Copene

extinta empresa petroquímica brasileira

A Copene - Companhia Petroquímica do Nordeste foi uma empresa do setor petroquímico, localizada no Polo Petroquímico de CamaçarI. Foi uma subsidiária da Petroquisa, empresa ligada à Petrobrás, até a sua privatização em 1978.[1]

Copene
Razão social Companhia Petroquímica do Nordeste S.A.
Empresa de capital aberto
Atividade Petroquímica
Gênero Subsidiária
Fundação 1972
Destino Incorporada
Encerramento 2002
Sede Camaçari, BA,  Brasil
Proprietário(s) Petroquisa (48,16%) (1971-1995)
Norquisa (47,19%) (1980-2002)
Sucessora(s) Braskem

História editar

Com a crescente necessidade de suprimento de produtos petroquímicos para a industrialização do Brasil nos anos 1960 e a busca por reduzir a dependência de importações, o Governo Federal decidiu implantar um segundo Polo Petroquímico no país, após a construção da Petroquímica União - PQU, em São Paulo.[2][3]

Em 12 de janeiro de 1972, foi fundada a Copene, após a Resolução 2/70 de 21/07/1970 do Conselho de Desenvolvimento Industrial - COI - MIC, que fixou as diretrizes básicas para que fosse implantado um polo petroquímico na Região Nordeste. Foi determinado que a Petroquisa, subsidiária da Petrobras, deveria promover a criação de uma empresa piloto que cuidaria do planejamento e da programação de projetos que iriam integrar o polo, incluindo as indústrias de segunda geração. Foram previstos investimentos da ordem de quatro bilhões de cruzeiros, com apoio financeiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico.[2][3]

A planície de Camaçari, na região do Recôncavo, foi o local escolhido para o polo, em razão de sua localização estratégicaː que permitia a utilização do cloro da Salgema de Alagoas e o fornecimento de butadieno à Coperbo em Pernambuco; a proximidade dos portos de Salvador, Madre Deus (pertencente a Petrobrás) e de Aratu bem como da Refinaria Landulpho Alves (RLAM) e do Centro Industrial de Aratu; o suprimento energético da Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso.[2][3]

Em 1975, quase metade do capital social da Copene foi subscrito pelas indústrias de segunda geração, que passaram a ter direito de participar da administração das Centrais de Matérias Primas e Utilidades da Copene, que deixou de ter a Petroquisa como única acionista. A construção do Complexo envolveu 26 mil pessoas, das quais 8 mil na Copene.[2]

Em 29 de junho de 1978, foi inaugurada a Copene e dez indústrias do Complexo Básico.[2]

No final de 1978, o capital da Copene foi aberto à participação do público, tendo a participação da Petroquisa sido reduzida para abaixo de 50%.[2]

Em novembro e dezembro de 1979, foram inauguradas as unidades industriais: Companhia Petroquímica de Camaçari - CPC (MVC e PVC) e Acrinor - Acrilonitrila do Nordeste S/A.[2]

Em 1980, dezessete empresas de downstream fundaram a Nordeste Química S/A (Norquisa), para a qual foram transferidas as ações ordinárias que detinham na Copene.[4] Com isso, o capital da Copene passou a ser dividido entre Petroquisa (48,16%) e Norquisa (47,19%).[2][4]

Na década de 1990, houve uma reestruturação de capitais com a privatização no setor petroquímico brasileiro, além de fusões e aquisições. Em 1995, a Norquisa assumiu o controle da Copene com o leilão das ações da Petroquisa.[5][6]

Em 2001, ocorreu a venda da Copene para a Odebrecht em parceria com o Grupo Mariani por R$ 785 milhões no ano de 2001. O consórcio Odebrecht-Mariani, que já possuía 32% da Norquisa, passou a deter 55,8%.[7]

Em 2002, a Braskem foi criada a partir da integração das empresas Copene, OPP, Trikem, Proppet, Nitrocarbono e Polialden.[8]

Referências editar

  1. Camara, Marcia Regina Gabardo; Santos, Moisés Pais dos (19 de janeiro de 1999). «A evolução da indústria química no Brasil - Análise do desempenho do Pólo Petroquímico de Triunfo». Semina: Ciências Sociais e Humanas: 35–49. ISSN 1679-0383. doi:10.5433/1679-0383.1999v19n3p35. Consultado em 25 de junho de 2023 
  2. a b c d e f g h AtoM - Fundação Pedro Calmon. «Conhecendo a Copene» (PDF) 
  3. a b c «| Atlas Histórico do Brasil - FGV». atlas.fgv.br. Consultado em 20 de julho de 2023 
  4. a b Suarez, Marcus Alban (setembro de 1989). «A reestruturação petroquímica: causas e consequências». Escola de Administração de Empresas de São Paulo - Fundação Getúlio Vargas. Revista de Administração de Empresas. 29 (3). Consultado em 13 de janeiro de 2024 
  5. «Folha de S.Paulo - O caso Copene - 24/02/2000». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 20 de julho de 2023 
  6. «Folha de S.Paulo - Empresa ligada ao Econômico assume Copene - 16/8/1995». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 20 de julho de 2023 
  7. «Folha de S.Paulo - Petroquímica: Odebrecht - Mariani leva Copene, sem ágio». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 20 de julho de 2023 
  8. «Perfil e história». www.braskem.com.br. Consultado em 22 de junho de 2023