  • Seidler
  • Westermann
  • Zellin

Sobre o pórtico de entrada do cemitério, lê-se: Imigrantes da Colônia. O cemitério dos imigrantes da colônia pode ser encontrado aproximadamente nestas coordenadas: 19° 41' 38.4" S 45° 15' 9.5" O

Ver também editar

Referências

  1. «Decreto 5.560». 1921 
  2. «Decreto 2.264». 1946 
  3. «Provincial Presidential Reports - Minas Gerais (1830-1930)». Mensagem ao Congresso de Minas Gerais 1921 - p.16 a 17. 1921 
  4. «Provincial Presidential Reports - Minas Gerais (1830-1930)». Mensagem ao Congresso de Minas Gerais 1922 - p.72 a 74. 1922 
  5. «Decreto 5.652». 1921 
  6. «Provincial Presidential Reports - Minas Gerais (1830-1930)». Mensagem ao Congresso de Minas Gerais 1925 - p.255. 1925 
  7. Schwaner, Viktor - Relatório da segunda viagem de Diáspora de 17 a 29 de abril de 1933.
    Tradução dos documentos de fundação da Comunidade Evangélica de Confissão Luterana em Belo Horizonte.
  8. «Arquivo Público Mineiro». Arquivos da Polícia Política DOPS-MG - Pasta 4514 - p.60. 1942 
  9. Seidler Kohnert Gontijo Teixeira, Maria Antônia - Kolonie 1920-1925.
    Álvaro da Silveira e David Campista. Colônias do oeste de Minas Gerais em Bom Despacho e Pitangui (Leandro Ferreira) - p.258. 2022

Ligações externas editar